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O professor como líder inovador: características da liderança inovadora nas Instituições de Ensino Superior (IES)

06/04/2021/1 Comentário/em Especialistas, Gestão /por João Brillo

Já estamos vivendo no que vem sendo chamada de a 5ª revolução industrial ou Indústria / Sociedade 5.0, caracterizada principalmente por tecnologias inteligentes, onde homem e máquina trabalham em parceria para gerar inovações sustentáveis.

Em relação aos processos de transmissão de conhecimento nas Instituições de Ensino Superior (IES), infelizmente, a realidade parece estar mais próxima da 1ª revolução industrial, onde o protagonismo ainda parece ser do professor em vez do aluno.

Mas qual o papel do professor para atuar como líder inovador neste novo contexto? Quais são as mudanças comportamentais e culturais necessárias para desenvolver a liderança inovadora nas IES?

O desenvolvimento de competências do professor para assumir o papel de um líder inovador nas IES é fundamental para as instituições se adaptarem às mudanças do ambiente, com visão, missão e objetivos estratégicos claros, no sentido de que as coisas possam ser feitas de maneira diferente e melhor, gerando valor às partes interessadas (docentes, estudantes, membros da comunidade acadêmica, acionistas, mercado, fornecedores, sociedade, etc.) das IES.

Foco no aluno

Cinquenta anos atrás, quando cursei o ensino médio no Colégio Pedro II, no Centro do Rio de Janeiro, tive um exemplo simples e marcante do papel de líder de uma professora com foco no aluno, ou seja, procurava identificar e atender as necessidades do aluno.

Para os alunos que trabalhavam de dia e estudavam à noite, como no meu caso, a alternativa ao uso do uniforme tradicional era usar terno e gravata, sendo obrigatório vestir o paletó nas dependências do Colégio.

Sensível ao desconforto dos alunos, principalmente no verão Carioca, de ficar de paletó dentro da sala de aula, a professora permitiu que durante a aula dela deixássemos o paletó no encosto da carteira.

Durante uma inspeção de rotina, o chefe de disciplina observou que não estávamos usando paletó, e depois de pedir licença à professora para entrar na sala, mandou que vestíssemos o paletó.

A professora interveio frisando que havia permitido tal procedimento em função do calor dentro da sala, que continuássemos sem paletó na sala, e que estava dentro da autoridade em sala de aula decidir sobre o assunto.

Esse exemplo simples do papel da liderança do professor em relação a atender às necessidades do aluno ilustra o quanto precisamos avançar para que o aluno seja o protagonista do processo de aprendizado.

Ainda hoje vivemos o paradigma da transmissão hierárquica do conhecimento nas IES, onde o que deveria ser uma troca de conhecimento, acaba limitada pelo protagonismo do professor em detrimento do aluno.

Esse paradigma limita a criatividade e a inovação nos processos educacionais e pode ser rompido à medida que o professor incentive o aluno a ser protagonista de seu próprio aprendizado, com efetiva troca de conhecimento e cocriação de soluções diferentes, melhores, gerando valor dentro e no entorno das IES.

Leia também: guia completo para a aplicação de metodologias ativas no ensino superior

Um dos elementos chave para enfrentar com eficácia esse desafio é a preparação e disposição da liderança para se adaptar bem às mudanças no ambiente das IES. Para sobreviver e evoluir neste contexto, torna-se fundamental o alinhamento estratégico institucional permanente e a adequação na escala e na vivência de valores pessoais e organizacionais, de modo a desenvolver novos comportamentos e uma cultura organizacional para inovação.

O foco no aluno é fundamental para o desenvolvimento da liderança inovadora do professor e deve se basear numa relação de confiança dentro e no entorno das IES.

Confiança é um valor guarda-chuva dos outros valores de inovação, e para fazer a inovação acontecer na vida do professor e no seu entorno é fundamental que este “fale” e “caminhe” inovando, pois as palavras desacompanhadas de ações perdem o sentido prático.

Para tal, entre outras características, deve-se procurar eliminar preconceitos, buscar a diversidade nas pessoas, apreciar o pensamento, a curiosidade e a criatividade de cada um, dando liberdade a todos para explorar novas formas de aprendizado. O professor como líder inovador deve ser capaz de:

  • Compartilhar seu sonho e paixão de realizar algo novo, sua visão de futuro desejado para a instituição, e estar preparado e disposto a apoiar as iniciativas dos alunos.
  • Expressar claramente a visão, a missão, os objetivos estratégicos, os valores da IES, vivenciar esses valores e estimular com isso o orgulho, respeito e confiança dos alunos.
  • Comunicar suas altas expectativas, utilizar símbolos para focar os esforços, expressar propósitos importantes de maneira simples.
  • Estimular a inteligência emocional e intelectual dos alunos, a troca de conhecimento dentro e no entorno da instituição, e o cuidado na solução dos problemas.
  • Ser acessível, não ter medo de trazer à tona as emoções para serem discutidas, dar atenção personalizada, praticando feedback para reforçar pontos fortes e superar pontos fracos.

Características da liderança inovadora nas IES

Desenvolver liderança inovadora nas IES não deve ser um objetivo em si, mas sim uma estratégia de desenvolvimento de liderança da instituição. Isso significa que deve haver uma visão, missão e objetivos estratégicos claros relacionados à necessidade de a instituição inovar / se renovar, em que todos na instituição devem “falar” e “caminhar” inovando, dando exemplo nas próprias ações do dia a dia de trabalho, e à medida que a inovação seja um valor compartilhado com as partes interessadas das IES.

Um fator crítico de sucesso da liderança inovadora nas IES está relacionado à  paixão e à visão de futuro desejada pela instituição e não à posição hierárquica que os líderes ocupam na instituição.

Brillo e Boonstra (2018) revelam como as organizações de sucesso implementam inovações sustentáveis e as características que líderes bem-sucedidos desenvolvem para fazer a inovação acontecer nas suas organizações.

A Figura a seguir ilustra essas características que podem servir para o desenvolvimento da liderança inovadora nas IES.

Características da liderança inovadora nas IES (adaptado de BRILLO, 2020)

Imagem com as características, descritas abaixo, do líder inovador. 

Visualização do futuro desejado

O futuro desejado pela liderança inovadora de uma IES deve estar relacionado à construção de uma base comum para sustentar as inovações, aos desafios ambiciosos, à clareza da missão e à sensibilidade para com a profundidade da mudança organizacional.

Ter uma visão clara e desafiadora pode fornecer a orientação necessária às pessoas e conectá-las com a visão e a estratégia da instituição, tornando-as mais preparadas e dispostas a experimentar práticas inovadoras.

A formulação da visão de futuro da instituição explicita o que a organização defende, como aprende, como se renova ou inova, e como utiliza suas competências distintas para agregar valor às partes interessadas.

Nas organizações onde se vivenciam a visão e os valores, a propaganda boca-a-boca é suficiente para difundi-los e os produtos/serviços da organização costumam ser comprados, não vendidos. Ter uma visão inspiradora e atraente se baseia numa imagem clara da identidade da IES e compreende os seguintes elementos:

  • Uma imagem idealizada ou um sonho que passa a ideia de o que a IES pode ser no futuro.
  • Uma fonte de autoestima e propósito comum que ajuda as pessoas a desenvolver um significado e um sentimento de pertencer a instituição.
  • A razão de existir da organização e o valor gerado às partes interessadas.
  • Os valores centrais influenciam o processo de tomada de decisão na organização e norteiam o relacionamento com as partes interessadas.
  • As competências com as quais a instituição conquista o mercado e se distingue de possíveis concorrentes.

Criação de comprometimento

Líderes inovadores nas IES devem assegurar que as pessoas diretamente envolvidas no processo de mudança participem efetivamente da transformação da instituição, buscando a contribuição de todas as pessoas

Trata-se do comprometimento das partes interessadas com a mudança, reduzindo as distâncias hierárquicas na instituição, criando coalizões sólidas para viabilizar a mudança e selando o compromisso das pessoas com os processos de mudança na instituição.

É de suma importância formar coalizões para abrir espaço para lidar com a diferença e a diversidade entre pessoas de diferentes origens e com competências complementares.

Líderes inovadores costumam ter visibilidade, são acessíveis, desapegados da hierarquia e têm foco no mercado. Geralmente questionam os valores, as normas e discutem os pressupostos básicos da organização, o que só se torna possível se existir proximidade e uma efetiva relação de confiança com as pessoas envolvidas na mudança.

Líderes inovadores devem buscar a contribuição de todas as pessoas nos processos de mudança das IES, que significa:

  • Reduzir as distâncias hierárquicas na organização, criando comprometimento e coalizões sólidas para viabilizar a mudança.
  • Construir relações de confiança, honrar as iniciativas das pessoas e ter a mente aberta para práticas inovadoras.
  • Ser acessível, aproveitar contatos informais para discussões estratégicas, reconhecer e celebrar os sucessos da equipe.
  • Formar equipes com pessoas de diferentes origens, com diferentes conhecimentos, que se respeitam por essas diferenças e também porque se complementam.
  • Reconhecer quais pessoas são essenciais para fazer a inovação acontecer na instituição, como envolvê-las e mantê-las alinhadas aos valores centrais da instituição.

Foco no mercado

Focar nas necessidades do mercado deve ser a razão e o princípio básico da liderança inovadora nas IES. Essa abordagem envolve dar foco aos processos operacionais do mercado, simplificar os processos operacionais internos e buscar sinergia horizontal (cooperação operacional entre os departamentos das IES e entre outras instituições).

O processo de foco no mercado passa primeiramente por conhecer bem as necessidades e as expectativas do mercado, desenvolvendo um sistema de informação estruturado contendo expectativas, necessidades e informações sobre o relacionamento com essas empresas, que podem ser muito úteis para proporcionar experiências inovadoras.

Uma liderança Inovadora costuma associar inovação com organização enxuta, e reengenharia de processos operacionais com renovação dos sistemas de informação.

As IES devem obter sinergia horizontal, unindo forças e trocando conhecimento de modo a permitir a transversalidade dos processos da instituição com os processos das empresas e de instituições parceiras, que significa:

  • Traduzir as necessidades do mercado numa visão inspiradora para orientar a organização para o mercado.
  • Abrir espaço para práticas inovadoras que idealmente superem as expectativas do mercado.
  • Definir quais processos operacionais são essenciais, e que a simplificação desses se alinhe com os processos de mudança na instituição.
  • Ter estratégias claras de sinergia horizontal focada no mercado que contribuam para ambos inovarem.
  • Trocar conhecimento e experiência com o mercado, grupos de sinergia, comunidades de troca de conhecimento ou grupos de trabalho do setor.

Iniciativas do topo e da base

As iniciativas vindas do topo das IES podem dar a direção para a mudança para inovação, enquanto as iniciativas vindas da base da organização podem abrir espaço para a inovação/renovação na instituição.

Geralmente, líderes inovadores usam suas posições de poder para abrir espaço às iniciativas vindas da base, que costumam resultar em inovações sustentáveis e irem além dos limites da organização, permitindo experimentar novas formas de cooperação e práticas de trabalho.

