Por mais que os números de instituições de educação superior (IES) e de universitários venham crescendo, o sonho de ingressar em uma faculdade ainda não é para todos. Sem uma inclusão financeira, a graduação se mantém excludente para alunos de baixa renda.
Se você já se deparou com esse problema em sua IES, certamente precisa saber mais sobre a inclusão financeira e estratégias para colocá-la em prática. Confira esse texto e saiba como construir uma universidade mais democrática, inclusiva e plural.
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Quais são os desafios de alunos de baixa renda para acessar a educação superior?
A educação superior tem crescido no Brasil, mas ainda assim ela não consegue chegar a todos. Seja com a limitação de vagas nas universidades públicas ou com a dificuldade de arcar com uma mensalidade na particular, o estudante ainda tem grandes barreiras para se graduar.
As IES particulares são a opção para muitos alunos, mas com o preço para manter um curso de qualidade sendo alto, a mensalidade acaba se tornando um empecilho. Confira a seguir alguns desafios para esse acesso ao ensino superior:
1. Salário insuficiente
2. Desemprego
3. Dificuldade para conciliar estudo com trabalho
1. Salário insuficiente
Crescendo pouco, o salário dificilmente consegue dar conta dos gastos fundamentais de uma família e sobrar para a continuidade dos estudos. Assim, esse comprometimento da renda impossibilita o acesso à graduação.
2. Desemprego
Ainda mais complicado do que o salário, a taxa de desemprego, no primeiro trimestre, estava em 8,8%, de acordo com dados do IBGE. Sem um projeto de inclusão financeira, as chances de alguém sem um trabalho estudar são praticamente nulas.
3. Dificuldade para conciliar estudo com trabalho
Para quem vem de uma classe menos abastada, o estudo só pode ocorrer se for conciliado com o trabalho. Por isso, as aulas no período noturno – e até mesmo flexíveis – crescem tanto no país.
Quais os benefícios de contar com políticas de inclusão financeira?
Inclusão financeira é sinônimo de manter uma IES cheia e plural, com um terreno pronto para desenvolver uma educação de qualidade. Dentre os seus diversos benefícios, podemos destacar três principais:
1. Construir uma IES plural
2. Dar oportunidade para quem precisa
3. Qualificar os profissionais
1. Construir uma IES plural
Sendo um espaço de construção do conhecimento, as IES ganham muito ao contar com diferentes ideias e perspectivas. A pluralidade vista nas universidades brasileiras traz uma construção mais ampla, com trocas que agregam tanto para os estudantes quanto para professores e para a própria instituição.
A inclusão financeira é parte da formação de uma IES plural, democrática e popular. Assim, a realidade econômica de cada um possibilita um espaço mais diversificado.
2. Dar oportunidade para quem precisa
Infelizmente, muita gente quer estudar mas encontra no dinheiro uma barreira para realizar seu sonho. A IES que investe em inclusão financeira faz parte da solução, ajudando alunos de baixa renda a se graduar e descobrindo novos talentos.
3. Qualificar os profissionais
Com um mercado de trabalho apertado, a qualificação tem sido cada vez mais importante. Deste modo, a conclusão do ensino superior é a saída para que alunos de baixa renda possam prosperar em suas vidas.
E essa é uma vantagem extremamente ampla, que favorece as IES, os estudantes e todo o país. A qualificação profissional desenvolve a sociedade.
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Conheça 5 estratégias para ajudar alunos de baixa renda a alcançar o ensino superior
Agora que você já conhece os motivos para realizar uma inclusão financeira em sua IES, nada melhor do que ver algumas estratégias para consolidá-la. Para finalizar nosso texto, apontaremos 5 formas de possibilitar o acesso de alunos de baixa renda no ensino superior. Confira:
1. Programas de bolsas e auxílios financeiros
2. Parcerias com organizações e instituições
3. Financiamento estudantil acessível
4. Educação financeira e orientação vocacional
5. Suporte acadêmico e acompanhamento personalizado
1. Programas de bolsas e auxílios financeiros
Atualmente, já é bem comum que estudantes acessem o ensino superior com a ajuda de bolsas e outros auxílios financeiros, que reduzem o valor despendido com a educação. Passando por iniciativas do governo ou privadas, com descontos parciais ou até mesmo bolsas integrais, as opções são vastas.
Para grande parte dos alunos, a adesão ao Prouni – Programa Universidade Para Todos – costuma ser a saída mais viável para alcançar uma vaga no ensino superior. Unido a ele, as próprias IES podem apostar em bolsas e auxílios próprios, podendo diminuir as mensalidades ou auxiliando em outros aspectos.
2. Parcerias com organizações e instituições
Uma outra boa saída para a IES e seus estudantes está nas parcerias com terceiros, organizações que apoiam a educação. Em muitos casos, essas instituições oferecem bolsas para que determinado público conclua sua graduação.
Também é válido fechar parcerias com empresas, na qual a IES fixa um desconto para que os colaboradores de uma organização possam estudar. Dessa forma, mais sujeitos podem participar da inclusão financeira.
3. Financiamento estudantil acessível
Se o Prouni é o exemplo principal de bolsa, o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) com certeza é o destaque no financiamento estudantil. Através do programa, o aluno pode pagar suas mensalidades após terminar sua graduação.
Entretanto, com a redução do Fies, as iniciativas das próprias IES se tornaram uma realidade. Com um planejamento e parcerias bem estabelecidos, é possível criar seu próprio financiamento.
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4. Educação financeira e orientação vocacional
A educação superior abre muitas portas e, felizmente, isso ocorre até mesmo durante o período do curso. A aprendizagem e contatos na universidade trazem novas oportunidades de trabalho para os estudantes.
Neste ponto, a IES pode ajudar o estudante com educação financeira e vocacional, o auxiliando a encontrar as melhores opções de acordo com seu perfil e ensinando a lidar com o dinheiro de forma responsável.
5. Suporte acadêmico e acompanhamento personalizado
Dentro do enorme grupo de estudantes de baixa renda, existem particularidades pelas quais cada um passa. Com uma diversidade muito grande, certamente a ajuda que cada um precisa será diferente.
O ideal é que a IES invista em suporte acadêmico e acompanhe cada caso de forma individual e personalizada. Com boa vontade e diálogo, certamente a instituição e os alunos podem encontrar juntos uma forma de manter o sonho do ensino superior vivo.
Esperamos que com a ajuda deste texto você consiga implementar a inclusão financeira em sua IES. Se deseja se aprofundar em práticas educacionais mais inclusivas, continue no blog e descubra como desenvolver o ensino híbrido em sua IES!