A revolução tecnológica provocou, no âmbito da educação, o maior acesso às oportunidades pela população e a preparação para o universo do trabalho. Isso não foi diferente no caso do ensino superior.
Nesse sentido, a Educação a Distância (EaD) é uma modalidade educacional que vem se expandido cada dia mais mediante a utilização das tecnologias de informação e comunicação, permitindo que estudantes e professores desenvolvam suas atividades com flexibilidade de horário e local.
O ensino superior a distância funciona de uma forma prática, uma vez que os alunos necessitam de poucos recursos para seu acesso. Porém, é necessário disciplina, dedicação, organização e motivação por parte da gestão da Instituição de Educação Superior (IES), dos professores e dos discentes.
Se você está buscando se aprofundar no assunto, este artigo é para você! Basta continuar a leitura para saber mais sobre o ensino superior a distância.
Conheça um breve histórico da EaD no Brasil
O desenvolvimento da modalidade EaD no Brasil teve seu início no século XX, percorrendo diversas fases até os dias atuais.
Sua idealização ocorreu em decorrência do processo de industrialização, no intuito de formar o trabalhador para a labor industrial, desenvolvendo e capacitando pessoas para o exercício e domínio de determinadas habilidades e atividades.
Para atender às demandas dos trabalhadores, no início dos anos 1930 foram utilizados meios radiofônicos para transmitir os conhecimentos.
Pouco tempo depois, com a implementação da televisão no Brasil, diversos programas educativos nasceram com o objetivo de dar continuidade à capacitação profissional. Dois grandes exemplos são o Telecurso, que surgiu de uma parceria da Fundação Roberto Marinho e da Fundação Padre Anchieta, e o projeto “Um Salto para o Futuro”, que se destinava ao aperfeiçoamento de professores das séries iniciais.
A modalidade foi se desenvolvendo e, com o avanço da tecnologia, o ensino superior a distância vem crescendo aceleradamente nos últimos anos.
A busca pela modalidade é cada vez maior, principalmente por alunos que procuram maior autonomia e flexibilidade nos estudos. É por isso que as Instituições de Educação Superior precisam estar preparadas.
Leia também: a importância do EaD para o ensino superior
Entenda o crescimento e as perspectivas da EaD para o futuro
Como dito anteriormente, o ensino a distância passou por diversos momentos para chegar ao que é hoje. Sua evolução quanto aos formatos de mídia (correspondência, rádio, televisão e finalmente internet) e aos objetivos de sua aplicação já ultrapassa um século de história.
Atualmente, a EaD já conta com um modelo bem estabelecido para a educação, e o que vem evoluindo agora é sua popularidade. Em 2018, pela primeira vez, o número de vagas ofertadas em EaD superou as do ensino presencial, sendo 7.170.567 contra 6.358.534.
Já em 2019, as vagas oferecidas em EaD cresceram 45%, enquanto as do ensino presencial caíram 5,2%. Essa evolução de 2014 a 2019 pode ser acompanhada no gráfico abaixo, retirado do Censo da Educação Superior 2019:
Outros dados da EaD impressionam! O número de ingressantes da modalidade foi de 1.592.184 em 2019, que corresponde a 43,8% dos novos estudantes de graduação do país. Além disso, os cursos a distância possuem 35% dos alunos matriculados na rede particular de ensino superior, que, por sua vez, angaria 75,8% dos estudantes das graduações.
Somada a esse crescimento meteórico da EaD, a pandemia de covid-19 impôs que o ensino presencial também fosse ministrado de forma online no ano de 2020 e em grande parte de 2021. Desse modo, foi criado o ensino remoto, que aplicava a metodologia da aula presencial de forma virtual
A tendência da EaD é crescer ainda mais. A modalidade de ensino já demonstra sua popularidade, além de ser uma importante alternativa para que mais alunos possam cursar uma graduação devido a suas particularidades, e já ter provado o resultado de seus métodos e sua adaptabilidade para a população em momentos críticos.
Dados do Censo da Educação Superior 2020 sobre educação a distância
O Censo da Educação 2020 reforça ainda mais o que já começava a ser indicado pelo levantamento do ano anterior!
Os dados do estudo mostram que, pela primeira vez na história, o ensino a distância superou a modalidade presencial em número de ingressantes em instituições de educação superior públicas e privadas. Em 2019, o cenário havia sido observado apenas na rede particular.
Dos mais de 3,7 milhões de ingressantes de 2020 (instituições públicas e privadas), mais de 2 milhões (53,4%) escolheram cursos a distância e 1,7 milhão (46,6%), presenciais.