Uma liderança inovadora normalmente explicita os valores da organização, não tolera comportamentos desalinhados a esses valores e costuma também dar exemplos de comportamentos que consideram inaceitáveis.

Geralmente, essas lideranças entram de peito aberto nas discussões sobre a eficácia das práticas de trabalho, demostram interesse genuíno pelo progresso de práticas inovadoras e resultados alcançados pela equipe. Também costumam mudar as pessoas quando as inovações ficam emperradas em função do jogo de poder na instituição.

Na gestão de iniciativas do topo e da base das IES, líderes inovadores devem:

  • Dar a direção na forma de uma ambição compartilhada e abrir espaço para a base experimentar a inovação/renovação na instituição.
  • Estimular experimentos inovadores com instituições parceiras para trazer à luz os próprios valores, normas e pressupostos básicos da organização.
  • Vivenciar os valores da instituição, confrontar as atitudes inconvenientes dos outros, expressar claramente o que não querem e perguntar como as coisas deveriam ser.
  • Dar exemplos concretos de comportamentos desalinhados dos valores da organização e das consequências que isso pode causar.
  • Trocar pessoas quando resistem sistematicamente à mudança e dificultam que a inovação aconteça na instituição.

Tempo e ritmo de atuação

A liderança inovadora geralmente lida conscientemente com o tempo e faz disso um princípio básico para que os processos de inovação sejam bem-sucedidos na organização. Torna-se necessário haver tempo adequado para a inovação fazer parte da cultura organizacional das IES.

Para mudar os valores subjacentes e as práticas de trabalho na instituição, tal liderança deve atuar com tempo e ritmo, com paz e espaço e equilibrar direção e liberdade como ingredientes básicos para gerar inovações sustentáveis.

Em situações de crise, deve também ser capaz de acelerar o ritmo das atividades, atuar com ousadia e, em sequência, ter a capacidade de desacelerar o ritmo das mesmas se forem mudadas as formas de conduta, os métodos de trabalho, e assimilados os padrões e valores subjacentes.

Lideres inovadores costumam também refletir e aprender no processo de aprendizagem, criando confiança mútua para permitir a eficácia da prática de feedback. Por meio do tripé direção, espaço e resultado, tais líderes costumam atuar com a paz necessária e proporcionar o espaço adequado para a instituição se renovar/inovar. Isso significa:

  • Dedicar uma parcela significativa do tempo de trabalho para mudar a estratégia, a estrutura, a cultura da instituição e para assimilação do processo contínuo de inovação.
  • Que os processos de aprendizagem devem ocorrer com base na própria história da instituição, no futuro desejável para ela e nas estratégias organizacionais.
  • As pessoas devem tornar seus pensamentos e valores explícitos para poder se comunicar abertamente com as outras e criar um significado mútuo de futuro desejável à instituição.
  • Que líderes inovadores costumam optar pela paz e por um certo grau de imperturbabilidade, sabendo lidar bem com as emoções das pessoas, que consideram parte integrante da mudança.
  • Abrir espaço para possibilitar a discussão das emoções das pessoas e experimentarem novos métodos de trabalho e novas formas de colaboração dentro e no entorno da instituição.

Estratégias para inovação

Segundo Brillo e Boonstra (2018), há 3 diferentes estratégias adotadas por líderes inovadores.

  • Estratégia de desenvolvimento – abordagem participativa que parte da premissa que as pessoas têm possibilidades suficientes dentro de si para mudar, desde que haja uma liderança inovadora que possa fazer com que elas queiram dar o melhor de si. Dessa forma, a liderança costuma ouvir as pessoas, dar apoio efetivo para reduzir a insegurança e a incerteza para fazer a inovação acontecer na instituição.
  • Estratégia de aprendizagem – abordagem adotada quando as pessoas agem com base em pressupostos, emoções, sentimentos e padrões quase inconscientes. Geralmente, Lideres inovadores tornam as pessoas conscientes desses pressupostos e padrões limitantes e possibilitam a discussão dos sentimentos de modo a abrir espaço para a aprendizagem ativa, na qual as pessoas se motivam a mudar o próprio comportamento.
  • Estratégia de transformação – abordagem em que a liderança inovadora troca ideias com as pessoas sobre o futuro da instituição e a necessidade das inovações. A ideia por trás dessa estratégia sugere que a realidade não é objetiva, mas está presente nos corações e mentes das pessoas. Essas imagens e definições subjetivas da realidade mudam continuamente por meio da interação e da formação de senso comum, podendo alavancar a energia criativa das pessoas para se movimentarem na direção da renovação / inovação das IES.

Modelo Tri-interseccional de Liderança por Valores (MTLV)

O MTVL pode ajudar no desenvolvimento da liderança inovadoras nas IES, compartilhando valores com paixão dentro e no entorno das instituições para ter alto impacto nas estratégias organizacionais.

Uma liderança inovadora deve ser conectada por valores, tendo como fonte a visão de futuro desejado para a instituição, em que líderes devem “falar” e “caminhar” inovando.

O Modelo Tri-interseccional de Liderança por Valores — MTLV — (BRILLO; SILVA, 2020) é uma extensão e elaboração do Modelo de Gestão por Valores de Inovação — GPVIS — (BRILLO et al., 2015) e do Modelo Triaxial de Valores (Dolan e Garcia, 2006).

O MTLV permite que líderes e organizações integrem estratégias sustentáveis e sistema de gestão baseada em valores, que simultaneamente otimizam recursos humanos, financeiros e sociais.

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Resultados:

  • Seu MTLV comparado com a Base de Dados do Site.
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Resultados:

  • Seu MTLV.
  • Seu MTLV ajustado ao Foco Estratégico desejado.
  • MTLV do Grupo (MTLV agregado dos integrantes do grupo).
  • MTLV ajustado do Grupo (MTLV ajustado ao Foco Estratégico predominante no grupo).

Referências

  • Brillo, J., Boonstra, J. (2018) Liderança e Cultura Organizacional para Inovação, Editora Saraiva.
  • Brillo, J. (2020) Liderança Inovadora: como se destacar em ambientes de mudanças, Editora Expressa / Saraiva educação.
https://blog.saraivaeducacao.com.br/wp-content/uploads/2021/04/professor-como-lider-inovador.jpg 338 900 João Brillo https://blog.saraivaeducacao.com.br/wp-content/uploads/2020/08/logotipo-saraiva-educacao-01-300x115.png João Brillo2021-04-06 17:38:382021-04-06 17:38:38O professor como líder inovador: características da liderança inovadora nas Instituições de Ensino Superior (IES)
Fotografia de uma estudante sentada nas escadarias de uma instituição de ensino, usando o notebook.

Instituições de ensino: 3 momentos de envolvimento com o público

30/03/2021/0 Comentários/em Especialistas, Estratégia /por Renato Avanzi

Toda organização tem três momentos de interação com seu público consumidor: conhecimento, preferência e relacionamento.

Para a instituição de ensino, o cenário é o mesmo: é preciso criar um planejamento de comunicação adequado para que seja possível estar próxima do público em cada um desses momentos.

Certamente pairam sobre a cabeça duas perguntas essenciais:

  • O que são esses três momentos?
  • Qual a importância deles para a instituição de ensino?

Vou explicar detalhadamente e você vai perceber que se algum desses momentos for ignorado, sua instituição de ensino terá mais dificuldades para construir e consolidar uma marca forte no mercado da educação.

Qual a importância do “conhecimento”?

O primeiro momento de interação com o público é fundamental para gerar conhecimento.

Pense na seguinte situação: os pais e, dependendo da idade, o próprio aluno, estão procurando uma boa instituição para efetuar a matrícula.

É lógico pensar que eles só poderão considerar como alternativas as instituições que eles conhecem, já ouviram falar ou que encontram em suas buscas nos meios digitais.

Não será possível incluir em uma lista de possibilidades um estabelecimento que é desconhecido.

Além disso, embora muito importante, não basta já ter ouvido falar da instituição. É preciso ter uma boa imagem sobre ela para considerá-la como alternativa para o ensino.

Resumindo, quanto maior o conhecimento da marca, maior a força de atração de interessados em realizar a sua matrícula, facilitando o preenchimento de todas as vagas disponíveis.

Como gerar “conhecimento”?

Para gerar conhecimento da marca há inúmeras possibilidades.

Veja algumas delas:

  • Propaganda Institucional: mostrar-se presente em datas comemorativas por meio de mensagens alusivas e sem cunho comercial
  • Eventos Comunitários: promover encontros como a Semana da Escolha Profissional, aberto a todos os interessados para demonstrar uma prestação de serviços de utilidade pública
  • Eventos Comemorativos: organizar Festas Juninas e Torneios Esportivos, que além de promover a marca na região, podem proporcionar arrecadação adicional de recursos com a venda de fichas nas barracas de produtos
  • Campanhas Comunitárias: é sempre muito simpático aos olhos do público a promoção de ações com benefícios sociais como arrecadação e distribuição de agasalhos para populações necessitadas
  • Assessoria de Imprensa: voltada para a divulgação de notícias de interesse público, especialmente levantamentos e pesquisas sobre temas relacionados à educação no âmbito geográfico de influência da instituição de ensino
  • Road Show: para faculdades, é relevante mostrar sua diversidade de cursos em escolas do ensino médio, como uma prestação de serviços para a escolha profissional dos alunos dessas escolas
  • Redes Sociais: posts mostrando as realizações, conquistas e novidades da instituição, tais como reforma do prédio, novos cursos, torneios conquistados
  • Canal no Youtube: vídeos com storytelling mostrando projetos diferenciados desenvolvidos pelos alunos

Qual a importância da “preferência”?

O segundo momento de interação com o público eu chamo de “preferência”. É quando o interessado está prestes a se matricular, mas tem que escolher entre as várias opções que estão disponíveis.

Pense agora em você diante da prateleira de um supermercado tentando se decidir sobre qual sabonete você levará para casa.

Existem alguns aspectos que levarão você a fazer um comparativo no ponto de venda para chegar à conclusão do que colocar no carrinho: preços, promoções, aromas, embalagens.

Na escolha de uma instituição de ensino, o processo passa pela mesma lógica. Os interessados vão levar em consideração aspectos como: preço, proximidade de casa, qualidade do ensino, indicações recebidas, diversidade de cursos, renome dos professores, estrutura física do prédio, modernidade dos laboratórios, atendimento recebido na Secretaria, entre outros fatores.

São muitos os elementos que pesam na hora da escolha e, por isso, quanto mais a preferência do potencial aluno for alcançada, mais próximo ele estará de se decidir por estudar na sua instituição.

Isso não acontece naturalmente. É preciso desenvolver ações de comunicação que favoreçam a geração de preferência.

Como gerar “preferência”?

