Aplicado há mais de 20 anos, o Exame Nacional de Avaliação do Desempenho dos Estudantes (ENADE) consolidou-se como um dos principais termômetros de comprovação da qualidade das IES e de seus respectivos cursos. O conceito Enade para IES possui um peso enorme para a reputação das instituições, uma vez que a nota obtida pelo aluno que reflete na avaliação da própria instituição. Com isso, o MEC deseja promover a melhoria do ensino superior no país.
Sozinho, o Enade corresponde a aproximadamente 55% do Conceito Preliminar de Curso (CPC) — cujos dados podem determinar a renovação, ou não, do reconhecimento dos cursos superiores. Além disso, as notas do Enade têm expressividade para a classificação das instituições em rankings como o RUF (Ranking Universitário Folha), de amplo apelo midiático, o que tem grande influência na captação de alunos.
Por esse motivo, alcançar e manter um bom conceito no Enade é cada vez mais impactante no planejamento estratégico das IES brasileiras, pois seu resultado tem influência na sobrevivência das instituições no mercado do conhecimento.
IES que não consigam resultados favoráveis no Enade correm o risco de prejudicar seriamente sua reputação e sofrer diversas sanções, como fechamento de cursos ou redução do número de vagas.
O sucesso no Enade depende da perpetuação de uma cultura organizacional em torno do exame, envolvendo os principais stakeholders das IES (reitores, coordenadores, diretores, professores e, sobretudo, alunos). Para tanto, é preciso que os gestores saibam compreender o que está por trás da avaliação Enade, a fim de implantar um planejamento correspondente aos interesses institucionais, tanto pedagógicos quanto mercadológicos.
Entenda, neste post, como analisar os resultados do Enade e implantar ações que incluam o exame na rotina institucional. Além disso, uma ferramenta virtual gratuita está auxiliando gestores a compreenderem de forma mais prática os indicadores do MEC e do INEP para tomarem as melhores decisões.
O que a nota do ENADE realmente diz sobre a sua instituição?
O Enade é integrante do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) e “avalia o rendimento dos concluintes dos cursos de graduação, em relação aos conteúdos programáticos, habilidades e competências adquiridas em sua formação” (INEP). Trata-se de um importante mecanismo de feedback para as IES, já que atesta a excelência dos cursos e da própria instituição.
Por meio desse indicador é possível avaliar a qualidade do ensino e se as condições de aprendizado permitem aos alunos demonstrar as habilidades e competências esperadas para sua atuação no mercado de trabalho. Além disso, é possível medir a reputação institucional e se o projeto político pedagógico está de acordo com as expectativas do MEC e do próprio mercado de trabalho.
Os alunos concluintes — que efetivamente farão a prova do Enade — também fornecem dados que impactam na taxa de retenção das IES. Além da avaliação escrita, o “Questionário do Estudante” é um segundo instrumento de avaliação, de preenchimento obrigatório aos inscritos.
Ele aponta referenciais para a construção do perfil socioeconômico dos alunos e a opinião dos estudantes sobre a organização pedagógica do seu curso, corpo docente e infraestrutura da instituição.
De acordo com o Mapa do Ensino Superior de 2015, 27% dos alunos matriculados em instituições privadas acabam desistindo de estudarr por não conseguirem acompanhar o ensino, em razão de uma lacuna de conhecimento que deveria ser bagagem do ensino médio.
Assim, o aluno ingressante também possui função crucial no Enade, embora não faça a prova. As IES têm obrigação de inscrever os ingressantes para que o INEP calcule o Indicador de Diferença dentre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD), que mede quanto de conhecimento o aluno agregou ao longo de toda sua vida acadêmica. A nota atribuída é baseada no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
A análise dos resultados do Enade permite, ainda, que as IES comparem seus projetos pedagógicos com os de outras instituições e a relevância de sua matriz curricular para a organização pedagógica.
Ao serem bem avaliadas, todos os stakeholders das IES são indiretamente beneficiados. A reputação da universidade é mantida, o corpo acadêmico é valorizado e os alunos terão em seu histórico o nome de uma instituição bem-conceituada.
Por que criar uma rotina de preparação para o exame nacional?
O Enade é um modelo de avaliação institucional que integra o ciclo educacional de uma IES por completo, já que começa a partir da entrada do aluno na instituição, engloba a sua permanência até o fim do curso e finaliza com o objetivo de formar profissionais de excelência para o mercado de trabalho.
Dados do INEP afirmam que o número de IES aumentou cerca de 70% na última década. Entre outros motivos, isso se deve ao fato das políticas educacionais que o governo federal estabeleceu para facilitar o acesso de pessoas ao ensino superior e, também, de uma necessidade do mercado de trabalho para a formação de profissionais qualificados.