O aumento do número de ingressantes entre 2019 e 2020 deveu-se, exclusivamente, à modalidade a distância. Isso porque a modalidade teve uma variação positiva de 26,2% entre esses anos, enquanto nos cursos presenciais houve um decréscimo de 13,9%;
Ao avaliarmos o cenário entre 2010 e 2020, o número de ingressos nos cursos a distância aumentou 428,2%;
Nesse ponto, a participação percentual dos ingressantes em cursos de graduação a distância em 2010 era de 17,4%; em 2020, passou a ser de 53,4%. Ou seja, entre 2010 e 2020, o número de novos alunos na EaD mais do que quadruplicou.
Já no ensino presencial, foi observada uma queda de 14% no mesmo período. Além disso, houve redução dessa modalidade entre 2019 e 2020, de 9,4%.
Qual é o perfil do aluno na educação a distância?
De acordo com o Censo da Educação Superior 2020, o típico aluno do ensino superior a distância cursa o grau acadêmico de licenciatura. Já na modalidade presencial, a maior parte dos discentes cursa bacharelado.
Em relação ao gênero predominante entre os alunos matriculados em cursos de nível superior, o gênero feminino predomina nas duas modalidades de ensino.
Leia também: Conheça o perfil do aluno EaD
Por que investir em EaD?
A inserção da EaD na educação brasileira já está clara para quem chegou até aqui. Sendo assim, neste momento, iremos demonstrar a importância de investir nele.
Seja na criação de novos cursos ou no aperfeiçoamento dos já ofertados, possuir uma EaD de qualidade traz benefícios para a IES por 5 motivos centrais, sendo eles:
1. Crescimento no número de cursos
Cada vez mais, o número de cursos oferecidos a distância vem crescendo e ganhando espaço no mercado da educação. É fundamental que a IES se atente a isso e ofereça o melhor curso possível, pois o perfil atual do estudante é aquele que preza pela qualidade de sua formação e busca instituições bem vistas pela sociedade.
Além disso, novas graduações lecionadas de forma presencial devem ganhar permissão para serem aplicadas na EaD. A IES que se preparar para ofertar esses novos cursos sairá na frente em termos de atender à demanda dos futuros estudantes e fornecer um ensino de alto nível.
2. Aumento de alunos na EaD comparado ao ensino presencial
Como visto anteriormente, a EaD vem crescendo na última década de forma vertiginosa. E, além disso, o ensino presencial tem se mostrado estável, às vezes com um aumento pequeno e, às vezes, como por exemplo nos anos de 2018 e 2019, com quedas no número de ingressantes.
Esse é mais um indicativo de que a IES precisa se preparar para um futuro certo: a educação passará cada vez mais para um formato digital e tecnológico. Desse modo, investir em EaD é se garantir relevante e bem conceituada no ramo da educação superior.
3. Custo benefício
Outra vantagem das aulas a distância é que elas barateiam os custos para a IES. As aulas lecionadas de forma online são mais baratas na medida em que reduzem a necessidade de um espaço físico da faculdade.
Ao desenvolver a EaD, a IES reduz os gastos com energia elétrica, água, etc.
4. Retenção dos estudantes/Combate à evasão
Um dos principais problemas no ensino superior brasileiro, nos dias de hoje, é a evasão de alunos. Para se ter uma dimensão do desafio, mais estudantes trancam ou largam seus cursos do que os que terminam.
A EaD é uma ótima alternativa para combater a evasão, tendo em vista que ela oferece um curso com mais flexibilidade para atender às demandas do aluno.
Além disso, as aulas virtuais vêm aplicando de forma primorosa as metodologias ativas, que dão ao aluno o protagonismo do ensino, deixando-os mais engajados e satisfeitos com sua graduação.
5. Alternativa para alcançar novos estudantes
As particularidades da EaD fazem com que um novo grupo de alunos possa chegar à tão sonhada graduação. Como os horários das aulas tendem a ser flexíveis, a EaD acompanha com maior facilidade a rotina dos estudantes, que tem sido mais cheia e corrida na atualidade.
Além disso, os preços mais vantajosos da EaD ajudam a popularizar a IES, trazendo uma nova gama de alunos. Um último ponto importante é a possibilidade de realizar um curso longe de sua moradia, o que abre um leque para o aluno além das faculdades em sua cidade.
Leia também: Conheça o perfil do aluno EaD
Saiba quais são os tipos de EAD
A modalidade de ensino a distância não conta somente com cursos de graduação. Existem diversos tipos de formações na EaD e também diferentes formas de aplicação das aulas.
Na EaD, podem ser desenvolvidos cursos de:
- Graduação;
- Pós-graduação;
- Técnico;
- Livres;
- Profissionalizante;
- Preparatórios;
- Extensão e muito mais.
