Uma pesquisa realizada pela empresa Cmov em 2018 aponta que não é apenas o financeiro que causa a evasão durante o curso superior. A cada 10 estudantes, 8 não sabem o que fazer profissionalmente.
Com base nisso, é possível concluir que muitos estudantes acabam ingressando em um curso pela opinião dos pais, nota do vestibular ou por motivos superficiais sem realizar a devida pesquisa e reflexão.
Então, por onde começar? O que pode ser feito para que os cursos ofertados tenham taxas menores de evasão?
Definir métricas para avaliar o benefício de oferecer o curso
Muitas instituições já possuem tradição e reconhecimento em determinadas graduações. Sendo assim, considerar o que o mercado procura e o que sua instituição oferece são detalhes importantes para ter uma qualidade nos cursos acima da expectativa.
Uma boa forma de analisar é através de KPI’s (Key Performance Indicators, ou Indicadores de Resultado-Chave). Um indicador de qualidade pode ser utilizado para verificar se as taxas de evasão do curso não estão acima da média. Caso esteja, é importante descobrir a raiz do problema para analisar se a procura está baixa ou se pode ser algo relacionado ao ensino, estrutura ou plataforma.
Nesse sentido, avaliar o que já é ofertado na sua instituição, a estrutura, a tecnologia e o plano pedagógico pode ser a chave para uma melhora significativa na captação e retenção de alunos.
Tendências
Segundo o INEP, cerca de 1,7 milhão de brasileiros fizeram matrículas na Educação a Distância (EaD) no primeiro semestre de 2020. E um levantamento realizado pelo Google em 2020 mostra que as buscas por ensino a distância cresceram 130%.
Possuir cursos nessa modalidade ou transformar uma parte da carga horária de presencial para online pode ser uma boa estratégia.
Vale ressaltar o quão importante é buscar a plataforma, corpo docente e plano pedagógico competitivos para receber reconhecimento do Ministério da Educação e chamar a atenção para os cursos a distância.
Em relação aos cursos, devido à pandemia, cursos na área da saúde, como enfermagem, farmácia e biomedicina, devem possuir crescimento na busca.
Outra área em que poderá ocorrer aumento é a tecnologia. Segurança da informação, gerenciamento de dados e desenvolvimento de sistemas podem ser excelentes opções considerando o contexto atual do mercado de trabalho no Brasil e no mundo.
Por fim, áreas como administração, contabilidade, marketing, comércio exterior e publicidade são essenciais para qualquer empresa. Por essa razão, cursos voltados para inovação e estratégia são indispensáveis.
Acompanhar o CPC e o CC de cada curso
O Conceito Preliminar de Curso (CPC), é um dos indicadores mais importantes criados para avaliar a qualidade das graduações oferecidas em uma escala de 1 a 5. Com a obtenção máxima de nota, é possível se tornar referência em determinado curso.
Para estabelecer a pontuação, esse indicador analisa estrutura, equipe pedagógica, recursos didáticos, entre outros fatores. Logo, se o curso está com um ótimo desempenho faz sentido continuar ofertando o curso na IES.
Já o Conceito de Curso (CC) é a nota final dada pelo MEC a instituições de ensino superior nas modalidades presencial e a distância. Essa nota pode confirmar ou modificar o que foi considerado no CPC.
Disponibilizar orientação sobre a carreira profissional
Quando se fala em carreira e profissão, é comum acharem que os termos são sinônimos. Entretanto, a carreira inclui cargos, empresas, competências e habilidades durante a vida profissional. Já a profissão é tudo aquilo que é estudado, dentro e fora de uma IES, para atuar na área desejada.
Como já abordado anteriormente, na maioria das vezes os estudantes que ingressam no ensino superior não possuem certeza sobre a graduação que escolheram. Muitas vezes, por não pesquisarem sobre os cargos, possibilidades de atuação e mercado de trabalho, alguns estudantes podem se frustrar e desistir da graduação, contribuindo com os índices de evasão.
A primeira opção pode ser a disponibilidade de um teste de orientação vocacional tanto para alunos (retenção) quanto para futuros alunos (captação).
Na segunda opção, podemos considerar países como o Estados Unidos, onde é comum as instituições de ensino superior possuírem uma Central de Carreiras que ajuda com a empregabilidade dos estudantes.
Sendo assim, não adianta apenas ofertar as vagas de estágio. É necessário disponibilizar um plano de carreira, que será traçado durante os estudos, seja através de uma matéria específica, palestras ou profissionais que sejam qualificados para tirar as dúvidas desses alunos. Outro fator importante, é começar isso o quanto antes na graduação, já que a maioria das pessoas desistem logo no início do curso.
Em suma, todos esses itens podem servir de pesquisa para entender qual carreira cada aluno quer seguir e consequentemente se o curso está fazendo sentido para a maioria.
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Este artigo foi produzido pela BRG Educacional.