Antes da Covid-19, modelos de ensino híbridos já eram listados como tendências educacionais no século XXI. E com a pandemia, esse tipo de ensino passa a ser uma grande solução para educação, seja nas escolas ou nas Instituições de Ensino Superior (IES).
De forma geral, a educação híbrida pode ser definida como uma combinação entre o ensino presencial e o ensino a distância (EaD). Assim, ela mescla elementos do ensino tradicional com tecnologias contemporâneas.
E há diferentes formas de fazer essa união, ou seja, diferentes modelos de ensino híbrido. Continue a leitura e saiba mais!
Como é o ensino híbrido?
Também conhecido como blended learning, o ensino híbrido não consiste apenas na inclusão de atividades online no currículo dos alunos. Ele também impacta a organização e o papel de alunos e professores em sala de aula. Por esse motivo, ele pode ser confundido com as metodologias ativas. Entretanto, existe uma distinção importante entre esses conceitos.
A metodologia ativa é um paradigma de aprendizado em que o aluno assume protagonismo no processo de ensino e o professor atua como orientador. Ela pode ou não incluir atividades a distância.
Em alguns casos, o ensino híbrido e a metodologia ativa se misturam, uma vez que os alunos podem assumir sua autonomia dentro de um cenário presencial e online. Dessa forma, é possível inclusive entender o ensino híbrido como um tipo de metodologia ativa.
E, assim como existem diferentes metodologias dentro da aprendizagem ativa, também temos diferentes modelos de ensinos híbridos para aplicar nas IES.
Quais são os modelos de ensino híbrido?
Existem dois grupos diferentes de modelos de blended learning:
- Modelos sustentados: em que todos os alunos estão presentes em sala de aula.
- Modelos disruptivos: em que nem todos os alunos estão em sala.
Antes do regime remoto imposto pela pandemia, os especialistas indicavam a adoção dos modelos sustentados no país. Entretanto, no novo cenário, as metodologias disruptivas podem ser uma opção mais interessante.
Modelos de ensino híbrido sustentados
Abaixo, você confere 8 modelos diferentes de ensino híbrido.
Vamos separá-los em sustentados e disruptivos, começando pela primeira categoria:
1. Rotação por estação
Tem como principal característica a organização da turma nas chamadas estações de aprendizagem, em que cada grupo desenvolve uma atividade diferente.
Neste modelo, o professor assume um papel de intermediário, solucionando as dúvidas dos alunos, mas estimulando a autonomia dos grupos.
Após a realização da primeira rodada de atividades, é sugerida a rotação das estações, para que cada grupo passe por todas.
2. Laboratório rotacional
Neste modelo os alunos são separados em dois grupos. Enquanto o primeiro realiza atividades no laboratório, tendo como suporte ferramentas digitais, o segundo trabalha com o professor em sala de aula. Posteriormente, os grupos são invertidos.
Os estudantes em laboratório desenvolvem sua autonomia e protagonismo. Enquanto na sala de aula o professor atua apresentando conteúdos ou respondendo dúvidas de alunos.
3. Sala de aula invertida
Este modelo já é muito explorado pelas IES. Nele, os conteúdos das aulas são enviados para os alunos antes das aulas, para que eles possam estudá-los com antecedência.
A ideia é que os estudantes cheguem em sala preparados, já conhecendo os principais conceitos, e aproveitem o momento coletivo para troca de ideias, aplicações práticas e resolução de dúvidas.
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Modelos de ensino híbrido disruptivos
Além dessas metodologias apresentadas, temos também os modelos de ensino híbrido disruptivos, com maior presença online:
4. Rotação individual
Esse modelo foca nas necessidades individuais de cada estudante, com maior personalização do conteúdo.
Na metodologia de rotação individual, o professor fica atento a cada aluno e planeja roteiros mais individualizados. A prioridade é explorar e solucionar as dificuldades de cada aluno individualmente.
Para isso, é indicado que o professor pense em diferentes atividades para diferentes perfis, e não necessariamente em elaborar um roteiro para cada aluno. Além disso, ele contará com diferentes recursos digitais para execução dos conteúdos e tarefas.
5. À la carte
Neste modelo, o estudante assume ainda mais o protagonismo, e organiza ele mesmo os seus estudos. Isso é feito a partir de objetivos gerais pré-determinados, que guiam a organização dos alunos.
É indicado que ao menos uma disciplina seja ofertada online, geralmente uma eletiva ou optativa.
O sistema à la carte é mais indicada para o Ensino Médio, mas com algumas adaptações pode muito bem ser incorporado por IES.
6. Flex
Este modelo de ensino híbrido ganhou destaque nas IES durante a pandemia.
No modelo flex, os estudantes têm roteiros entregues via plataformas digitais, onde também realizam as atividades propostas durante parte do tempo. E em outros momentos, podem efetuar trabalhos com outros alunos.
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7. Aprendizado baseado em projetos
Também chamado de Project-based Learning (PBL), neste modelo os alunos têm a oportunidade de aprender por meio de projetos, e não lições.
Esses projetos unem aprendizados práticos e mentais, além de integrarem plataformas online e momentos presenciais de forma estratégica.
8. Virtual aprimorado
Também conhecido como modelo remoto, aqui os estudantes possuem disciplinas online e vão à IES algumas vezes na semana para debater o conteúdo apresentado online ou para realizar projetos.
É importante lembrar que existe uma carga horária máxima permitida para disciplinas EaD, inclusive em cursos presenciais. E no caso da carga horária de cursos EaD, ao menos 20% dela deve ser destinada a avaliações presenciais.
Outro adendo importante é que o modelo de ensino híbrido virtual aprimorado é permitido inclusive nos cursos de Direito. Apesar de não ter o formato totalmente EaD autorizado, estudantes deste curso podem sim assistir aulas de forma virtual.
Existem inclusive plataformas especializadas no oferecimento de disciplinas online modularizáveis para as IES. Se for o caso, pesquise bastante pelas ferramentas disponíveis e procure a ideal para a sua IES!
O modelo de ensino híbrido remoto é considerado um dos mais disruptivos. Entretanto, no contexto atual, ele pode ser de grande auxílio no próximo ano letivo.
Além disso, é importante lembrar que tanto os modelos sustentados quanto os disruptivos podem ser aplicados no Brasil. E para escolher qual implementar na sua IES, é importante considerar as possibilidades e limitações da sua instituição, bem como de cada metodologia.
E agora que você já conheceu os principais modelos de ensino híbridos para sua IES, que tal investigar mais a fundo as vantagens da utilização da plataforma como ambiente de aprendizagem? Essa é uma excelente ferramenta para você complementar o ensino em sua IES!