É importante que a sua IES estude cada uma dessas modalidades e esteja preparada para conseguir oferecê-las. Afinal, cursos extras sempre agregam valor à formação!
Além dos cursos, os formatos de aula no EAD também são variados. Podemos ter EAD síncrono, assíncrono, híbrido e semipresencial. Esses formatos estão relacionados à flexibilidade do curso.
Síncrono
Na modalidade síncrona, o aluno e professor devem se conectar à plataforma no mesmo horário para a realização da aula.
Assíncrono
Já no assíncrono, o aluno acessa o sistema no momento que desejar, e lá terá disponível todo o material necessário para o seu aprendizado.
Híbrido
No formato híbrido, os alunos terão atividades em horários marcados e outras que poderão ser entregues depois.
Semipresencial
E por fim temos o modelo semipresencial, em que atividades virtuais e presenciais fazem parte da grade do curso. Dessa forma, é importante que a IES se atente também à infraestrutura física da sua unidade, oferecendo suporte e bons espaços para o aluno.
Leia também: Tipos de EaD: conheça os modelos e formatos de cursos a distância
Como funciona a regulamentação para a oferta de cursos EaD?
Para assegurar que a sua instituição de ensino trabalhe com a modalidade a distância de forma correta e alinhada às diretrizes nacionais, é necessário conhecer e acompanhar a regulamentação da EaD.
Dessa forma, as IES interessadas em oferecer ensino superior a distância devem proceder com o credenciamento MEC. Por meio do credenciamento, é feita a solicitação de autorização de curso superior para a oferta de cada curso pretendido.
A seguir, estão as principais normas relacionadas ao tema:
- Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as bases e diretrizes da educação nacional;
- Decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017, que regulamenta em maiores detalhes o ensino a distância;
- Portaria Normativa do Ministério da Educação (MEC) nº 11, de 20 de junho de 2017, que regulamenta os procedimentos de credenciamento de instituição e oferta de cursos EaD.
O Decreto nº 9.057 foi atualizado em 2017 para ampliar a oferta de cursos superiores na modalidade EaD, além de melhorar a qualidade da atuação regulatória do MEC neste campo.
Além disso, a atualização buscou também desburocratizar fluxos, a fim de reduzir o tempo de análise pelo Ministério da Educação e o estoque de processos.
Veja quais são os cursos que possuem autorização para EaD e os que não possuem
A maioria dos cursos superiores já possuem a autorização do Ministério da Educação (MEC) para funcionamento na modalidade EaD. Porém, não são todos. Grande parte das graduações da área biológica e muitas engenharias ainda não possuem essa autorização, por exemplo.
Além disso, algumas exceções, como é o caso dos cursos de Medicina e Direito, necessitam passar por processos diferenciados de autorização, uma vez que é necessário o parecer do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para que o MEC conceda a autorização para EaD.
Cursos que não possuem autorização para funcionamento a distância
Confira alguns cursos que ainda não possuem autorização para funcionamento a distância:
Astronomia; |
Engenharia de Alimentos; |
Biotecnologia; |
Engenharia Aeronáutica; |
Fonoaudiologia; |
Engenharia do Petróleo; |
Geologia; |
Engenharia Florestal; |
Medicina; |
Engenharia Naval; |
Medicina Veterinária; |
Engenharia de Minas; |
Oceanografia; |
Engenharia de Materiais; |
Odontologia; |
Engenharia Nuclear; |
Psicologia; |
Engenharia Química. |
Qual a situação do curso Direito EaD no Brasil?
A busca pela aprovação do MEC para a oferta do curso de Direito na modalidade EaD começou em 2012. As IES vinham, desde então, solicitando a autorização para ofertar o curso. Mas, por conta da objeção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), ela só foi concedida em 2021.
No ano passado, o Ministério da Educação finalmente iniciou os processos de autorização do curso de Direito na modalidade a distância, mas não houve publicação de Portaria que confirmasse a autorização.
Leia também: Entenda a situação do curso superior de Direito EaD no Brasil e como preparar a sua IES.
Saiba como fazer o credenciamento do MEC para o ensino superior a distância
O ensino superior a distância possui a mesma validade das graduações presenciais. Portanto, é importante que a IES faça uma excelente comunicação para que os estudantes entendam que a validade do diploma não depende da modalidade de ensino e sim do reconhecimento do Ministério da Educação.
Como você viu, para oferecer essa modalidade, sua IES precisa, primeiramente, solicitar a autorização do MEC. Então, o Ministério irá analisar uma série de documentos, envolvendo três dimensões:
- organização didático-pedagógica;
- corpo docente e técnico-administrativo;
- instalações físicas oferecidas pela instituição.
