Fazer uma gestão eficiente de recursos e investimentos dentro de uma instituição de educação superior (IES) pode ser um desafio: há muitas áreas a cobrir, muitas necessidades diferentes e, ao mesmo tempo, uma quantidade de capital limitada.
Com muitas questões a serem levadas em conta, é fundamental que o direcionamento dos recursos para investimento na educação, nas áreas de interesse da IES, seja feito de maneira estruturada, levando em consideração os valores da instituição, suas metas e objetivos, bem como soluções eficientes que comprovadamente levarão ao sucesso a curto, médio e longo prazos.
Neste artigo, você verá estratégias de direcionamento de recursos e capital na hora de fazer uma gestão eficiente. Vamos lá?
Qual é a importância da gestão financeira?
Antes de entrarmos mais a fundo em quais são os investimentos na educação que valem a pena, vamos entender um pouco melhor a importância e os desafios relacionados a uma gestão financeira eficiente na IES.
Diferentemente de outras empresas que não estão no setor educacional, as IES têm um desafio: manter a relevância no mercado e a excelência do nome da IES significa que é imprescindível investir na melhoria dos processos de ensino-aprendizagem e de pesquisa – investimentos que requerem bastante capital.
Em outras palavras, garantir a manutenção da qualidade dos cursos requer, por exemplo, modernização de laboratórios, abertura de espaços de fomento à pesquisa e ao desenvolvimento científico, aposta na modernização tecnológica e de inovação, entre outros aspectos importantes.
Felizmente, há algumas maneiras pelas quais é possível avaliar se a gestão financeira como um todo da IES é eficiente ou não. Veja alguns pontos aos quais é necessário se atentar:
1. PDI, planejamento e orçamento
Antes de qualquer coisa, é necessário ressaltar a importância do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), documento que consolida o planejamento estratégico de gestão. Nesse documento há a missão e os valores da IES, bem como os objetivos de crescimento para os próximos anos e qual é o plano para atingi-los.
O PDI é, geralmente, elaborado em conjunto com as coordenações de curso, docentes e outros integrantes estratégicos da comunidade.
Um planejamento de recursos e orçamento eficiente, portanto, está diretamente vinculado ao PDI, uma vez que ele traz as diretrizes que devem orientar a diretoria da IES na hora de estabelecer as prioridades de gastos para o ano seguinte. Essas decisões devem ser tomadas considerando dados corretamente coletados e interpretados a respeito das necessidades das áreas.
Com isso, é possível garantir que as decisões serão tomadas não com base em necessidades imediatas e impulsivas, mas sim em estudos consolidados dos números da IES.
2. Estratégias contra a inadimplência
Outro fator necessário para uma gestão financeira eficiente é criar condições de controle da inadimplência no pagamento de mensalidades.
Isso pode ser feito por meio do investimento em um sistema de gestão educacional eficiente, que permita à IES verificar quais e quantos são os estudantes inadimplentes, e qual é o comportamento relacionado à inadimplência (por exemplo, se é algo recorrente ou se ocorre devido a problemas pontuais, como problema financeiro ou pessoal extraordinário).
A partir desses dados corretamente coletados, é necessário estabelecer as estratégias que serão usadas para negociar com os estudantes inadimplentes, considerando sempre o diálogo e a empatia pelos problemas enfrentados por eles. Flexibilizar a negociação de dívidas e conceder condições favoráveis de pagamento a médio ou longo prazo são alguns dos caminhos que costumam funcionar.
3. Inovação e otimização do fluxo de caixa
Para garantir que a IES não “perca” dinheiro com gastos elevados, que não valem a pena, vale investir em soluções tecnológicas e inovadoras, de custo menor, para resolver problemas cotidianos.
Um sistema de gestão educacional online é um exemplo disso: ele pode substituir serviços de gestão acadêmica e de pagamentos de mensalidades, antes apenas presenciais, por uma solução otimizada e de fácil acesso, que gere dados em tempo real.
Afinal, como fazer o investimento na educação de forma eficiente?
Até agora, vimos que é essencial fazer um planejamento de gestão financeira que leve em consideração as prioridades da IES, que reduza custos de operações que podem ser otimizadas e que ofereça possibilidades de solução para a inadimplência.
Uma vez que esse planejamento estratégico tenha se estabelecido, é possível verificar quanto de capital a IES tem para direcionar para investimento na educação.
Nesse momento, vale não apenas avaliar os recursos disponíveis, mas também quais são os objetivos deste investimento. Nesse sentido, vale atentar para alguns pontos antes de definir os investimentos:
- Quais são os valores e objetivos da minha IES?
- Que investimentos e em quais áreas podem levar a IES a alcançar esses objetivos?
- Quais são as áreas sensíveis que podem gerar gargalos ou problemas caso não haja investimento?
- Que tecnologias e práticas inovadoras são necessárias para que a minha IES se mantenha relevante no mercado?
Como já mencionamos antes, o PDI é um documento que pode apoiar na resposta a essas questões e ajudar o gestor a criar uma lista de prioridades para o direcionamento dos investimentos.
Com a missão, os valores, objetivos e propósitos da IES em mãos, cada IES pode definir seu próprio plano de investimento na educação. Entretanto, há algumas áreas às quais todo gestor deve se atentar na hora de fazer essa priorização – justamente por estarem relacionadas a questões sensíveis que determinam o sucesso do investimento. Veja abaixo quais são essas áreas!