A concorrência atual faz do Enade um fator determinante para a competição no mercado do conhecimento. O exame demonstra à sociedade o valor de formação que se agrega à vida de um aluno daquela pela IES e como seu diploma aumenta a credibilidade do profissional por ali formado no mercado de trabalho.
Melhorar o conceito Enade é, para muitas instituições, resultado de grande dedicação junto aos professores e alunos. Levando em conta que a aplicação do exame é trienal, o objetivo das IES é sempre superar a nota do exame anterior.
A melhor maneira de se preparar para o Enade é incluir o exame na rotina institucional. Preparações intensivas, que normalmente vêm acompanhadas de provas finais e trabalhos de conclusão de curso, mais fazem criar tensões nos estudantes que propriamente gerar um bom resultado.
A pressão, pelo contrário, pode gerar rejeição ao exame e prejudicar tanto o concluinte quanto a universidade.
Sendo assim, torna-se imprescindível que as IES implantem fatores motivacionais para os alunos, afinal o Enade é obrigatório e pré-requisito para a obtenção do diploma universitário.
O professor Nelson Pereira Castanheira, especialista em Educação, afirmou em entrevista que: “A prova do Enade é considerada uma disciplina, e se você está num curso onde não fez uma disciplina, não acabou o curso. Se o aluno for inscrito para fazer o ENADE e não comparecer, ele não tem uma disciplina, portanto, não pode colar grau”.
Apesar disso, é comum que os alunos não compreendam bem a razão de se preparar para o Enade, imaginando que o exame seja uma avaliação como qualquer outra. É preciso implantar a “cultura do Enade” dentro da organização.
O Enade deve ser realizado com a mesma seriedade de um exame de ordem ou concurso público, já que influencia, de fato, na formação acadêmica e profissional do concluinte, bem como dos colegas que ainda não estejam nas etapas finais do curso.
A pouca importância ao Enade é uma análise pouco inteligente do aluno, mas reflete falta de esclarecimento e engajamento da universidade. E para esse cenário ser revertido, é preciso entender como lidar com os resultados do Enade e implantar estratégias motivacionais que privilegiem a preparação para o exame ao longo do curso, desde a fase de ingresso na instituição.
Também é importante ressaltar que quando o aluno participa do Enade de forma responsável as IES conseguem informações de qualidade sobre a realidade observada no curso. A partir daí é possível repensar os rumos do projeto acadêmico e embasar decisões mais eficazes para a melhoria dos cursos e da própria instituição universitária.
Um aluno com bom desempenho no Enade ganha um currículo de peso e maior receptividade no mercado de trabalho, antes mesmo de sair da faculdade. É como se fosse um selo de qualidade. Tanto que há empresas que não firmam parcerias para programas de estágios com IES cujo conceito no Enade é baixo.
A partir da criação de uma cultura organizacional em torno do Enade, os alunos tendem a prestar o exame com maior dedicação. Ao enxergar a importância do exame para si e para a universidade onde estudam o empenho tende a ser bem maior, pois os estudantes desejarão que sua instituição seja avaliada positivamente, o que reflete no próprio aluno.
É um ciclo: se o aluno é bem avaliado no Enade, a universidade ganha visibilidade e atrairá melhores alunos para a instituição. Por isso, os estudantes precisam realmente mostrar tudo que sabem no exame. E isso envolve, além de talento, interesse por parte do aluno.
Como lidar com os resultados do ENADE?
A criação de uma cultura organizacional para o Enade é reflexo de um planejamento estratégico que enfoca a motivação dos alunos, melhorias no projeto pedagógico, ampliação das áreas de pesquisa e extensão, inovação das metodologias de ensino, uso de tecnologias e até melhorias na infraestrutura da universidade.
Tais ações, portanto, não devem focar apenas na prova e os alunos tidos como mais capacitados para a realização dos exames. Até porque, se espera que a universidade mantenha e supere sua nota, independentemente de grupos específicos de estudantes. E se são apresentadas discrepâncias na avaliação de um ciclo para outro, isso pode ser ruim para a universidade.
Os resultados do Enade servem como instrumentos de avaliação interna de cada curso. E cada núcleo deve observá-los junto aos respectivos corpos docentes para tomar as providências para melhorias.
O ponto de partida para qualquer ação é, logicamente, o projeto pedagógico curso. Este servirá de parâmetro para que as IES desenvolvam objetivos e metas em curto, médio e longo prazos, ao mesmo tempo em que a estratégia Enade reforça uma educação de excelência e prioriza a formação integral dos estudantes.
O planejamento estratégico precisa englobar parâmetros integrados que envolvam de forma transversal os indicadores de avaliação institucional, a alta qualificação para as necessidades do mercado de trabalho e o desenvolvimento socioeducacional.