Quando o curso é reconhecido pelo MEC, significa que a instituição está dentro dos padrões exigidos para o seu funcionamento. Porém, quando o curso é apenas autorizado, apesar de poder oferecê-lo, a instituição de ensino tem um prazo determinado para regularização.
Tendo a autorização em mãos, a IES já pode abrir as matrículas e receber novos alunos.
Leia também: MEC credenciamento EaD: como credenciar um curso superior a distância?
Entenda como funciona a graduação a distância
Se você chegou até aqui, já sabe que com os avanços da tecnologia e com um mundo cada vez mais dinâmico, o ensino superior a distância vem tomando cada vez mais força. Pela flexibilidade de horário e local que a EaD proporciona, essa tem sido a opção de diversos estudantes. Mas você sabe como funciona uma graduação a distância?
O curso superior EaD normalmente funciona de forma predominante no ambiente virtual e de maneira assíncrona, em que o aluno escolhe o seu horário de estudo. Porém, nem sempre é assim. Para decidir o melhor formato é preciso entender o tipo de público que a sua IES está atraindo e qual a sua possibilidade de oferta.
Por exemplo, é importante analisar se você possui infraestrutura para gravação e edição de aulas, além de plataformas para disponibilizar os vídeos, ou se é melhor realizar aulas ao vivo. É fundamental pensar em pontos como os horários dos professores, o tipo de curso que você oferece e muito mais.
Tudo isso irá depender de um bom planejamento da instituição, desde o momento de autorização do MEC, captação de alunos EaD, processo seletivo, aulas, avaliações, até o momento de formatura e certificação do estudante.
Como funciona a carga horária na graduação a distância?
Uma outra dúvida sobre o funcionamento do ensino superior a distância é referente à carga horária dos cursos EaD. Apesar das dúvidas que esse tema gera, é importante ter em mente que a carga horária funciona basicamente do mesmo jeito que a de uma graduação presencial.
Isso porque a quantidade de horas irá depender do curso e do seu tipo de formação (bacharel, licenciatura ou tecnológico). Para que a sua IES não descumpra nenhuma regra, planeje bem as aulas e as atividades que serão ofertadas para os alunos e veja quais são as exigências do MEC.
Se atente também às atividades complementares, como estágios, seminários, pesquisas entre outras práticas. Elas podem ser obrigatórias pelo Ministério da Educação e também podem ajudar a sua IES a oferecer um curso mais completo e de maior qualidade para os alunos.
Confira como preparar um curso superior EaD
Para preparar um curso EaD, vários pontos devem ser analisados. Antes de qualquer ação, é necessário que se faça um plano de negócios que contemple a filosofia da instituição, os investimentos necessários, o público-alvo, os diferenciais, dentre outros.
Após a definição do plano de ação, é necessário a busca pela autorização do MEC para que, ao final do curso, a IES possa emitir aos seus alunos os certificados de graduação.
Para conseguir a autorização do MEC, os projetos de cursos a distância devem compreender, no Projeto Político Pedagógico (PPP), aspectos pedagógicos, de recursos humanos e infraestrutura.
Os principais tópicos que devem compor o PPP são:
- Concepção de educação e currículo no processo de ensino e aprendizagem;
- Sistemas de Comunicação;
- Material didático;
- Avaliação;
- Equipe multidisciplinar;
- Infraestrutura de apoio;
- Gestão Acadêmico-Administrativa;
- Sustentabilidade financeira.
As IES devem se preparar com uma infraestrutura tecnológica de qualidade e com plataformas de ensino inovadoras, no intuito de facilitar e apoiar o aprendizado do estudante.
Outro ponto muito importante é a montagem de uma infraestrutura física, pois será nessa sede que os estudantes terão acesso às salas de informática, às aulas presenciais, laboratórios, etc.
Com a autorização em mãos e a infraestrutura montada, é hora de pensar na captação de alunos, o que exige um bom planejamento estratégico de marketing.
10 dicas para a criação de conteúdo EaD
A IES que possui graduação em EaD, com certeza sai na frente no mercado educacional. Porém, oferecer um curso online não é o suficiente, é preciso contar com um material rico.
Desse modo, apresentamos agora 10 dicas para a criação de conteúdo EaD de qualidade:
- Compreenda seu público;
- Organize o conteúdo em uma sequência lógica;
- Divida o conteúdo;
- Insira metodologias ativas;
- Reaproveite os materiais já existentes;
- Diversifique o conteúdo;
- Invista em materiais complementares;
- Alterne as formas de avaliação;
- Ouça os feedbacks;
- Atualize o conteúdo constantemente.
1. Compreenda seu público
Assim como em todas as outras áreas, na educação, ao oferecer um produto, é necessário conhecer o mercado e seu público alvo.