  • Propaganda: especialmente nas épocas que antecedem o período de matrícula é importante veicular anúncios onde o orçamento da instituição permitir, como emissoras de rádio e TV, jornais, revistas, Google, Facebook, Instagram etc.
  • Participação em Eventos: como a Feira do Estudante do CIEE, para demonstrar o que a instituição faz por seus alunos e quais são os seus diferenciais
  • Member Get Member: desenvolver uma promoção na qual os atuais alunos que indicarem novos alunos recebem alguma vantagem, junto com o indicado. Com isso é possível estimular o processo do boca a boca
  • Redes Sociais: produza posts visando a divulgação de prêmios conquistados por alunos, depoimentos de quem já cursou, recomendações de quem está cursando, sucesso na carreira de ex-alunos, notoriedade de alguns dos professores
  • Promoções: ofereça descontos para quem se matricular antecipadamente, para mais de um integrante da mesma família, para quem permanecer de um curso para outro, para quem pagar à vista ou em poucas mensalidades, para quem fizer um seguro educação
  • Seguro Educação: firme acordo de parceria com alguma seguradora e ofereça como diferencial, embutido na mensalidade, um seguro educação para tranquilizar os interessados que eventualmente venham a perder suas fontes de renda
  • Facilidade Administrativa: proporcione experiência facilitada de matrícula a distância, sem burocracia e sem deslocamentos, especialmente durante uma pandemia como a provocada pelo Covid-19

Qual a importância do “relacionamento”?

O terceiro momento de interação com o público é o de relacionamento.

Pense da seguinte forma: sua escola já fez todo o esforço possível para se tornar “conhecida” do público em geral. Depois continuou fazendo um grande sacrifício para conquistar a “preferência” dos interessados.

Agora, o aluno já está matriculado e frequentando um curso. Sua instituição não pode perdê-lo por dois motivos: será um enorme desperdício de todo o dinheiro que já foi gasto para atrai-lo e custará muito mais para conquistar alguém para substitui-lo.

Certamente você já ouviu várias vezes que é muito mais barato manter os atuais clientes do que conquistar novos. O mesmo acontece com alunos.

Depois de matriculados, chega a hora de você se dedicar à excelência do relacionamento que vai desenvolver. É assim que sua instituição de ensino manterá por mais tempo os alunos que tem.

Como gerar “relacionamento”?

Eu recomendo que você leia o artigo que publiquei anteriormente aqui no nosso blog: “Comunicação corporativa: como engajar alunos para melhorar a captação de matrículas”. Nele você vai encontrar muitas alternativas que também podem contribuir para gerar relacionamento com os atuais alunos.

De qualquer forma, seguem algumas outras indicações:

  • Associação de Alunos: estimule a criação de um grupo de alunos e também de ex-alunos. É importante passar a ideia de que “uma vez aluno, sempre aluno” da sua escola
  • Encontros Periódicos: promova encontros da diretoria da escola com os alunos, preferencialmente temáticos, para discutir temas de interesse geral. Esses encontros também podem ser por área de conhecimento como, por exemplo, ciências, artes, esportes etc.
  • Evento Anual: a exemplo do que acontece tradicionalmente nas escolas norte-americanas, crie um evento anual que estimule o desejo de todos participarem e gere orgulho de pertencimento.
  • Promoções: fomente uma espécie de concurso entre os alunos, premiando os que mais likes e compartilhamentos conseguirem a partir de posts da instituição em redes sociais. Com isso é possível aumentar o engajamento e promover a instituição de ensino entre os contatos dos atuais alunos

Últimas considerações

Perceba que boa parte das possibilidades que eu recomendei anteriormente podem ser utilizadas nos três momentos.

O que vai diferenciar é o conteúdo e a forma de fazer comunicação.

Por exemplo: as mídias sociais são importantes em todas as fases, mas os conteúdos precisam ser diferentes em cada uma delas.

Para o “conhecimento” são importantes os conteúdos que fortaleçam a marca.

Para a “preferência” são relevantes as informações sobre diferenciais de qualidade que o aluno encontrará na escola.

Para o “relacionamento” são essenciais os textos e imagens que valorizam e reconhecem o esforço dos alunos, mostrando a eles a empatia que a instituição tem por cada um, individual e coletivamente.

Leia também: Tudo o que você precisa saber sobre captação de alunos para captação de alunos para cursos presenciais e EaD

https://blog.saraivaeducacao.com.br/wp-content/uploads/2021/03/instituicoes-de-ensino-3-momentos-de-envolvimento-com-o-publico.jpg 338 900 Renato Avanzi https://blog.saraivaeducacao.com.br/wp-content/uploads/2020/08/logotipo-saraiva-educacao-01-300x115.png Renato Avanzi2021-03-30 15:13:252021-03-30 15:13:25Instituições de ensino: 3 momentos de envolvimento com o público
Fotografia de uma mulher sorrindo e anotando enquanto faz aulas online.

O ensino tradicional na educação a distância já é uma realidade

23/03/2021/0 Comentários/em Educação a Distância, Especialistas /por Givago Dias

A inteligência educacional depende do processo de ensino-aprendizagem como fundamento prático. O conhecimento cientifico depende da educação e a integração de forma construtiva ou mediada pela associação do viés pedagógico.

No ensino superior, o professor, protagonista essencial no processo de ensino-aprendizagem, evoluiu em competências e habilidades nas últimas décadas. Da evolução da relação professor e aluno aliada às diretrizes do Ministério da Educação (MEC), pode-se observar três aspectos pedagógicos distintos aplicados via sistema de ensino.

O primeiro aspecto pedagógico corresponde à centralidade da figura do professor como detentor ou proprietário do conhecimento. Da sua pessoa partia e fundava a fonte da informação e o conhecimento. A literatura era limitada em número de obras físicas (livros) ou mesmo escassa, dependendo do conteúdo direcionado. O ensino-aprendizado possuía apenas um ponto focal, o professor, sujeito ativo e, o aluno, sujeito passivo do processo.

O segundo aspecto pedagógico remete à evolução do acesso à informação com a literatura disponível em bibliotecas e a internet. O professor mantém-se na centralidade da relação pedagógica, porém, o mesmo não é mais compreendido como detentor da informação e conhecimento, mas um agente direcionador do referencial bibliográfico disponível para o processo de ensino-aprendizagem. Nesse aspecto, o ponto focal é o professor, sujeito ativo e, o aluno, sujeito passivo e/ou quase ativo no processo de ensino-aprendizagem.

O terceiro aspecto pedagógico compreende a incidência das novas tecnologias aplicadas ao processo de ensino-aprendizagem e as novas metodologias. O professor não é proprietário e nem direcionador da informação e conhecimento, mas um administrador. Em outras palavras, atua como autenticador ou validador do conhecimento adquirido ou apropriado pelo aluno, ativo no processo por meio da autoaprendizagem e das dinâmicas do planejamento pedagógico gerido pelo professor. O ponto focal é o aluno, sujeito ativo para o aprendizado e, em seguida, o professor, sujeito ativo da gestão da informação e do conhecimento.

Assim, dentre os aspectos pedagógicos acima descritos, quais podem ser compreendidos como ensino tradicional?

Para começar a responder à pergunta, devemos entender que a palavra “tradicional” se remete a todos os hábitos, crenças, comportamentos e costumes praticados de geração a geração. O ensino tradicional não foge dessa análise.

Importante é também saber que todos os sistemas pedagógicos que se tornaram tradicionais uma vez foram inovadores e/ou experimentais em algum momento da história. Por isso, não é meu objetivo desconstruir e nem criticar de forma negativa o ensino tradicional, mas ratificar que todo processo de ensino-aprendizagem que se consolida no tempo e na relação professor-aluno se torna tradicional.

Passando agora à pergunta anteriormente dirigida, tem-se duas respostas distintas na atualidade:

  • Para a educação presencial: entende-se hoje que o primeiro e segundo aspectos pedagógicos estão na esfera do ensino tradicional, sendo amplamente praticados na rotina educacional, pois a formação tradicional docente foi construída e mediada pelos aspectos pedagógicos citados. O terceiro aspecto pedagógico está em fase de acepção e consolidação e, em muitos casos, alia-se a processos inovadores e experimentais;
  • Para a educação a distância: atualmente o terceiro aspecto está vinculado ao ensino tradicional pelo uso das novas tecnologias de informação e comunicação em ambientes virtuais de aprendizagem. O primeiro e segundo aspectos pedagógicos participaram de forma pontual na história da EaD (ensino via correspondência, rádio e televisão), porém, não se consolidaram como o terceiro aspecto, principalmente hoje na era digital (4ª Revolução Industrial).

A educação a distância é uma realidade e está em progressiva expansão, a tal ponto de influenciar diretamente a educação presencial atualmente. Todavia, nunca estará imune dos processos de ensino-aprendizagem que são (ou serão) consolidados através do tempo.

Na prática, a EaD quebrou paradigmas, rompeu barreiras para o acesso à educação e remodelou critérios de gestão do MEC, além de desenvolver novas carreiras educacionais e constantes inovações tecnológicas no processo de ensino-aprendizagem.

Por outro lado, grande parte das instituições de ensino superior adotam o ensino tradicional na EaD diante do seguinte aspecto pedagógico: autoaprendizado do aluno pelo plano ou guia didático dirigido; disponibilidade de aulas gravadas pelo professor titular; disponibilidade de livro didático ou texto de apoio; processo avaliativo via questões objetivas e/ou discursivas; e mediação pontual da tutoria.

O ensino tradicional na EaD já é uma realidade, mesmo apresentando pontos de atenção, tais como: a adaptação de determinado perfil de aluno (autoaprendizado contínuo), número expressivo de evasão e desafios para obtenção de notas satisfatórias no Enade.  De toda forma, a ensino tradicional na EaD não pode ser rotulado como bom ou ruim porque compete à inteligência educacional das IES na geração de indicadores de qualidade satisfatórios no processo de ensino-aprendizagem.

Por fim, a EaD não é uma novidade, já carrega uma história pedagógica como a educação presencial. Possui também sistema de ensino tradicional e está aberta a novas metodologias inovadoras e experimentais que poderão ser consolidadas futuramente. No entanto, fica a reflexão que tudo o que é tradicional desenvolve vícios, cria raízes positivas e negativas, bem como pode dificultar novas oportunidades, novas práticas e novos hábitos.

https://blog.saraivaeducacao.com.br/wp-content/uploads/2021/03/o-ensino-tradicional-na-educacao-a-distancia-ja-e-uma-realidade.jpg 338 900 Givago Dias https://blog.saraivaeducacao.com.br/wp-content/uploads/2020/08/logotipo-saraiva-educacao-01-300x115.png Givago Dias2021-03-23 09:25:402021-03-23 09:25:40O ensino tradicional na educação a distância já é uma realidade

Como garantir a autonomia do professor no ensino superior?

16/03/2021/0 Comentários/em Especialistas, Inovação /por Tassia Affonso

A autonomia do professor é um assunto que extrapola os fazeres didáticos-pedagógicos dentro da sala de aula para as interfaces da instituição. 

Os benefícios do desenvolvimento da autonomia do professor para a qualidade do ensino podem ser vistos por alguns, enquanto pontos como o avanço da tecnologia e diretrizes e processos internos podem ser vistos como limitadores.