É fundamental que as IES construam um panorama dos dados históricos do Enade, a fim de observar como a avaliação dos seus cursos vem se comportando ao longo dos anos e em quais pontos a universidade cresceu, bem como o que ainda precisa ser desenvolvido.
Essa observação precisa acontecer por meio de uma análise conjunta, envolvendo as equipes de gestores, coordenadores e professores, para que se atribuam metas de ampliação da avaliação do Enade. Essas metas são a base para as ações pedagógicas, engajamento do corpo docente e alunos, melhorias estruturais e ampliação do relacionamento com o mercado de trabalho.
Por consequência, a observação do histórico de IES concorrentes também se torna imprescindível. Ao comparar-se com outras instituições de interesse é possível compreender melhor quais estratégias podem ser adequadas à realidade da universidade em questão para que esta determine ações para elevar seus resultados e alcançar maior competitividade.
Ter um olhar para outras IES faz parte das chamadas ações de benchmarking educacional, que consistem em aprender com o que as outras instituições estão fazendo. Isso possibilita que uma universidade aplique internamente ideias que estão funcionando para outras instituições.
É um trabalho de bastante intensidade, mas que vai contribuir para o alcance do resultado esperado.
Porém, avaliar esses dados não é uma tarefa simples. Os informativos do INEP e do MEC são dispostos de uma maneira que exige das IES um trabalho denso de cruzamento dos dados. Essa tarefa demanda tempo e corre o risco de ser uma tarefa um tanto desmotivadora — para não dizer cara, pois é possível que seja necessária a contratação de consultorias específicas para isso.
Por outro lado, já existem algumas ferramentas online que estão facilitando a vida dos gestores universitários com relação à visualização e cruzamento desses dados. Uma delas é o Resultado Enade, desenvolvido pela Saraiva Educação.
A ferramenta expõe os dados de forma bastante prática e de fácil navegação. Por intermédio dessa análise as IES conseguem visualizar as informações de seu interesse e tomar decisões mais rapidamente. E melhor, de graça. Por meio do Resultado Enade, é possível:
- acompanhar o Conceito Enade de cada curso da sua IES;
- analisar o desempenho na formação geral e no componente específico;
- observar a evolução da IES, se houver histórico;
- comparar a concorrência;
- avaliar o CPC de cada curso da sua IES;
- acompanhar o IGC de cada um de seus cursos.
Já deu para perceber que o Enade não é um exame pontual, mas diz muito sobre a universidade. É comum, no entanto, que certas IES tenham dificuldade em desenvolver ações direcionadas à avaliação e, mais ainda, consigam engajar os alunos.
É possível engajar mais os alunos?
O engajamento dos alunos começa com a criação de um orgulho institucional. Os estudantes precisam gostar de estudar na universidade e ter o ânimo de querer levar o nome da instituição como um diferencial importante para sua vida, após a formatura.
Além disso, os professores, coordenadores e a gestão administrativa como um todo precisam conquistar a confiança dos alunos, a fim de conhecer seus anseios com relação à universidade.
A construção dessa identidade vem a partir de ações que permitam aos alunos sentir-se parte da universidade. É fundamental que as IES invistam na criação de segmentos internos que estimulem a participação dos alunos.
Diretórios acadêmicos, Atléticas, Empresas Juniores, Núcleos de Pesquisa e Extensão e Eventos Temáticos, de acordo com os preceitos de cada curso, são alguns exemplos para que os alunos permaneçam em atividades dentro dos muros da instituição e agreguem valor à universidade.
Tudo isso demonstra que a IES se importa com o aluno e deseja oferecer alternativas para que o estudante avance em conhecimentos e na preparação profissional, mas também tenha a universidade como um momento único em sua trajetória.
Comunicação eficiente
Uma vez criada a identidade institucional, é muito menor a chance de haver boicote por parte dos estudantes prestadores do Enade. A receptividade para a compreensão da necessidade de realização de um bom exame torna-se muito maior.
Mas a universidade tem muito mais responsabilidades além de se preocupar apenas em cuidar para que o aluno aceite prestar o exame com satisfação e orgulho institucional. Há questões administrativas por parte da administração e coordenação do curso que também estão atreladas ao sucesso do Enade.
As IES devem garantir a inscrição de todos os concluintes habilitados que devem obrigatoriamente prestar o Enade, bem como fornecer os dados de todos os alunos ingressantes.
Para que nenhuma das partes sofra qualquer tipo de penalidade pela não participação no exame, é necessário que as IES utilizem todos os instrumentos de comunicação a seu alcance para divulgar informações relativas ao exame (telefone, SMS, e-mails, whatsApp, grupos de Facebook, murais nos departamentos, quadros de avisos etc.).