Entender o perfil do aluno, seja pela escolha da EaD como modalidade de ensino, seja pelo curso estudado ou por outras características como localidade, rotina, idade, etc, é fundamental para proporcionar uma aula atrativa.
2. Organize o conteúdo em uma sequência lógica
O conhecimento não deve e nem pode ser passado de qualquer forma! A produção dos conteúdos deve seguir uma sequência lógica, em que conceitos avançados devem vir depois de conhecimentos básicos necessários para compreender os assuntos lecionados.
É preciso ter domínio sobre a matéria ministrada, para que a aula seja sempre contextualizada e para que os alunos possam acompanhar a disciplina retendo o máximo possível de conhecimento.
3. Divida o conteúdo
Além de organizar o conteúdo de forma lógica, é importante dividir o assunto respeitando o tempo para as aulas. É necessário planejar as aulas síncronas para caberem no tempo delimitado, da mesma forma que é feita no ensino presencial.
Para os conteúdos assíncronos, os professores podem contar com ainda mais pausas e divisões nas aulas, deixando-as menos maçantes. É importante lembrar que estudar de forma virtual traz muitas distrações para os alunos, por isso, deve ser apresentado um conteúdo objetivo e fluido.
4. Insira metodologias ativas
Metodologias ativas são aquelas que entendem o estudante como parte central do processo de construção do aprendizado. Elas superam o modelo expositivo de aula tradicional, dando ao aluno o protagonismo do ensino.
Com as metodologias ativas, as aulas se tornam mais dinâmicas e interativas, mantendo um estudante muito mais engajado. Bons exemplos que podem ser aplicados na EaD são a gamificação, a aprendizagem baseada em problemas e a sala de aula invertida.
A esse respeito, no livro Metodologias Inov-ativas, as autoras Carolina Costa Cavalcanti e Andrea Filatro explicam que
“A Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) ou Problem–based Learning (PBL) é uma abordagem que utiliza situações-problema como ponto de partida para a construção de novos conhecimentos. É adotada por grupos de alunos que trabalham de forma individual e colaborativa a fim de aprender e pensar em soluções para um problema estudado.”
5. Reaproveite os materiais já existentes
É importante lembrar que um bom conteúdo não precisa ser aquele construído do zero. Seja aulas online, ou até mesmo aulas presenciais anteriores, os professores podem tomá-las como base e reutilizar tudo aquilo que seja vantajoso para um novo conteúdo EaD.
Há ainda uma economia de tempo ao reaproveitar o que já foi produzido. Compreendendo o que deve ser modificado para uma nova aplicação com ainda mais qualidade, um bom conteúdo segue sendo um bom conteúdo.
6. Diversifique o conteúdo
Um dos pontos mais fortes do ensino a distância é a possibilidade de utilizar de diversas tecnologias e formatos nas aulas. A disciplina se torna mais rica e atrativa para os alunos ao utilizar de diversas mídias e hipermídias na educação, como por exemplo vídeos, gráficos, áudios, imagens, etc.
Por estar totalmente conectada à internet, a EaD pode aproveitar, também, de diversos sites, como o YouTube, por exemplo, e até mesmo de redes sociais. Além disso, os professores podem mesclar as aulas nas formas síncronas e assíncronas, dando flexibilidade para o estudante.
7. Invista em materiais complementares
Além de preparar uma boa aula, é interessante que o professor ofereça materiais complementares para os alunos. Esses conteúdos adicionais podem ser podcasts, textos, vídeos, etc, e proporcionam ao estudante um aprofundamento em disciplinas que mais gostam ou que possuem maior dificuldade.
Com a EaD, a tendência é que o estudante tenha mais liberdade e independência para os estudos, e, com isso, acesse diferentes materiais além dos apresentados em aula. Uma boa alternativa para a IES é investir em uma biblioteca digital de qualidade.
8. Alterne as formas de avaliação
É o momento de focar em avaliações que realmente analisem todo o processo de aprendizagem do aluno, e não só em observar questões certas ou erradas. Na EaD, as avaliações podem ser realizadas com maior periodicidade e não precisam, necessariamente, atribuir pontos, podendo servir para ver o que tem sido retido ou não pela turma para aperfeiçoar as aulas.
Avaliar os estudantes com trabalhos em grupo, provas orais e escritas, redações e pesquisas, ajudam a desenvolver diversas habilidades para um bom profissional no futuro. Além disso, o aprendizado de conteúdos diferentes pode ser mensurado com mais precisão ao utilizar metodologias diversas.
9. Ouça os feedbacks
O retorno do cliente é extremamente necessário para compreender os pontos fortes e fracos de um produto, e uma aula segue essa máxima. O feedback do estudante deve ser observado e incentivado pela IES, pois com ele ela poderá compreender o que tem sido deficitário em seus conteúdos, além de observar as disciplinas que os alunos possuem mais dificuldades.