Em um mundo mais digital e com o perfil de alunos e ensino se transformando, será mesmo que a tecnologia é a vilã da autonomia dos professores? Como garantir a autonomia do professor em um mundo cada vez mais tecnológico e dinâmico à mudanças? 

Neste artigo vamos falar sobre como as plataformas e as conhecidas TICs – Tecnologias da Informação e Comunicação – podem ser benéficas para a autonomia do professor, e como preservá-las para dentro e fora da sala de aula considerando o alinhamento com a instituição.



Os dois lados da autonomia

Quais obstáculos os professores têm enfrentado para o exercício mais autônomo de sua profissão e como os professores interpretam uma ação autônoma em seu trabalho docente são questões que, para serem respondidas, é preciso considerar diversos fatores.

Por um lado, o excesso de autonomia docente pode ser interpretado como lacuna de normas institucionais. A autonomia, se não bem alinhada aos critérios de avaliação, pode fazer o docente não ter insumos suficientes para direcionar suas ações, de acordo com o objetivo da instituição. 

Por outro lado, a existência de processos limitantes e diretrizes distanciadas da realidade, principalmente dentro da prática da sala de aula, ou qualquer imposição não acordada entre instituição e docente, pode ser interpretada como falta de autonomia.

Entendendo-se a autonomia como a liberada para desempenhar funções e papéis de formas personalizadas, únicas e diferenciadas, as tecnologias podem ser grandes aliados na jornada rumo à garantia da autonomia.


Como garantir autonomia com as novas tecnologias



As plataformas digitais e tecnologias de informação e comunicação (TICs) então adentrando o contexto das instituições e da sala de aula com o propósito de não só otimizar processos como alinhar a atuação docente para uma nova geração de alunos. 

Muitas instituições buscam inovar e acompanhar a tendência tecnológica do mercado através da aquisição de plataformas digitais. 

Existem plataformas como os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA), ambientes que simulam uma sala de aula, e existem também plataformas e ferramentas com finalidades específicas, como bibliotecas digitais, plataformas de aplicação de simulados e diagnóstico e banco de questões.

É preciso entender como essas plataformas preservam a autonomia do docente e podem ser muito benéficas para sua atuação, além de como podem reforçar a autonomia do professor como fundamental para a inovação educacional. 

Além de ser mais uma ferramenta para uso, a utilização de novas tecnologias permite ampliar o acesso a recursos mais diversificados e de maior qualidade, além de permitir trabalhar com conceitos de Learning Analytics (dados da aprendizagem) e gamificação, que colaboram para que os docentes passem a adotar novos métodos de ensino e inovem no processo de ensino-aprendizagem.



Desse modo, para garantir a autonomia do professor frente às novas ferramentas, deve-se priorizar tecnologias que não se sobreponham à atuação do docente, mas sim que sirvam como uma nova ferramenta de valor no qual eles enxergarão benefícios e facilidade de uso. 

Em tecnologias que preservem a autonomia do professor, a aquisição se constitui como uma base, em que o professor pode reduzir sua carga de elaboração de conteúdos, aproveitando os conteúdos e ferramentas fornecidos, mas ainda assim a possibilidade de complementar com seus próprios conteúdos ou tirar insumos e benefícios claros para sua atuação fora da plataforma. 

Relatórios e medições advindos da tecnologia podem ser entendidos como insumos para a atuação do docente para além da tecnologia.

Conclusão

Garantir a autonomia docente frente às novas tecnologias passa pelo entendimento e exploração das tecnologias como um suporte à autonomia docente e como facilitadoras do cumprimento de tarefas rotineiras, abrindo espaço para ações mais estratégicas dentro da instituição. 


Para fora da sala de aula, os professores podem dividir suas experiências com a utilização de tecnologias, dividir conquistas e dificuldades. 

A tecnologia pode ser aliada à autonomia do professor,  mas só se consegue uma participação positiva com a existência de processos claros de comunicação dos benefícios e limites mútuos para a existência da autonomia. 

Essas e demais decisões dependem de um bom processo de comunicação e da descentralização da tomada de decisão, para privilegiar a autonomia dos trabalhos dos professores.

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https://blog.saraivaeducacao.com.br/wp-content/uploads/2021/03/a-autonomia-do-professor.jpg 338 900 Tassia Affonso https://blog.saraivaeducacao.com.br/wp-content/uploads/2020/08/logotipo-saraiva-educacao-01-300x115.png Tassia Affonso2021-03-16 11:01:382021-03-23 09:11:04Como garantir a autonomia do professor no ensino superior?
Metodologias ativas no ensino remoto: fotografia de uma estudante sorrindo enquanto assiste uma aula online.

As metodologias ativas, tecnologias e ensino remoto

09/03/2021/0 Comentários/em Especialistas, Inovação /por Isabella Sánchez

Há quase um ano, o ensino remoto se tornou uma das únicas possibilidades de interação no Ensino Básico e Superior, em um mundo mergulhado na pandemia do novo coronavírus. Sendo assim, a rotina da aula on–line já não é novidade para ninguém, ainda que os desafios e dificuldades estejam mais presentes do que nunca.  

Em muitos encontros virtuais de educadores, ouvi os mesmos relatos aflitivos. “Falo sozinho na frente do computador” ou “meus alunos simplesmente não aparecem nos encontros online”. A falta de interesse parece ser o elemento-chave da angústia docente: entre todas as dificuldades técnicas e de recursos, perdeu-se o “olho no olho” da sala de aula.  

Durante o Congresso Internacional de Educação e Tecnologia (Ciet), a fala de uma palestrante ecoa até hoje na memória: “a falta de engajamento já era um problema no presencial”. E, de fato, quem leciona sabe que a motivação sempre esteve na lista de principais desafios dentro de uma sala de aula.  

As discussões em torno das metodologias ativas trouxeram uma mudança de paradigma nas experiências de ensino-aprendizagem convencionais. Mas será que elas podem trazer contribuições para o ensino remoto? Com certeza. 

1. Combine o jogo 

O primeiro passo para a efetividade das metodologias ativas, no on e no off-line, é combinar o jogo com os estudantes. Os benefícios desse tipo de dinâmica pedagógica nem sempre são claros a eles, e é importante que no início do curso o professor possa explicar quais serão as práticas utilizadas, seus objetivos e o que se espera do aluno. Manter esse diálogo com a turma também ajuda a criar conexão e favorecer a construção coletiva, além de engajá-los durante o processo. 

2. Não existe metodologia certa 

Escolher entre os tipos de metodologias disponíveis para aplicar em uma disciplina requer não só entendimento técnico (domínio do professor), mas também entender bem o perfil dos estudantes. Isso deve ajudar a selecionar os métodos que vão não só funcionar melhor, mas que atenderão bem a turma. Além disso, vale considerar os objetivos pedagógicos da disciplina e do curso.  

3. Explore ferramentas tecnológicas 

É possível utilizar simuladores de matemática para exercitar conceitos de física com alunos de graduação em Engenharia. Para os estudantes do curso de letras, um aplicativo que permita a leitura e construção de textos coletivamente, pode ser muito útil.  

Esses são apenas exemplos de como ferramentas tecnológicas disponíveis podem ser aproveitadas para fins pedagógicos, dentro de experiências de ensino remoto. Recursos digitais, como videoaulas e ebooks, aplicativos multimídia e tutores inteligentes, podem e devem ser aplicados como recursos educacionais.  

Há inúmeras ferramentas para criação de conteúdo, para jogos online (como os Quiz do Kahoot) ou ferramentas de apresentação colaborativas (como Menti ou Prezi).  

4. Metodologias ativas que funcionam 

Uma das mais conhecidas é a sala de aula invertida. Por meio dela o estudante pesquisa sobre o tema da aula, tem contato com leituras e materiais em múltiplos formatos e no momento da aula, faz debates e discussões com os colegas, mediados pelo professor.  

Em casos de ensino remoto com aulas síncronas (videoaulas ao vivo, com interação), essa metodologia pode funcionar muito bem. O aluno tem autonomia para se preparar e aprender sobre o tema anteriormente, e a discussão acontece no momento da aula, pela ferramenta de videochamada.  

Na Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP), o professor pode propor um problema a ser solucionado pelo aluno, com materiais complementares e propostas de pesquisas que o ajudem a chegar em uma resposta. Sistemas Tutores Inteligentes (STI) podem ajudar em algumas áreas específicas, principalmente de exatas.  

Já na Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP), os alunos podem focar em desenvolver projetos juntos, construídos com a orientação do professor e dos tutores, se for o caso. Inclusive essa interação pode acontecer em fóruns, de forma assíncrona, ou por meio de ferramentas de colaboração on–line (como as do Google Suite). Aplicativos como Zoom, permitem que o professor gerencie diversas salas de discussão com grupos de alunos, favorecendo esse tipo de construção coletiva.  

5. “Na língua” do aluno 

A comunicação de um jeito amigável, respeitando o perfil dos alunos, ajuda a aumentar a motivação, o engajamento e promovem mais participação no ambiente remoto. Apesar de muitos professores negarem o potencial dos dispositivos móveis, é ali que seus alunos passam a maior parte do tempo. Ou seja, investir em canais de comunicação pelo WhatsApp ou Telegram, pode valer a pena.  

A ideia não é criar mais um grupo para o compartilhamento de figurinhas (embora algumas delas sejam verdadeiros materiais didáticos). O objetivo principal é o de promover o diálogo com os estudantes em ambientes que já são familiares, e possam servir como espaços de compartilhamento de conteúdo, revisão de aula e plantões de dúvidas.  

6. O estudante é o centro de tudo 

Mensurar a aprendizagem é um dos grandes desafios dos docentes, mesmo no ensino presencial. Uma pesquisa do Instituto Crescer, mostrou que 46% dos educadores não sabem avaliar se os alunos estão realmente aprendendo com as aulas on–line. Nesse caso, aplicativos de formulários como Google Forms e Forms da Microsoft são opções que podem funcionar para a criação de atividades avaliativas ou como formas de colher feedbacks sobre assuntos específicos. É possível gerar relatórios e entender as coincidências entre acertos e erros.  

Também é comum que os professores se sintam altamente frustrados com problemas estruturais que afetam o desempenho dos alunos no on-line (57% afirmam que por mais que se dediquem, muitas vezes os alunos não se envolvem por questões de infraestrutura).  

É por isso que o planejamento pedagógico para o ensino remoto precisa ser essencial e contar com as ferramentas e os canais que melhor atendem o aluno. Por exemplo: será que formatos de conteúdo em áudio ajudam a levar o mesmo conhecimento que uma videoaula, para aqueles com problemas de internet? Criatividade quase nunca significa complexidade e as metodologias e tecnologias podem provar isso.  

Sobre este artigo  

Para quem chega por aqui agora, aproveito a oportunidade para me apresentar: sou especialista em Educação e Tecnologia aplicada à Educação pela Ufscar, com ênfase em Gestão da Educação à Distância e Produção e Uso de Tecnologia na Educação. Também sou formada em Letras pela USP e Comunicação Social (Jornalismo) pela Faculdade Cásper Líbero.  

