Análises comparativas idealizadas pelo GEM (Global Entrepreneurship Monitor) 2018, pesquisa patrocinada pelo SEBRAE, classificam os países em três grupos com características distintas em relação ao empreendedorismo. Neste estudo, o Brasil é classificado como país impulsionado pela inovação, ou seja, com elevado avanço da industrialização, ganhos em escala e predominância de organizações intensivas de capital.
As taxas de empreendedorismo são divididas entre TTE (taxa de empreendedorismo total), TEA (taxa de empreendedorismo inicial) e TEE (taxa de empreendedorismo estabelecido). Todas apresentam constante tendência de ascensão no Brasil.
Dos empreendedores iniciais (TEA), 61,8% empreendem por oportunidade e 37,5% por necessidade. Em 2018, da mesma forma que havia acontecido em 2017, se observou um pequeno aumento na relação entre empreendedores por oportunidade e por necessidade, quando comparado ao ano anterior. Em 2017, para cada empreendedor inicial por necessidade, havia 1,5 empreendedores por oportunidade. Em 2018, essa relação chega a 1,6.
O crescimento dos empreendedores “por oportunidade” é um indício de a população está um pouco mais esperançosa de encontrar no mercado formal de trabalho satisfação para suas necessidades e, por consequência, podemos assumir, está mais disposta a investir no que é necessário para o sucesso do seu negócio.
A formação dos empreendedores
Os dados a seguir apontam quais são os fatores limitantes para a abertura e manutenção de novos negócios no Brasil, segundo a opinião de especialistas, e suas recomendações para melhores condições de empreender e gerar impacto econômico.
A princípio entre os empreendedores brasileiros que estão iniciando seus negócios o nível de escolaridade não é detectado como um fator determinante para a tomada de decisão inicial, no entanto, segundo os especialistas ouvidos pelo GEM, a Educação e Capacitação configuram entre os três fatores que mais limitam a abertura e a manutenção desses novos negócios sobretudo se a busca for por um empreendimento de maior impacto econômico e social. Para esses casos falta desde a formação geral e técnica como a especializada. Ainda segundo os dados, especialistas acreditam que a Capacitação e Educação são a segunda maior recomendação para melhorar as condições e ampliar o cenário empreendedor no país.
Os dados a seguir ilustram as taxas de empreendedores para cada faixa etária.
Os dados do GEM apontam ainda que 60,9% dos empreendedores iniciantes têm entre 18 a 44 anos, enquanto 77,9% dos empreendedores estabelecidos encontram-se nessa mesma faixa etária. Essa informação somada às recomendações de especialistas já mencionadas chama atenção para um nicho de investimento das IES; Sobretudo considerando que, segundo o último Censo Digital EAD, o público alvo das faculdades (para cursos a distância, presenciais e semipresenciais) compreendem essas idades e que entre as três áreas de conhecimento mais buscadas figura a categoria “Gestão e Negócios”.
Diante destes dados, podemos encontrar potenciais alunos com os seguintes perfis:
Jovens que inspirados pelo crescimento do mercado e tendências apontadas pelos especialistas vão em busca de formação em cursos voltados para o empreendedorismo e gestão, como em áreas administrativas por exemplo. Um segundo recorte de público são empreendedores já consolidados que visando a melhoria de seus negócios para um maior impacto econômico e consolidação vão em busca de recomendações para o seu negócio e se deparam com a capacitação como um dos principais tópicos. Nesse caso o grupo transforma-se ainda num potencial aluno para pós graduações e MBAs em áreas de empreendedorismo e marketing.
Para ambos os públicos, faz sentido que sua IES ofereça disciplinas reflexivas, que fomentem a inovação e dialoguem acerca dos desafios e oportunidades do universo empreendedor. É necessário que a troca seja intrigante para o aluno e aprofunde a compreensão que ele tem do empreendedorismo, seja pela experiência ou intuição.
Disciplinas à distância também são uma excelente opção para agradar, pois alguns já realizaram cursos em outras áreas de especialização e muitos tem baixa disposição para se deslocar diariamente a uma faculdade, seja por já ter passado pelo processo anteriormente ou pela necessidade de flexibilidade de horários para continuar atuando em seu negócio.
Empreendedorismo e tecnologia no ensino superior
Grande parte das startups que têm prosperado no mercado se apoia no uso de tecnologias inovadoras. O Brasil, sendo classificado como país impulsionado pela inovação (GEM, 2018), segue esta direção de forma intensa. Jovens empreendedores e até mesmo gestores de pequenas e médias empresas precisam usar a tecnologia a seu favor para oferta de serviços, eficiência operacional e estratégia baseada em dados.
Uma saída para preparar esses profissionais para o mercado é trazer para as ementas tópicos que abordam inovação, tecnologia e análise de dados de forma estratégica. Autores como Peterman e Kennedy (2003), Zhang, Guysters e Cloodt (2014) analisaram a relação entre educação empreendedora e a intenção de empreender, encontrando influência positiva do contato acadêmico com empreendedorismo e a intenção de montar seu próprio negócio.
Se seu curso está situado em uma das cidades com maior índice de empreendedorismo, torna-se ainda mais importante que o contexto de inovação e empreendedorismo seja recorrente na matriz do curso e converse com as disciplinas e ementas.
Ter a presente inovação no ensino superior é muito importante para o sucesso da sua IES! Para ter acesso a mais conteúdos gratuitos sobre a educação no Brasil, é só assinar a nossa newsletter.