10. Atualize o conteúdo constantemente
Nenhum conteúdo é tão bom ao ponto que não possa melhorar. A IES deve constantemente revisar o material produzido e o adaptar sempre que for necessário, ainda mais se tiver seguido a dica anterior de escutar os estudantes.
Também é importante compreender que o mundo e o conhecimento estão em constantes mudanças, e um ensino de qualidade deve se adaptar com/para as novidades que estão surgindo. Não adianta optar por um modelo de ensino inovador oferecendo um conteúdo desatualizado.
Leia também: Conheça o passo a passo da elaboração de conteúdos EaD
Qual a importância da tecnologia no ensino superior a distância?
A educação a distância é mediada por ferramentas tecnológicas. Ou seja, são elas que viabilizam esta modalidade de ensino.
Neste cenário, os alunos têm a possibilidade de utilizar os recursos disponíveis para obter conhecimento e conquistar mais autonomia em seu processo de aprendizado.
A partir da internet, eles podem entrar em ambientes virtuais de aprendizagem para assistir a videoaulas, comunicar-se com professores e colegas, acessar atividades, esclarecer dúvidas e muito mais.
Nesse sentido, inúmeros são os benefícios proporcionados pelo uso da tecnologia na educação. Conheça os principais:
- Aumenta a autonomia do aluno;
- Melhora o engajamento nas aulas;
- Facilita o processo de avaliação.
Aumenta a autonomia dos estudantes
Acabamos de falar sobre este tópico. Mas, de fato, a tecnologia na educação ajuda os alunos a se transformarem nos principais agentes de seu próprio aprendizado.
Os professores tornam-se mediadores deste processo, uma vez que os recursos tecnológicos possibilitam a busca do conhecimento de forma mais autônoma e no tempo desejado.
Melhora o engajamento nas aulas
A geração Z, formada por nativos digitais, não conhece um mundo sem internet. Isso significa que estes alunos têm dificuldade em se concentrar quando os professores usam metodologias tradicionais de ensino.
Os jovens da geração Z estão sempre com o seu smartphone por perto e veem de forma integrada os mundos real e virtual. Eles usam a internet e as redes sociais para se expressar. Ou seja, interagem com o mundo a partir dos meios tecnológicos que lhes estão disponíveis.
Por isso, os recursos digitais são essenciais para captar a atenção dos estudantes e fazer com que se sintam motivados a participarem das aulas e atividades propostas.
O uso da gamificação na educação pode ser de grande valia neste sentido. Os professores podem propor quizzes educativos, jogos e outras atividades lúdicas relacionadas às disciplinas estudadas.
Facilita o processo de avaliação
A tecnologia empregada no ensino superior a distância também dinamiza e simplifica as avaliações.
As pontuações das provas aplicadas de forma online podem ser conferidas pelos docentes em tempo real. Estes têm ainda a possibilidade de elaborar relatórios detalhados sobre o desempenho de cada turma.
Nesse sentido, simulados e outros tipos de avaliações também podem ser aplicados com praticidade a partir dos próprios ambientes virtuais de aprendizagem.
Como utilizar a tecnologia na educação a distância?
Acabamos de apresentar as principais vantagens do uso da tecnologia no ensino superior a distância. Entretanto, talvez você esteja se perguntando quais tipos de recursos tecnológicos podem ser usados pelas instituições de ensino.
Vamos reforçar alguns exemplos a seguir:
- Ambiente virtual de aprendizagem: Trata-se de um ambiente online — sistema ou software — utilizado para ministrar aulas, disponibilizar conteúdos e exercícios, facilitar a comunicação entre estudantes e corpo docente, além de apresentar uma série de outras funcionalidades;
- Videoaulas: Este é o formato clássico de aula utilizado no ensino a distância, que exige o intermédio de ferramentas, como ambientes virtuais de aprendizagem, para que seja viável. A prática consiste em gravar vídeos que possam ser acessados pelos alunos a qualquer momento, ou mesmo ministrar aulas ao vivo;
- Chats e fóruns: Estes canais também podem estar presentes em ambientes virtuais de aprendizagem. Eles aproximam os professores dos estudantes no ensino a distância. É possível usá-los para esclarecer dúvidas e promover discussões em grupo, por exemplo;
- Bibliotecas virtuais: Os acervos virtuais permitem que os alunos acessem livros e materiais de estudo de forma rápida, onde quer que estejam. Basta que tenham acesso à internet;
- Gamificação: Aqui estamos falando de uma metodologia que reúne elementos presentes em jogos para tornar mais atrativo e interativo o processo de ensino-aprendizagem. Há uma série de ferramentas digitais disponíveis que podem ajudar os docentes a criarem uma dinâmica gamificada durante as aulas.