Atualmente gerencio os times de conteúdo das soluções digitais da Saraiva Educação e dos conteúdos de doutrina do selo editorial Saraiva Jur. Produzimos materiais pedagógicos para instituições de ensino superior e livros de Direito para estudantes, professores e profissionais jurídicos. Saiba mais aqui! 

Pretendo abordar aqui, periodicamente, os principais assuntos e reflexões sobre o universo da educação superior. Seja muito bem-vindo e volte sempre! 

https://blog.saraivaeducacao.com.br/wp-content/uploads/2021/03/metodologias-ativas-no-ensino-remoto.jpg 338 900 Isabella Sánchez https://blog.saraivaeducacao.com.br/wp-content/uploads/2020/08/logotipo-saraiva-educacao-01-300x115.png Isabella Sánchez2021-03-09 10:00:482021-03-09 09:34:36As metodologias ativas, tecnologias e ensino remoto

O que se espera do designer instrucional para os próximos anos?

02/03/2021/0 Comentários/em Especialistas, Inovação /por Givago Dias

As tecnologias educacionais transformaram o ensino tradicional nos últimos 20 anos e promoveram um processo de requalificação profissional de todos os recursos humanos, desde o pedagógico até os setores administrativos. 

Embora a evolução da informática, a obsolescência  programada e o alto nível de conectividade tenham impactado diretamente a utilização das ferramentas técnicas pelos profissionais de ensino, estas contribuíram para o desenvolvimento de novas funções e também de novas tendências de trabalho na área educacional. 

As inovações pedagógicas, a consolidação da educação a distância e as novas metodologias para a aprendizagem consolidaram a relevância do profissional em design instrucional na gestão de projetos educacionais para a modelagem do ensino, a fim de qualificar os métodos e recursos educacionais utilizados na inteligência pedagógica das instituições. 

Historicamente, o termo “design instrucional” remete aos manuais desenvolvidos por instrutores e elaboradores de tutoriais durante a Segunda Guerra Mundial.  Os manuais e tutoriais para o treinamento dos soldados com as devidas instruções de manejo de armas, montagem e conserto de veículos e equipamentos, táticas de atuação em campo e demais ações eram projetados e encaminhados para as divisões de infantaria.

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No contexto contemporâneo da educação, os profissionais que atuam na área de desenvolvimento do design instrucional são responsáveis pela engenharia pedagógica na concepção e compreensão do projeto de curso ou disciplina, da utilização dos recursos didáticos aplicados aos conteúdos dirigidos, da eleição de tecnologias de informação e comunicação adequadas e da gestão da qualidade do processo de aprendizagem dos alunos. 

Atualmente, diversas instituições de ensino estão à procura de designers instrucionais com habilidades e competências diferenciadas, não exclusivamente atreladas à visão teórica na elaboração de projetos, pois necessitam da participação prática e efetiva no treinamento discente e docente do que é modelado pedagogicamente. 

Algumas organizações qualificam a especialização do técnico profissional de design instrucional, denominado analista de projetos educacionais. Enfim, são dimensões funcionais que evoluem conforme tendências e o desenvolvimento de novas carreiras no mercado educacional.

O maior desafio para os próximos anos do designer instrucional será administrar a qualidade e excelência do processo de aprendizagem em todos os níveis de ensino, desde a educação básica à educação superior. Deverá atuar como facilitador na aplicação dos recursos didáticos instrumentalizados pelas ferramentas tecnológicas aplicadas frente às produções audiovisuais diversificadas (entrevista, reportagem, aula expositiva, observação, encenação, animação etc.), concentração na linguagem dialógica textual dos materiais didáticos, treinamento e desenvolvimento dos recursos humanos, big data educacional e, principalmente, às metodologias utilizadas na gestão de informação e conhecimento educacional.

O desenvolvimento estratégico de metodologias é competência fundamental do designer instrucional, pois qualifica o núcleo de eficácia da sua engenharia pedagógica. Hoje, estamos presenciando a demanda de expressão e ação de metodologias experimentais seccionadas por diversos termos e técnicas para o aprendizado: estudos e métodos de caso, design thinking, aprendizagem por projetos, gamificação, blended learning, sala de aula invertida, peer instruction, learning by doing, dramatização, autoavaliação e exames por pares etc.

O designer instrucional merece investimento profissional com a contrapartida da entrega do resultado pedagógico projetado. Sabemos que eficácia e eficiência organizacional é uma constante e, para a educação em geral, deve ser aplicada a uma gestão de qualidade. É isso que se espera deste profissional para os próximos anos, seja como carreira especializada e consolidada no mercado, seja como carreira absorvida ou conexa às funções de coordenação, direção e gestão.

Independente do que seja o futuro profissional, avalio a necessidade de novas expertises do designer instrucional nos próximos anos. Será o profissional que qualificará os processos gerenciais das instituições em quatro grandes estratégias do ensino e aprendizagem: conectividade, interatividade, design e inovação.

https://blog.saraivaeducacao.com.br/wp-content/uploads/2021/03/designer-instrucional.jpg 338 900 Givago Dias https://blog.saraivaeducacao.com.br/wp-content/uploads/2020/08/logotipo-saraiva-educacao-01-300x115.png Givago Dias2021-03-02 09:00:062021-03-01 15:50:11O que se espera do designer instrucional para os próximos anos?
Fotografia com foco em uma estudante segurando um livro e sorrindo.

Aluno não é cliente

23/02/2021/0 Comentários/em Especialistas, Estratégia /por Renato Avanzi

A palavra “cliente” em português deriva do latim “cliens”, que especifica ser o indivíduo que se torna dono de algo por meio de algum pagamento.

Sob o olhar do marketing, cliente é aquela pessoa que adquire algum produto ou serviço de uma empresa ou prestador individual.

Os estudos mais aprofundados do marketing dão conta de que o cliente pode ter muitas especificações, de acordo com a sua forma de adquirir e se relacionar com algo: comprador, usuário, consumidor, influenciador, especificador, ativo, inativo, recorrente, satisfeito, insatisfeito etc.

Em alguns casos, sugere-se a prática de um princípio muito conhecido por todos: “o cliente sempre tem razão”.

Diante do exposto, seria possível concluir: o aluno paga recorrentemente suas mensalidades para receber serviços educacionais, portanto ele é um cliente da escola e tem sempre razão.

Só que não!

O que o aluno compra de fato

Apesar de o aluno ter interesse em conquistar conhecimentos, na prática o que ele compra é um diploma.

Não fosse assim, bastariam as aulas de uma escola sem reconhecimento do Ministério da Educação (MEC) ou de um professor particular que não fornece um Certificado de conclusão. Mas isso não é suficiente.

O aluno busca e necessita de um diploma. É por meio dele que será possível seguir para os próximos níveis de escolaridade, dando saltos qualitativos e quantitativos em seus conhecimentos acumulados, tornando-se apto ao exercício de uma profissão no futuro.

Aqui reside a grande diferença entre o cliente e o aluno:

  • O cliente tem como única responsabilidade pagar pelo produto comprado.
  • O aluno tem como uma das suas responsabilidades pagar as mensalidades, mas ela não é única para que ele tenha a garantia de receber o seu diploma.

Além dos pagamentos contratados, é obrigação do aluno ter uma frequência escolar e uma média final acima do patamar mínimo exigido pela instituição de ensino.

Sem o atendimento dessas duas condições, o aluno não receberá o diploma tão aguardado.

Diferenças entre aluno e cliente

Reflita sobre mais algumas diferenças entre o aluno e o cliente, para que possamos evoluir para um ponto muito importante: como conquistar uma imagem positiva junto aos interessados no ensino oferecido.

Entre outras particularidades, temos:

  • Como cliente, sempre que você compra um produto ou serviço faz questão de recebê-lo.
  • Como aluno nem sempre isso acontece. O aluno pagou pela aula, o professor se esforça para entregar o serviço educacional, mas às vezes o comprador não quer receber: não é incomum surgirem pedidos para que a aula acabe mais cedo ou simplesmente não seja dada.
  • O cliente verifica a qualidade do produto ou do serviço antes da compra, podendo até mesmo exigir antecipadamente quem será o especialista que vai atendê-lo.
  • O aluno também busca qualidade, mas não tem como exigir qual será o seu professor, nem saber se as aulas que receberá serão fascinantes ou entediantes.
  • O cliente costuma comprar novamente para repor o mesmo produto ou serviço que ele aprovou.
  • O aluno jamais pagará de novo para cursar o mesmo nível que ele já frequentou e foi aprovado.

O que a instituição de ensino pode fazer

Analisadas essas diferenças, isso não significa que a instituição de ensino deva tratar o aluno como um pagante qualquer.

Ao contrário. Mesmo não se caracterizando classicamente como um cliente, o aluno precisa receber tratamentos especiais para ter alguns comportamentos de cliente: comprador, consumidor, influenciador, ativo, recorrente, satisfeito.

Quando pensamos que o aluno não tem condições de requisitar o educador que ele gostaria de ter na sala de aula, temos que imaginar que a maneira de ele exigir a qualidade esperada está focada essencialmente na imagem que a instituição de ensino construiu no mercado.

Existem muitas maneiras de forjar a reputação de uma instituição de ensino, mas ela decorre principalmente do marketing de influência ou, em outras palavras, do boca a boca.

Quem já estudou ou está estudando convive em um ambiente acolhedor, é reconhecido como ser humano e recebe um bom serviço educacional tem a tendência natural de compartilhar sua percepção positiva com seus pares, diretamente ou nas redes sociais.

Leia o artigo “Comunicação corporativa: como engajar alunos para melhorar a captação de matrículas” publicado no nosso blog para conhecer sete dicas práticas e fáceis para ter alunos que se transformem em embaixadores da sua marca.

Algumas escolas se tornaram referências em seus segmentos de atuação ou nas suas regiões de influência. Com isso elas conquistaram a preferência dos alunos ao desenvolver maneiras diferenciadas de se relacionar com eles no dia a dia.

O aluno influenciador

Entre os principais influenciadores para a escolha de uma instituição de ensino estão os pais e o próprio aluno.

Dependendo do que o estudante comente em casa e do que os pais acompanhem da prática dos estudos, eles influenciarão tanto a permanência do jovem na escola, quanto a decisão de vizinhos, amigos e parentes.

Fica a dúvida: como a instituição de ensino pode atuar sobre o aluno para que ele se comporte como um cliente-influenciador? Deixando claro para ele, a cada dia, quais são os diferenciais e benefícios oferecidos pela instituição.

Você só consegue repassar as informações que estão consolidadas na sua mente. Quanto mais você ouve sobre benefícios, mais fácil será justificar aos seus pares a sua decisão e a sua recomendação.

É preciso dar aos alunos argumentos para que eles consigam defender a escolha pela instituição.

Claro que há outras ações de comunicação que devem ser realizadas em paralelo, mas consolidar em impressos, mídias digitais e nos discursos internos quais são os diferenciais oferecidos é indispensável para dar forma concreta ao que antes era só um bom sentimento.