Também é necessário que os alunos recebam explicações claras sobre o formato do exame, composição, quantidade de questões (formação geral e componentes específicos) e tempo de realização da prova.
Como os concluintes estão atônitos com todas as outras atividades, também vale a pena lembrar informações básicas para o ingresso no ambiente do exame (horário de fechamento dos portões, material permitido e documentos de identificação obrigatórios, por exemplo).
Preparação continuada para o Enade
A IES precisa organizar a preparação dos seus alunos para o Enade ao longo da graduação. É um erro concentrar os esforços nos semestres finais. A diluição do exame traz tranquilidade e facilita o engajamento dos alunos.
A aplicação de simulados é uma das formas de familiarização com o exame. Todas as disciplinas dos cursos que são avaliadas pelo Enade devem ser abordadas, especialmente dando ênfase àquelas que estatisticamente apareceram mais em anos anteriores.
Além disso, seminários sobre o Enade são de grande valia para aumentar o engajamento dos alunos. É importante gerar informações claras sobre o atual posicionamento da universidade no exame e quais são seus pontos fortes e fracos.
A partir disso, o estímulo à participação conjunta no planejamento estratégico, aceitando ideias de todos os stakeholders, sobretudo dos estudantes, é uma maneira de contribuir para maior engajamento estudantil.
Inovação no ensino e tecnologia
As novas metodologias de aprendizagem para o Ensino Superior e o uso das novas tecnologias também contribuem na preparação para o Enade e ampliam o engajamento estudantil. O ponto nevrálgico dessas metodologias é que o aluno se torna agente no processo educacional, uma vez que interage com os conteúdos.
A realidade do jovem estudante atual é pautada pelo uso constante de celulares, tablets, computadores e a internet. Ele está conectado o dia todo e em qualquer lugar e mescla a utilização desses dispositivos tanto para uso pessoal quanto para atividades profissionais e de estudo.
Isso também fez a sala descentralizar-se. Muitos conteúdos estão sendo distribuídos aos alunos por meio de plataformas digitais, e os resultados são comprovadamente mais satisfatórios.
Assim como os cursinhos pré-vestibulares e as escolas de ensino médio estão disponibilizando conteúdos, dicas, exercícios e simulados online, o mesmo pode ser aplicado com relação ao Enade nas IES.
Além de tornar o aprendizado mais leve, os alunos têm condição de controlar seu tempo e ritmo de estudo. Pesquisas e de diversas instituições respeitadas internacionalmente comprovam que o modelo tradicional de aula, com alunos ouvindo o professor por extensos períodos e fazendo exercícios teóricos, não garante a mesma retenção dos conteúdos em relação a uma atividade interativa.
Outra estratégia bastante atraente é a gamificação (do inglês gamification), que utiliza os fundamentos de jogos para o aprendizado. Tem sido muito aproveitada não apenas no meio acadêmico como também no meio empresarial para engajar pessoas a fim de estimular a resolução de problemas e motivar o aprendizado.
A ideia é criar uma motivação que estimule o “jogador” a querer jogar mais, ou seja, que o aluno tenha vontade de aprender melhor. Esse mecanismo, além de proporcionar recompensas por bons resultados nas atividades, estimula que os alunos percebam sua evolução.
Já que os jogos de celular e tablets estão em alta entre os jovens, o uso de aplicativos voltados à aprendizagem é uma forma de o jovem levar os conteúdos para onde for. Esses recursos estão sendo muito utilizados para a preparação de diversos tipos de exames, incluindo o Enem e concursos públicos.
A grande vantagem da utilização desses recursos — sobretudo no caso de aplicativos para dispositivos móveis — é o fato de serem democráticos e estarem ao alcance da maior parte da comunidade acadêmica.
Por isso, a interação com as plataformas digitais e o ensino híbrido garantem melhores resultados e são perfeitamente aplicáveis na preparação para o Enade. Ao promover a atividade lúdica e a aprendizagem ativa, a relação ente aluno, professor e universidade se estreita e a mensuração dos pontos positivos e de outros a corrigir acontece com maior exatidão.
A qualidade dos cursos superiores está, de fato, nas mãos das próprias universidades. Um resultado falho significa que o caminho está errado e é preciso corrigi-lo. Este post procurou elucidar alguns aspectos que tornam o Enade para as IES algo imprescindível na ampliação de sua qualidade no ensino e da credibilidade junto à sociedade.
Agora que você já sabe o que deve fazer para ter sucesso no ENADE para IEs, experimente a ferramenta Resultado Enade e administre os resultados para uma tomada de decisão que vai levar a sua IES aos primeiros lugares na avaliação.