Leia também: Saiba o que é a educação 5.0 e como desenvolver em sua instituição
Veja como aplicar avaliações no ensino superior a distância
Um dos grandes questionamentos do ensino superior a distância está relacionado à sua forma de avaliação. Muitos professores, coordenadores e também alunos ficam preocupados com a qualidade dos testes, pois já presumem que fazendo avaliações de casa fica mais fácil do aluno recorrer a colas.
Mas existem diversas formas de medir o aprendizado do aluno, sem ser com as provas tradicionais. Lembrando também que o MEC exige que mesmo os cursos EaD precisam de pelo menos 20% da carga horária sendo destinada para avaliações presenciais.
Com as diversas ferramentas e plataformas disponíveis atualmente, é possível pensar em trabalhos, atividades e pesquisas que explorem o conhecimento do aluno, como artigos acadêmicos, fóruns para debater determinado assunto, produção de vídeos ou podcasts, pesquisas e projetos.
Além de serem avaliações fáceis e criativas para aplicar no ensino a distância, esse tipo de atividade também pode ser muito mais efetiva no processo de aprendizagem do aluno.
Afinal, ele não precisará só apontar o que é certo ou errado em uma questão, mas sim desenvolver pensamento crítico, resolver problemas parecido com casos reais do mercado de trabalho, participar de projetos que o ajudam a estar cada vez mais preparado para o futuro profissional.
É importante que todos os alunos participem e mostrem suas habilidades, por isso, atividades individuais também precisam ser exploradas na modalidade, além de o professor entender qual o perfil da turma para conseguir aplicar avaliações mais assertivas.
Entenda como a EaD democratiza o ensino superior
A EaD tem realmente revolucionado a educação ao permitir que um novo perfil de estudante se forme. A flexibilidade e a liberdade de horários permite que os estudantes construam uma rotina em que o estudo e o trabalho se encaixem, fazendo isso de uma forma bem mais tranquila do que no ensino tradicional.
Outro ponto importante foi a possibilidade de cursar uma graduação a quilômetros de distância de sua casa, às vezes até mesmo em outros estados. Esse é um grande avanço para os estudantes que moram em inúmeros interiores no Brasil que não possuem nenhuma IES e agora podem contar com novas opções.
A última alternativa, proporcionada pela EaD para os alunos, é em questão de preço. Os cursos a distância tendem a ser bem mais baratos, o que facilita que o sonho de cursar o ensino superior vire uma realidade para um número maior de estudantes, popularizando e democratizando o ensino.
Qual a importância de utilizar tecnologias assistivas na EaD?
Tecnologias assistivas são equipamentos, metodologias e dispositivos que visam auxiliar as pessoas com deficiência, dando mais autonomia para as mesmas realizarem suas atividades. O seu uso foi instituído com o Estatuto da Pessoa com Deficiência, em 2015.
No âmbito da educação, elas oferecem às pessoas com deficiência uma alternativa de adaptabilidade que suprima ou diminua suas dificuldades. Livros em braile e audiobooks são bons exemplos práticos de tecnologias assistivas.
Na EaD, o uso de tecnologias assistivas se torna ainda mais fácil e impactante. Por já estar conectado a um computador, o estudante tem mais acesso a hardwares e softwares que trabalham com inclusão e adaptabilidade, além de a IES contar com uma plataforma de aprendizagem que pode por si própria trazer diversas funcionalidades para as pessoas com deficiência. Esse é mais um ponto em que a EaD trabalha em favor da inclusão e democratização do ensino!
Educação superior a distância: 8 vantagens para o aluno
Apesar de a pandemia do covid-19 ter imposto a necessidade de adequação à educação a distância no Brasil e no mundo, esta modalidade de ensino não era uma novidade em nosso país.
Segundo uma pesquisa da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), mais de nove milhões de estudantes já estavam matriculados pela modalidade EaD em 2018. Ou seja, antes do início da pandemia e consequente necessidade de isolamento social.
Como você pôde perceber até aqui, o ensino a distância pode ser bastante vantajoso para alunos que têm uma rotina mais cheia e precisam de flexibilidade de horários, para encaixar os estudos.
E, vale ressaltar: o diploma de educação superior EaD é reconhecido pelo MEC da mesma forma que um conquistado a partir de cursos presenciais.
Separamos a seguir as principais vantagens da modalidade para os alunos que optam pela EaD.
Confira:
- Horários flexíveis;
- Redução de custos com alimentação e transporte;
- Mensalidades mais baixas;
- Mais tempo para se dedicar aos estudos;
- Possibilidade de estudar de qualquer lugar;
- Aprendizado equiparado ao ensino presencial;
- Diploma com o mesmo valor da modalidade presencial;
- Grande variedade de cursos.