Aluno quer um ensino fraco

É verdade que vários alunos expressam o desejo de participarem de provas fáceis, trabalhos simples, aulas nada complexas.

Mas esses mesmos alunos são capazes de postarem em suas redes sociais comentários negativos falando da falta de profundidade do ensino que receberam e da baixa qualidade dos professores.

Portanto, fica um alerta: apesar do discurso solicitando facilidades, o que realmente faz a diferença no longo prazo é a qualidade do ensino e a profundidade da formação.

É importante desmistificar a falsa lógica de que o ensino tem que ser fraco para não provocar evasão no ensino. Ao longo do tempo, um ensino ruim se torna responsável por uma reputação comprometida, que afasta grande quantidade de interessados.

Cada instituição de ensino tem o seu perfil e valores que a caracterizam e devem ser respeitados. É fundamental que a comunicação institucional adote um planejamento que permita a construção de uma imagem sólida, capaz de transformar ex-alunos em eternos alunos.

Para isso, é preciso tratar o estudante como se fosse um cliente que quase sempre tem razão, embora isso não seja uma verdade absoluta.

Pense nisso: imagem é tudo, sede não é nada! Ou algo semelhante ao que dizia o slogan antigo de um refrigerante.

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https://blog.saraivaeducacao.com.br/wp-content/uploads/2021/02/aluno-nao-e-cliente.jpg 338 900 Renato Avanzi https://blog.saraivaeducacao.com.br/wp-content/uploads/2020/08/logotipo-saraiva-educacao-01-300x115.png Renato Avanzi2021-02-23 12:02:332021-02-23 12:04:05Aluno não é cliente

Entenda como aplicar a gamificação na educação

16/02/2021/0 Comentários/em Especialistas, Inovação /por Tassia Affonso

A estratégia de gamificação já é amplamente utilizada em diversos setores para engajar e motivar usuários, como em dinâmicas de premiação e reconhecimento, fidelização ou incentivo. 

Na educação, o conceito de gamificação pode ser facilmente identificado em contextos escolares da educação básica. Porém, engana-se quem acredita que essa metodologia ativa não pode ser aplicada no Ensino Superior também.

Utilizar a gamificação como estratégia de aprendizagem ativa na educação superior supera várias lacunas do ensino tradicional, aprimorando o processo de ensino-aprendizagem, promovendo alinhando com tendências de metodologias ativas e assegurando benefícios tanto para os alunos quanto para o docente e para a instituição. 

Neste artigo vamos falar sobre como aplicar a gamificação na educação superior com o objetivo de obter resultados para muito além de um alinhamento com a tendência tecnológica e do envolvimento de plataformas. 

O que é a gamificação?

No Ensino Superior, a abertura ao lúdico é cada vez mais restrita dentro do ensino tradicional. Por isso, muitas vezes, o reconhecimento da aplicação da gamificação é tido como descolado ou inadequado para esse contexto. Nesse sentido, é importante entender o que esse conceito engloba, para então aplicá-lo.


A gamificação deve ser entendida como uma estratégia, e não o jogo em si ou a utilização de interfaces de jogos. Em outras palavras, o termo gamificação compreende a aplicação de estratégias de jogos em atividades de não jogos. 



Em um contexto mais amplo, a gamificação pode ser entendida como uma  estratégia de metodologia ativa. Metodologia ativa é um conceito amplo, que pode englobar diferentes práticas dentro do contexto de ensino-aprendizagem. 

Em comum, todas têm o objetivo de tornar o aluno protagonista dentro do processo, participando ativamente de sua jornada educativa. Principalmente em momentos em que as instituições são desafiadas a reinventar os processos de ensino-aprendizagem, a utilização de metodologias ativas pode se tornar um grande diferencial.  

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Como aplicar gamificação na educação superior?

Para saber como aplicar a gamificação na educação superior, a instituição e os docentes devem levar em consideração diversos elementos, dentre eles: 

1.  Estimular o acerto e progressão

A literatura indica que os três pilares para qualquer processo de gamificação ter sucesso são: 

  • aprender com o erro;
  • protagonismo;
  • engajamento. 

Numa estratégia de gamificação, é importante a presença de tarefas factíveis em que o acerto é estimulado, podendo o aluno progredir e liberar tarefas conforme acertos.

Aqui, uma importante distinção é entre estimular o acerto e penalizar o erro. Nos ensinos tradicionais, muitas vezes o erro é penalizado diretamente em tentativa única pelo sistema de notas. 

Em uma estratégia de gamificação, os acertos devem ser estimulados com chances de recuperação e progressão mútuas conforme tentativas.

É importante notar que, para isso, não são necessários grandes investimentos. Em um exemplo básico, um trabalho em grupo em sala de aula, que permita ao grupo avançar para novas tarefas apenas quando um resultado estipulado é atingido na etapa anterior, sem restrição de tentativas, é uma maneira de se aplicar a gamificação na educação.

Outro ponto importante para estimular o acerto e a progressão é fornecer feedbacks a cada tentativa. 

O feedback ao jogar, estimula não somente a aprendizagem ativa, como permite que o aluno tenha um status enriquecido de sua performance, estimulando-o a seguir para novas etapas. 

No feedback, materiais complementares ou outros materiais podem ser oferecidos para aprimoramento.

2. Sistemas de pontuação e recompensa

A maneira mais básica de incluir o estilo dos jogos em uma dinâmica é oferecer recompensas pela perfomance, por meio de elementos como medalhas, pontuações e premiações. 

Rankings de pontuação e recompensa, comparação com o desempenho global da turma, novos bônus para desempenhos superiores a um limite podem estimular o esforço e estudo dos participantes.

3.  Gamificação eletrônica

Como discutido, um primeiro conceito importante é entender a gamificação como uma estratégia e não necessariamente como tecnologia. 

Por outro lado, as plataformas digitais e a tecnologia são aliados para potencializar esse conceito. As plataformas digitais permitem não só uma interface mais familiar com a de jogos previamente conhecida, como permite uma utilização em massa, alinhado a práticas de coletas de dados, relatórios e desempenho dos alunos.

Ainda, devido ao sistema de tentativas e progressão, idealmente o  aluno deve ter acesso a conteúdos não repetidos. Ou seja, uma maior quantidade de conteúdos  diferentes dado à dinâmica de acertos e erros é necessária, estimulando competências de aprendizagem ainda maiores. 

Esse ponto também pode ser potencializado por tecnologias que ofereçam não somente o ambiente gamificado, como também os conteúdos e feedbacks em cada etapa de progressão.

Quais são os benefícios da gamificação?

Os benefícios de se saber como aplicar a gamificação na educação são diretos tanto para alunos quanto para docentes, e em último nível para a instituição. Dentre eles:

1. Maior engajamento e motivação dos alunos

A gamificação já é sinalizada com diversos resultados para o maior engajamento de alunos na literatura. Isso porque ela se apresenta como saída para um aprendizado mais dinâmico e ativo por parte do aluno, estimulando maior engajamento pela necessidade de avançar nas demandas e, assim, mantê-los motivados. Os alunos, por sua vez, já estão acostumados com a dinâmica de jogos, o que torna a utilização da gamificação de fácil assimilação e aderência.

Estimula-se, ainda, uma maior responsabilidade do estudante pela construção do próprio saber, de modo que sua progressão depende majoritariamente dele e não diretamente do ritmo das aulas.

Leia também: 8 dicas para aumentar a motivação para alunos

2. Inovação no fazer pedagógico

Principalmente em momentos em que as instituições são desafiadas a reinventar os processos de ensino aprendizagem, a utilização de metodologias ativas na prática pode se tornar um grande diferencial.  

A possibilidade do uso de metodologias ativas é uma estratégia muito interessante na medida em que busca tornar o processo de ensino-aprendizagem mais atrativo, superando a noção de aulas expositivas e com pouca interação no processo de ensinar. 

3. Estímulo à autoaprendizagem e desenvolvimento de competências

O ensino gamificado transfere o papel de atividade para o aluno, de modo que seu processo depende majoritariamente dele mesmo e menos do professor. 

O aluno não somente tem seus conhecimentos testados, como se sente estimulado a progedir, desenvolvendo não somente habilidades técnicas como também de resolução de problemas e criatividade.

4. Redução da sobrecarga de tarefas com intermediação de docente 

O estímulo à autoaprendizagem associado a um maior engajamento e motivação dos alunos culmina na redução da sobrecarga de tarefas com intermediação do docente. 

Assim como em qualquer metodologia ativa, a estratégia de gamificação permite e estimula um avanço do aluno por conta própria, de forma que o docente pode focar esforços em orientações, ações individualizadas ou ainda em outras ações estratégicas. 

Gostou de conhecer melhor  sobre como aplicar a gamificação na educação e como ela pode potencializar ativamente o processo de ensino-aprendizagem da sua instituição? Aproveite para conferir também o nosso artigo sobre ferramentas de metodologias ativas!

https://blog.saraivaeducacao.com.br/wp-content/uploads/2021/02/como-aplicar-a-gamificacao-na-educacao.jpg 338 900 Tassia Affonso https://blog.saraivaeducacao.com.br/wp-content/uploads/2020/08/logotipo-saraiva-educacao-01-300x115.png Tassia Affonso2021-02-16 10:55:092021-02-16 10:55:09Entenda como aplicar a gamificação na educação
Liderança inovadora: fotografia de um professor à frente de uma sala de aula apontando para um estudante que está com o braço levantado para fazer uma pergunta.

Liderança Inovadora nas Instituições de Ensino Superior: como engajar docentes, estudantes e demais membros da comunidade acadêmica para atender as necessidades do mercado

09/02/2021/4 Comentários/em Especialistas, Gestão /por João Brillo

Inovar ou se renovar se tornou fundamental para sobrevivência e o crescimento sustentável das Instituições de Ensino Superior (IES) para ter alto impacto nas estratégias de gestão acadêmica, alinhadas às necessidades do mercado.

Mas como gestores podem desenvolver a criatividade e estimular inovações nas IES, engajando estudantes, docentes e demais membros da comunidade acadêmica para atender as necessidades do mercado?

Quais as competências essenciais que líderes e gestores das IES devem desenvolver para engajar suas equipes, estudantes e toda a comunidade acadêmica, para ofertar mão de obra qualificada que atenda à demanda do mercado?

Ainda hoje, vemos que as IES e as organizações que compõem o mercado de trabalho são parecidas com silos independentes, onde há falta de comunicação e transversalidade nos processos de formação profissional.

Foco no mercado

Muito tempo atrás, em um simpósio para professores de ensino superior de química, apresentei o perfil profissional para atender às necessidades das empresas químicas e petroquímicas.

Comecei apresentando o resultado de uma pesquisa, que entre outras informações, indicava que cerca de 80% das demissões voluntárias nas empresas se davam por razões comportamentais e não técnicas.

Uma professora fez uma intervenção que deixou todos os presentes em estado de reflexão profunda. Ela mencionou que toda a grade escolar era formada por disciplinas iminentemente técnicas e, vendo que o fator de maior sucesso profissional nas empresas era o comportamento dos profissionais, ela concluía que, no limite, estava formando estudantes para o insucesso profissional.