Capacitação de docentes
Uma das áreas mais importantes de qualquer IES é a gestão de docentes e funcionários. Eles são peças-chave na garantia de que os cursos se mantenham funcionando bem, de que os processos de ensino, aprendizagem e pesquisa sejam de qualidade reconhecida, de que a modernização e a inovação se consolidem não só no discurso, mas também nas práticas cotidianas de estudo… Há muitas justificativas comprovadas para o investimento nessa área.
Assim, uma das necessidades mais óbvias para qualquer IES é investir na capacitação dos docentes e dos funcionários. Essa capacitação pode estar relacionada à formação continuada na área de atuação de cada um, ou à formação em novas tecnologias e práticas inovadoras de sala de aula, por exemplo.
Essas estratégias levam à melhoria da experiência do aluno dentro da IES (em todos os ambientes) e também podem ajudar a garantir que todo o corpo de colaboradores da instituição esteja alinhado com os valores e metodologias defendidos pelo PDI.
Processo de ensino-aprendizagem
Outro investimento na educação que sempre deve ser levado em conta pelos gestores de IES é o de soluções e inovação nos processos de ensino-aprendizagem.
Considerando que cada vez mais as práticas pedagógicas em sala de aula se renovam, bem como o perfil dos estudantes, é imprescindível que os gestores levem em conta, na hora de priorizar investimentos, quais serão as novidades implementadas nesse sentido, ou quais serão as práticas educacionais já existentes que precisam ser reforçadas.
Um exemplo de investimento que vem se provando cada vez mais eficaz é o relacionado a metodologias ativas. Trata-se de uma série de práticas pedagógicas que colocam o estudante no centro do processo de aprendizagem e o convidam a construir todos os novos conhecimentos ativamente – algo que rompe, cada vez mais, com a lógica tradicional de aprendizado passivo, em que o estudante senta-se à carteira e o professor apenas transmite o conteúdo.
Além disso, investimentos na preparação dos discentes para exames de projeção nacional, como o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), ajuda a IES a melhorar suas notas nas avaliações do Ministério da Educação (MEC) e, consequentemente, a obter melhor conceito – o que atrai novos estudantes e eleva o nome da instituição no mercado.
Infraestrutura
A melhoria de infraestrutura física é, certamente, um dos pontos de atenção que nunca perdem relevância.
Entre os motivos, está o fato de que cadeiras quebradas, computadores e equipamentos ultrapassados nos laboratórios ou banheiros que não funcionam certamente ajudam a dificultar a experiência do aluno, e não podem ser ignorados.
Entretanto, não são apenas itens quebrados ou ultrapassados que levam à piora da experiência do aluno. Alguns outros pontos que devem ser levados em consideração no direcionamento de investimentos são:
Acessibilidade
A IES deve garantir que seu ambiente educacional seja acolhedor e receptivo às necessidades de todas as pessoas, ou seja, deve contar com acesso físico a pessoas com deficiência motora (elevadores e/ou rampas), deve garantir que as aulas sejam acessíveis a pessoas com deficiência visual ou auditiva, entre outros.
Modernização das salas
Não basta que os equipamentos e objetos de uso cotidiano estejam funcionando. Eles devem, também, ser modernos e seguros. Assim, para que a IES priorize a experiência do estudante, é fundamental garantir que esses equipamentos sejam novos e confortáveis.
Espaços de convivência
Além das salas e laboratórios, os espaços de convivência e socialização também desempenham papel importante no convívio escolar e na experiência dos discentes. Assim, a priorização de ambientes reformados, bem iluminados e ventilados deve estar sempre no radar dos gestores.
Inovação tecnológica
É inegável que o investimento em inovação tecnológica, nos últimos tempos, está sempre dentro das necessidades dos estudantes. Com a pandemia de covid-19, essa importância se intensificou ainda mais: a necessidade de adotar as aulas no formato virtual mostrou às IES por que se fala tanto em facilitar o acesso ao conhecimento por meios digitais.
Assim, outro elemento que deve estar sempre no radar dos gestores é o investimento acertado em recursos tecnológicos que potencializam o aprendizado e facilitam a vida do estudante. Esses recursos podem estar relacionados, por exemplo, à gestão acadêmica (como os sistemas que permitem matrícula e pagamento de mensalidades on-line).
Mas, além disso, há também outros recursos associados ao próprio aprendizado. Um deles é o de investimento em bibliotecas digitais, plataformas de aprendizagem e de disciplinas online.
Comunicação e marketing
Além dos recursos relacionados à experiência do discente em sala de aula e nos espaços da IES, vale também ressaltar o investimento em comunicação e marketing educacional, que ajuda a construir a boa imagem da instituição no meio acadêmico, bem como a captar novos alunos.
As boas estratégias de comunicação ajudam a tornar visíveis os resultados da IES (o que ajuda a levantar a moral das equipes de professores e funcionários, melhorando o reconhecimento); a ressaltar os valores e objetivos da instituição, bem como sua missão; a aproximar a IES do seu público-alvo de estudantes, o que apoia a captação futura desses potenciais alunos; a consolidar a imagem da IES como autoridade em seu setor, reforçando seu nome e aumentando sua competitividade.
Agora que você entendeu o que pode priorizar na hora de direcionar investimento na educação, que tal entender mais sobre inovação no setor? Leia nosso próximo artigo sobre tudo que você precisa saber sobre inovação na educação superior!