Leia também: As metodologias ativas, tecnologias e ensino remoto
1. Horários flexíveis
Diferente do que acontece com a modalidade presencial, o ensino superior a distância permite que o aluno tenha mais liberdade para adequar os estudos à sua disponibilidade de horário.
Quem trabalha durante o dia, pode optar pelo período noturno para estudar, sem precisar se deslocar até a IES, o que poderia lhe tomar um tempo considerável.
Apesar de haver aulas ao vivo em alguns casos, e o estudante precisar se organizar para não perdê-las, há disciplinas que proporcionam maior flexibilidade, com conteúdos previamente gravados e disponibilizados para que os alunos assistam às aulas quando quiserem.
Além disso, mesmo as aulas realizadas ao vivo costumam ser gravadas para que eles possam revê-las no futuro.
Deste modo, pessoas que só conseguem estudar aos fins de semana, por exemplo, podem adaptar este modelo à rotina muito mais facilmente. É possível ainda que retomem os conteúdos mais complexos quantas vezes acharem necessário.
2. Redução de custos com alimentação e transporte
Estudar em casa evita a necessidade de deslocamento até a IES, logo, o aluno não precisa gastar com transporte.
Além disso, o custo com alimentação fora do lar, que também pode pesar bastante no fim do mês, também é poupado para os alunos que estudam a distância.
3. Mensalidades mais baixas
Outra vantagem para os alunos é que as mensalidades dos cursos EaD costumam ser mais acessíveis, quando comparadas às de cursos presenciais.
Como explicamos antes, isso acontece porque as aulas remotas não exigem uma estrutura física, o que reduz custos com despesas como manutenção, água, luz, serviços diversos e professores presenciais para a IES.
Além disso, enquanto uma sala de aula costuma comportar cerca de 40 alunos, os cursos a distância podem ter mais de 100 estudantes matriculados na mesma turma, sem qualquer comprometimento.
Ou seja, a IES tem a possibilidade de atrair mais alunos e os estudantes, por sua vez, economizam no custeio do curso.
4. Mais tempo para se dedicar aos estudos
O fato de não precisarem se deslocar até a instituição de ensino dá aos alunos mais tempo para se dedicarem aos estudos.
Nesse sentido, o tempo que gasto no transporte, por exemplo, pode ser usado para assistir às aulas e aprofundar os conhecimentos.
O estudante tem ainda a possibilidade de seguir o seu próprio ritmo de estudo, já que, diferente das aulas presenciais, muitas disciplinas conduzidas no modelo remoto não possuem horários de aulas preestabelecidos. Assim, o aluno pode escolher os momentos mais oportunos para se voltar às tarefas do curso.
5. Possibilidade de estudar de qualquer lugar
A possibilidade de estudar onde quiser é um dos grandes atrativos do ensino superior a distância para os estudantes.
Eles não precisam perder aulas caso precisem viajar a trabalho, por exemplo. Além disso, poder variar o local de estudo torna a rotina mais dinâmica, o que é motivante para muitos estudantes.
6. Aprendizado equiparado ao ensino presencial
O ensino superior a distância pode, e deve, oferecer ao aluno uma educação altamente qualificada, equiparada ao modelo presencial.
É importante reforçar aos estudantes interessados neste modelo que o que muda é a forma como as aulas acontecem, e não o conteúdo do curso ou a qualidade da formação oferecida.
Naturalmente, a educação a distância exige que o discente tenha foco, determinação e organização. Mas, ainda assim, o aluno vai estar tão bem preparado ao final da graduação quanto alunos que frequentam a modalidade presencial.
7. Diploma com o mesmo valor da modalidade presencial
Não só o ensino superior a distância pode ter qualidade equiparada ao presencial, como o diploma EAD tem o mesmo valor dos certificados obtidos em modalidades tradicionais.
Este pode ser, inclusive, um argumento de marketing utilizado pelas instituições de ensino na hora de oferecerem cursos de graduação e pós-graduação onlines. Reforce que os alunos não terão o seu currículo desvalorizado ou menos atrativos porque não frequentaram um curso presencial.
8. Grande variedade de cursos
Hoje, o ensino superior a distância pode abarcar diversas formações, como alguns tipos de engenharia, administração, cursos de ciências biológicas, além de licenciaturas. Ou seja, os estudantes encontram uma série de possibilidades para desenvolver as suas habilidades e se qualificarem para o mercado de trabalho.
Esperamos que você tenha tirado as suas dúvidas sobre o ensino superior a distância. Aproveite para conferir também o nosso artigo sobre Como fazer avaliação no ensino a distância, possibilidades e desafios!