As competências comportamentais são críticas para o sucesso profissional dos estudantes, mas não costumam ser aprendidas nas IES. Por exemplo, em que disciplina o estudante aprende a dar e receber feedback estruturado? E a prática do feedback é um fundamento importante na comunicação eficaz entre líderes e liderados nas organizações.

Leia também: saiba como desenvolver o ensino por competências na educação profissional

Nesse contexto, o que deveria ser uma troca de conhecimento entre as IES e os estudantes acaba condicionada por ambos pelo hábito da relação hierárquica de transmissão do conhecimento; ex.: professor para aluno, chefe para subordinado, em que o líder despeja seu conhecimento (às vezes defasado do mercado) sobre o liderado e despreza a sua necessidade e contribuição na formação contínua de ambos.

Desenvolver liderança inovadora nas IES pode colaborar efetivamente para enfrentar esse desafio, incentivando o diálogo contínuo com as partes interessadas (docentes, estudantes, membros da comunidade acadêmica, acionistas, mercado, fornecedores, sociedade, etc.) sobre a necessidade de a instituição inovar / se renovar, e que seja um valor compartilhado internamente e percebido por essas, bem como esteja relacionado com a paixão e a visão de futuro dos líderes e gestores das IES, e não com a posição hierárquica que ocupam nessas instituições.

Liderança Inovadora nas IES

Para criar uma liderança inovadora nas IES, deve-se buscar desenvolver na instituição uma combinação de estilos de liderança empreendedora, transformacional, carismática e participativa.

Quando as instituições são criadas, quase sempre seus fundadores formam a cultura organizacional com um motivo poderoso, uma visão clara e com uma liderança empreendedora, que impulsiona a organização e cria valor para as partes interessadas.

Os estilos de liderança transformacional e participativa são principalmente adequados para obter uma transformação cultural inovadora, em que a liderança costuma usar o poder, embora com moderação e não com uma atitude autocrática.

Esses líderes costumam usar o poder para articular problemas, indicar limites, romper barreiras, trocar pessoas e criar espaço para inovação na instituição, mas não visam aumentar sua própria posição de poder. Costumam exercer a posição de poder, mas agem de forma transformacional, envolvendo outras pessoas para desenvolver um ambiente organizacional fértil à inovação / renovação.

Líderes inovadores, quando criam as instituições, têm qualidades de líderes empreendedores e começam as atividades acadêmicas com uma ideia inovadora.

Já quando atuam em instituições existentes, costumam ser carismáticos, trabalham de forma transformacional, dão sentido às ações da organização e são autênticos.

O principal papel da liderança inovadora nas IES deve consistir precipuamente em atrair, mobilizar, desenvolver e reconhecer os talentos da instituição com o objetivo de cocriar novos processos, produtos e serviços, com foco nas necessidades do mercado.

Tais líderes devem encorajar novas ideias e assumir os riscos dessas ideias, formar equipes com base na diversidade das pessoas, criar relações de confiança, gerenciar bem os conflitos, saber delegar tarefas de acordo com o nível de competência das pessoas, incentivar e apoiar o trabalho em equipe de alta performance.

Líderes inovadores de uma IES devem procurar identificar e atender à necessidade das partes interessadas e devem ser capazes de:

  • Atrair e desenvolver pessoas que compartilham seu sonho e paixão de realizar algo novo, a visão de futuro da instituição, e estar preparados e dispostos a apoiar suas iniciativas;
  • Expressar a visão e o sentindo da missão claramente, estimulando o orgulho, ganhando respeito e confiança das partes interessadas;
  • Comunicar suas altas expectativas, utilizar símbolos para focar os esforços, expressar propósitos importantes de maneira simples;
  • Estimular a inteligência emocional e intelectual na organização, a troca de conhecimento dentro e no entorno da instituição e o cuidado na solução dos problemas;
  • Dar atenção personalizada, aconselhar docentes, estudantes e demais membros da comunidade acadêmica;
  • Ser acessível, pedir feedback e não ter medo de trazer à tona as emoções para serem discutidas;
  • Conhecer os próprios pontos fortes e fracos e saber pedir ajuda aos outros para superar os pontos fracos.

Modelo Septagrama dos Líderes Inovadores (MSLI)

O Modelo Septagrama dos Líderes Inovadores—MSLI— (Brillo e Boonstra, 2018) revela como as organizações de sucesso implementam inovações sustentáveis e quais os modelos mentais que líderes bem sucedidos desenvolvem para fazer a inovação acontecer nas suas organizações.

A Figura a seguir ilustra o MSLI, que é composto por 7 mentalidades fundamentais que pode servir para o desenvolvimento da liderança inovadora nas IES.

Imagem mostrando o Septagrama dos Líderes Inovadores (fonte Brillo e Boonstra, 2018)

Septagrama dos Líderes Inovadores (fonte Brillo e Boonstra, 2018)

Mentalidade Estratégica

A mudança cultural mexe com os sentimentos das pessoas. Quando as situações são incertas, elas costumam buscar informações e significados para poder interpretá-las. O significado dá cor à situação e à direção do comportamento das pessoas.

Quando a sobrevivência da instituição está em jogo, costuma gerar incerteza, que às vezes pode ter um efeito paralisante na organização.

Uma liderança inovadora costuma tomar a iniciativa em tais casos – interpretando a situação e mostrando o caminho a seguir – oferece uma nova perspectiva sobre a situação existente e o futuro.

É assim que uma liderança inovadora nas IES pode inspirar outras a se juntarem a ela nesse curso, aproveitarem o novo futuro, fazendo a diferença em situações incertas, devendo ser capazes de:

  • Ter disposição para desenvolver e manter redes internas e externas de incentivadores das estratégias da instituição e envolver as partes interessadas no andamento dessas estratégias;
  • Reconher situações pouco claras, a incerteza que isso pode causar e dar significado a elas, comunicando, de forma aberta e honesta, o real estado das coisas;
  • Acreditar que um novo futuro possa ser alcançado por meio de um esforço conjunto e que sempre é preciso pedir ajuda aos outros para que pensem juntos sobre um panorama novo e desejável para o futuro;
  • Gostar de inspirar as pessoas sobre o ponto de vista do significado comum na organização, do valor para as partes interessadas e dos valores fundamentais da instituição;
  • Ter uma visão atraente do futuro, inspirar as pessoas para enxergarem esse futuro e dar direção estratégica contando histórias atraentes sobre o “novo mundo”.

Mentalidade Política

Muitos interesses estão ativos dentro e ao redor das IES. Os acionistas são importantes para a continuidade financeira e os estudantes fiéis são essenciais para a estabilidade e sustentabilidade das instituições.

Concorrentes, novos entrantes e substitutos podem ameaçar o modelo institucional e desafiar a organização a inovar.

Políticos e autoridades influenciam as atividades acadêmicas expressando opiniões e desenvolvendo novas leis e normas.

Para qualificar a instituição para o futuro torna-se essencial analisar as forças e pressões dos interesses que a influenciam. As partes interessadas também contribuem para as dinâmicas dos processos dentro das IES.

Nesse sentido, líderes inovadores nas IES devem:

  • Criar uma visão geral dos interesses e das posições de poder das partes interessadas dentro e ao redor da instituição;
  • Ter disposição para formar uma coalizão de pessoas dentro e fora da organização que apoiem a mudança e queiram participar dela;
  • Formar amplas redes de relacionamento para fomentar iniciativas inovadoras e servir de modelo positivo para os componentes dessas redes;
  • Obter comprometimento e suporte para mudança, vindos de todos os tipos e de todas as partes envolvidas dentro e fora da instituição;
  • Tomar decisão de forma clara e percebida pelas partes interessadas como justa. Deve ser clara também o que essa decisão significa para as pessoas e o que se espera delas em função dessa decisão.

Mentalidade Transformacional

Líderes inovadores em mudanças culturais nas IES devem promover inovações formulando uma visão desafiadora e ser capazes de motivar os outros com essa visão.

Para alcançar essas mudanças culturais, tais líderes formam coalizões vitais com pessoas que querem desempenhar um papel de liderança nessa visão e formam equipes inovadoras, que desafiam os conceitos existentes na organização.

Líderes transformacionais visualizam o futuro. Essa visão reflete o significado da organização e deixa claro o que ela defende e a mensagem que transmite.

A força da instituição também pode ter mais visibilidade nessa visão. Uma visão motivadora costuma dar significado ao trabalho das pessoas, faz com que elas sintam orgulho da organização e descreve o significado da instituição para as partes interessadas.

Líderes inovadores nas IES que desenvolvem uma visão inspiradora devem:

  • Levar em consideração os valores e as opiniões e identificar pessoas-chave para enriquecer e promover a visão de futuro da instituição;
  • Reconhecer as forças positivas e negativas que estão presentes na organização e procurar atender às necessidades das pessoas para que a visão possa ter significado para elas;
  • Fortalecer a identidade da instituição e conectar as pessoas com os valores compartilhados nela;
  • Comunicar claramente com as partes interessadas no sentido de mostrar quem é realmente a instituição;
  • Compartilhar a visão do ambiente da organização, ter a capacidade de formular estratégias de inovação e de atrair e desenvolver pessoas para formar uma equipe vencedora.

Mentalidade Apreciativa

Líderes em mudanças culturais e em inovações nas IES devem ter consciência do passado e reconhecer as contribuições de seus antecessores.

Tais lideranças devem saber como valorizar as pessoas pela forma como contribuem para a instituição. Devem envolver os outros a participar da mudança cultural, abrir espaço para emoções e ser honestos em dizer como a mudança vai afetar a vida das pessoas.

Também devem procurar desenvolver relações de confiança e apreciar as diferenças de pontos de vista das pessoas, porque creem que essas diferenças podem ser uma fonte contínua de renovação.

Uma liderança inovadora em uma IES deve apreciar a diferença entre as pessoas e a diversidade delas, desenvolver relações de confiança e abrir espaço para diálogo sobre os valores culturais da instituição, que implica em:

  • Fazer perguntas apreciativas, como por exemplo: aual foi a inovação mais importante da instituição e como nós podemos aproveitar essa experiência para desenvolver inovações bem-sucedidas?
  • Acreditar na capacidade das pessoas de iniciar e realizar inovações que ajudam a organização a se qualificar para o futuro;
  • Conhecer e apreciar as diferentes competências das pessoas e formar equipes com perfis variados;
  • Construir relações de confiança com docentes, estudantes e demais membros da comunidade acadêmica, sendo acessível e honesto sobre sentimentos e emoções;
  • Vivenciar os valores que prega e apoiar efetivamente as iniciativas das pessoas nos processos de mudança.

Mentalidade Experencial

Essa mentalidade é sobre experimentar a inovação/renovação nas IES, tornando os resultados visíveis, aceitando e aprendendo com os erros e compartilhando ricas experiências.

As pessoas aprendem com os eventos críticos e com os erros cometidos. Essas experiências de aprendizagem formam a cultura da instituição, porque vivenciando tais situações as pessoas aprendem a lidar com eventos inesperados.

A ideia por trás disso é que as pessoas que aprendem nas organizações, normalmente são curiosas e estão dispostas a experimentar. Experimentar e aprender pode levar pessoas de diferentes origens a compartilhar espontaneamente seus conhecimentos e vibrar com o sucesso mútuo.

Nesse sentido, uma liderança inovadora numa IES deve ser capaz de:

  • Construir uma visão compartilhada e prática para prospectar visões compartilhadas do futuro, que promovam o compromisso e o envolvimento das pessoas, em vez de conformidade;
  • Questionar os modelos mentais e pressupostos básicos que condicionam a forma de entender o mundo e de agir diante de incertezas;
  • Tornar visíveis os resultados, fornecendo feedback à equipe, compartilhando histórias e celebrando os sucessos alcançados;
  • Ter consciência dos efeitos do seu comportamento sobre os outros e se dispor a discuti-lo abertamente e a refletir sobre os seus modelos mentais e as limitações deles.

Mentalidade Ativa

Inovação sem implementação efetiva é um devaneio, e a implementação da inovação sem uma visão estratégica é um pesadelo.

Líderes inovadores numa IES devem ter uma orientação para a ação. Tais líderes devem querer alcançar resultados e estão empenhados em realizar mudanças profundas. Tomam a iniciativa de mudar sua instituição, descobrindo que há muitos tipos possíveis de intervenção nos processos de mudança.

As intervenções são ferramentas utilizadas e atividades essenciais para realizar a ambição da mudança. O estado da arte das intervenções nos processos de mudança consiste numa combinação coerente, abrangendo o desenvolvimento de um plano de ação, o motivo da mudança e a estratégia de mudança para realizar a inovação, que compreende:

  • Compartilhar uma ambição que guia suas ações e se motivar a fazer intervenções para realizar a mudança e para experimentar ativamente novas práticas de trabalho;
  • Ter iniciativa e concentrar energia em torno das coisas que precisam mudar;
  • Envolver as partes interessadas a trabalharem juntas nos desafios para fazer a mudança acontecer na instituição;
  • Estar consciente da influência que exercem e da posição que ocupam na instituição, bem como deixar claro porque fazem certas escolhas e estabelecem prioridades alinhadas com os valores que proclamam;
  • Demonstrar comportamento exemplar, serem visíveis, fazerem o que dizem e representarem um modelo positivo a ser seguido pelos outros.

Mentalidade Reflexiva

Uma liderança inovadora em mudanças culturais numa IES deve estar consciente das dinâmicas dentro e no entorno da instituição, e deve saber efetivamente o que está acontecendo dentro e no entorno da organização.

Tal liderança se conhece e estuda os outros com profundidade. Usa essa consciência para direcionar a energia das pessoas na instituição e realizar inovações.

Durante a mudança cultural, as tensões nos processos de inovação costumam ser óbvias e parte integrante da dinâmica organizacional.

Geralmente, essas tensões costumam ajudar a descobrir as regras não escritas da instituição e as dinâmicas subjacentes que orientam o comportamento das pessoas.

A mudança profunda coloca os valores, os hábitos e as formas de conduta existentes sob pressão, e podem surgir tensões e conflitos, que podem ser uma fonte criativa de renovação de valores mais profundos.

Nesse sentido, para desenvolver uma mentalidade reflexiva, uma liderança inovadora numa IES deve:

  • Conversar informalmente com as partes interessadas para saber o que os preocupa e situações específicas que podem dar algum sinal de como as coisas estão indo;
  • Pesquisar sobre motivação e necessidades sociais e emocionais das pessoas e analisar as situações específicas para descobrir padrões culturais existentes que possam contribuir para mudanças profundas;
  • Desenvolver uma antena social potente e ter consciência da sua trajetória, dos momentos importantes da sua vida e da sua carreira;
  • Saber bem o que lhe dá energia e quais são as suas ambições e fontes de inspiração, conhecer seus pontos cegos e fracos e saber como compensá-los;
  • Ser acessível, não ter medo de tornar suas emoções visíveis e objeto de discussões.

Acredito que para desenvolver uma liderança inovadora nas IES é necessário ter paixão por renovação/inovação dentro e no entorno das instituições, para ter ideias criativas para se autodesenvolver, arregaçar as mangas e colocar em prática essas ideias nas suas organizações.

Espero que tais líderes tenham motivos e oportunidades para inovar/renovar na sua instituição, fazendo coisas de forma diferente, melhor e com valor econômico, desenvolvendo junto com as partes interessadas novos processos, produtos e serviços para ofertar mão de obra qualificada que atenda à demanda do mercado.

Gostaria de enfatizar que querer inovar ou se renovar não deve ser um objetivo em si, mas sim uma estratégia das IES, para evoluir como um processo contínuo e obter êxito com ou apesar das circunstâncias do ambiente institucional.

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  • Comparação com o Referencial de Excelência da Base de Dados do Site;
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Referências

Brillo, J., Boonstra, J. (2018) Liderança e Cultura Organizacional para Inovação, Editora Saraiva.

Brillo, J. (2020) Liderança Inovadora: como se destacar em ambientes de mudanças, Editora Expressa / Saraiva educação.


https://blog.saraivaeducacao.com.br/wp-content/uploads/2021/02/lideranca-inovadora-nas-instituicoes-de-ensino-superior.jpg 338 900 João Brillo https://blog.saraivaeducacao.com.br/wp-content/uploads/2020/08/logotipo-saraiva-educacao-01-300x115.png João Brillo2021-02-09 09:00:442021-02-18 12:01:41Liderança Inovadora nas Instituições de Ensino Superior: como engajar docentes, estudantes e demais membros da comunidade acadêmica para atender as necessidades do mercado
Inteligência educacional: fotografia com foco nas mãos de uma pessoa digitando em um computador.

A sua IES possui inteligência educacional?

02/02/2021/0 Comentários/em Especialistas, Estratégia /por Givago Dias

O título do texto pode ser considerado uma novidade, porém, carrega inúmeros significados. Primeiro, a resposta à pergunta: Sim, todas as instituições de ensino superior (IES) possuem inteligência educacional!

No entanto, compreender e gerir na prática o termo não é tão simples como a sua apresentação. A inteligência educacional é um termo generalista, abrange a inteligência pedagógica e envolve critérios e complexidades práticas acerca de dados, informações e conhecimentos.

Nos últimos 20 anos, as diversas transformações no mercado, as novas metodologias de ensino, as atualizações nas políticas educacionais, novas regulamentações, novas diretrizes e a cultura adaptativa a diversos cenários mudaram as perspectivas e expectativas das IES. A exemplo da pandemia do novo coronavírus em 2020, compreender a inteligência educacional é uma obrigação na gestão organizacional das IES.

O que é inteligência educacional?

O termo inteligência, conforme o dicionário LARROUSE (2005), significa um conjunto de funções mentais que tem por objeto o conhecimento conceitual e racional; entendimento; capacidade de escolher entre diversas alternativas, de se adaptar a diferentes situações; julgar; discernir.

Qual é a sua importância?

A compreensão da inteligência educacional é necessária a todas as IES porque influencia o que ela é na teoria e na prática. Em simples análise, é possível conhecer o seu diferencial, as suas metodologias escolhidas, o perfil dos alunos, os recursos humanos em nível pedagógico e administrativo, a cultura institucional, o ambiente organizacional e a sua função social diante dos princípios educacionais.

Como é gratificante ter conhecimento via leitura do Projeto Pedagógico Institucional (PPI), Projeto de Desenvolvimento Educacional (PDI) e dos Projetos Pedagógicos de Curso (PPCs). Todavia, a descrição nos instrumentos citados pode ser bem diferente na prática, dificultando o trabalho do avaliador ou interessado na compreensão da inteligência educacional da IES.

Como colocar em prática?

Aliar teorias e práticas de gestão educacional não é uma tarefa fácil para as IES, principalmente no atual setor econômico e com as diversas transformações sociais e mercadológicas.

Avaliar a inteligência educacional é um desafio. Entender como os elementos, dimensões e os recursos humanos estratégicos, gerenciais e operacionais atuam nas IES merece tempo e atenção. Inúmeros dados internos e externos, informações sobre processos setoriais e conhecimento do serviço educacional que é prestado não pode ser mensurado apenas em um projeto ou análises estatísticas que identificam só problemas a serem resolvidos. Existe uma inteligência pedagógica sensível, real e com avaliação positiva que deve ser analisada e tratada inicialmente com muito profissionalismo.

Ao longo dos últimos cinco anos presenciei diversas implantações de soluções educacionais terceirizadas, desenvolvimento de novos processos e tecnologias, treinamentos didáticos-pedagógicos, pesquisas educacionais e metodologias de ensino digitais (EaD) sem a devida atenção à inteligência educacional da IES.

O resultado foi catastrófico e ineficiente, fora o custo econômico operacional investido nos diversos projetos e ações estratégicas. Por outro lado, em alguns casos, os resultados negativos promoveram mudanças e adaptações significativas que influenciaram a inteligência educacional das IES e, certamente, contribuíram para a abertura de novas possibilidades, novas posturas e a conversão em resultados positivos.

Conhecer o que as IES são na teoria e na prática é uma virtude. Antes de tomar qualquer ação para implantação de soluções, desenvolvimento e aplicações de novos projetos educacionais é necessário o autoconhecimento da sua IES diante suas potencialidades e complexidades.

Do que adianta contratar bibliotecas virtuais e sistemas de informação para fins acadêmicos, se não há treinamento contínuo e endomarketing para alunos e funcionários no manejo, conhecimento e adaptação às novidades? Funciona de forma adequada a implantação de ambientes virtuais de aprendizagem e ferramentas didáticas sem treinamento contínuo dos docentes? É possível desenvolver uma inteligência de mercado (BI) sem racionalizar uma metodologia na interpretação dos dados e informações para a tomada de decisão institucional na captação de alunos?

As experiências e possíveis questionamentos apresentados merecem atenção, e acima de tudo, o conhecimento da inteligência educacional da sua IES antes de qualquer ação transformadora ou empreendedora.

Preparar previamente a IES para mudanças setoriais, aplicação de metodologias (ágeis ou cascata) na gestão de custos e TI, bem como no investimento em qualificação pedagógica dos docentes são ótimos exemplos de ações mediadas com o conhecimento da inteligência educacional da IES, antes da mudança e implantação de soluções a curto, médio e longo prazo de forma definitiva.

Por fim, só depende da própria IES o conhecimento e desenvolvimento da sua inteligência pedagógica. No mais, é difícil ouvir depois de aplicadas as mudanças e transformações organizacionais a frase: “Mas nós sempre fizemos assim!”

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https://blog.saraivaeducacao.com.br/wp-content/uploads/2021/02/inteligencia-educacional.jpg 338 900 Givago Dias https://blog.saraivaeducacao.com.br/wp-content/uploads/2020/08/logotipo-saraiva-educacao-01-300x115.png Givago Dias2021-02-02 09:40:492021-01-21 17:00:54A sua IES possui inteligência educacional?
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