A elaboração de um plano de estudos é uma parte importante da relação aluno-disciplina. É por meio dessa análise que o estudante e a IES podem determinar os caminhos mais efetivos de revisão de conteúdo e garantir mais aproveitamento das aulas.
É claro que para esse processo ter sucesso, tanto os estudantes quanto os educadores devem estar alinhados no projeto e criar um plano de estudos que atenda às disciplinas abordadas.
Vantagens do plano de estudos para alunos
Ter um plano de estudos bem definido ajuda os estudantes a ter um guia de como e onde dedicar seu tempo de estudos. Como no ensino superior, de forma geral, os alunos conciliam trabalho e estudos, é preciso otimizar o tempo e encontrar formas de revisar o conteúdo.
Assim, o período de revisão é mais produtivo e permite que o aluno tenha um rendimento além do esperado nas avaliações. Inserir esse planejamento na rotina faz toda a diferença. Confira algumas das vantagens:
Permite que o estudante desenvolva seu cronograma
Cada aluno tem suas obrigações específicas e as cargas horárias de cada curso são diferentes. Porém, em linhas gerais, está a necessidade de estudar com foco.
Ou seja, para que o aluno tenha um rendimento adequado ao estudar, ele precisa criar um tempo dedicado a essa tarefa e inserir em sua agenda.
Na prática, isso é mais difícil de fazer. Com a rotina corrida e as muitas disciplinas demandando a atenção, é possível que o aluno acabe deixando de lado alguns aspectos de seus estudos.
Ainda assim, o preparo faz toda a diferença: se ele consegue identificar os temas que deve revisar e os prazos (como entrega de trabalhos e avaliações), fica mais simples montar uma rotina condizente.
Nessa mesma lógica, é preciso alinhar o cronograma à disponibilidade de tempo dos alunos, sejam eles do ensino presencial, híbrido ou remoto. Considerando o número de disciplinas e atividades propostas na grade, é preciso planejar com antecedência, distribuindo os tópicos de estudo entre as horas que poderão ser dedicadas a eles.
Evita lacunas de conhecimento
Uma das maiores questões dos estudantes é o acúmulo de matérias atrasadas. Com as disciplinas exigentes, muitas vezes os alunos deixam de entender um tópico visto em aula por falta de tempo ou organização para revisá-lo e tirar as dúvidas.
Além de ser um problema para a realização de provas e trabalhos, pode ter um efeito no futuro: se o aluno não entende o tema A, quando as aulas chegarem ao tema B, C e D, ele já terá uma lacuna de conhecimento difícil de ser revertida.
Nesse contexto, o estudo fica ainda mais difícil de ser organizado, já que primeiro será necessário se atualizar nos tópicos básicos e solucionar essas lacunas, antes de passar para temas mais complexos.
Aqui, ter um plano de estudos ajuda a resolver dúvidas e incorporar os conhecimentos antes de chegar na próxima etapa. Além de melhorar o rendimento em avaliações imediatas, previne o excesso de dificuldade futuramente.
Incentiva o aprendizado independente
Entre as habilidades para a vida que os alunos do ensino superior precisam desenvolver estão a autonomia, a responsabilidade e a gestão de tempo. Essas competências, também chamadas de competências socioemocionais, são fundamentais para seu desenvolvimento pessoal e profissional depois da graduação.
Por exemplo, na atuação profissional, nem sempre haverá clareza em relação aos processos, nem recursos explicativos pré-determinados. Ou os desafios exigirão uma alta carga de responsabilidade e compromisso com prazos.
Talvez o aluno opte por uma pós-graduação, em que ele deve criar um projeto e trabalhar com maior autonomia em sua pesquisa. Ou seja, essas habilidades serão úteis e é preciso incentivar a formação delas.
Quando o aluno tem um plano de estudos, seja preventivo para revisão de temáticas ou de controle caso o rendimento esteja abaixo do esperado, ele tem também a responsabilidade de gerir seu próprio tempo, estudar de forma independente e determinar quais processos funcionam (ou não) por conta própria.
Considera as diferentes formas de aprendizado
Nem todo estudante aprende da mesma maneira. Enquanto há quem prefira ler artigos científicos e fazer resenhas de livros didáticos para fixar a matéria, existem pessoas que aprendem melhor fazendo simulados, escrevendo, escutando, assistindo conteúdos ou até mesmo discutindo com outras pessoas (aprendizagem entre pares).
A ideia de um plano de estudos é justamente adequar o cronograma de acordo com essas diferenças, dando espaço para que múltiplas formas de revisão sejam parte da rotina dos alunos.
Ou seja, além de ler e anotar, também é necessário pesquisar, ensinar, debater, escutar, etc. Inserir esses diferentes formatos na rotina faz com que o estudo seja mais dinâmico e torna a fixação dos conteúdos mais presente no dia a dia.
Vantagens do plano de estudos para a IES
Do lado das instituições de educação superior (IES), a implantação de planos de estudo também traz benefícios. Quando educadores e coordenadores apoiam os alunos nessa tarefa, eles criam um ambiente de aprendizado mais receptivo às dificuldades e promovem um ensino mais adaptável.
Confira as vantagens:
Elimina as dúvidas
Um ponto que dificulta a relação aluno-IES, principalmente no caso do ensino superior a distância, é a dificuldade de estabelecer canais de comunicação autênticos.
Por exemplo, se o aluno apresenta dificuldades constantes na retenção do conteúdo, muitas vezes não existe um espaço onde ele possa ser ouvido e orientado. Dessa forma, os educadores ficam em dúvida sobre o rendimento até a hora de avaliações, quando o problema já terá aumentado.
A ideia de uma orientação sobre plano de estudos é proporcionar aos alunos estratégias para resolver o problema, melhorando o rendimento geral e mostrando que a IES pode auxiliar nesse processo.
Ajuda a alterar potenciais problemas
Nem sempre o problema está na rotina de estudos dos alunos. Há momentos em que essas dificuldades sinalizam um problema dentro da IES, como por exemplo incompatibilidade de disciplinas na mesma grade, cronograma que não condiz com a proposta do curso e o perfil do aluno e até mesmo a necessidade de rever questões do plano de curso.
Quando o aluno busca ajuda da IES para elaborar um plano de estudos, isso pode facilitar seu rendimento e ser benéfico. Mas também é um momento para a IES em si, na forma de seus coordenadores, realizar diagnósticos de aprendizagem para entender se há um problema estrutural.
Se houver, a IES poderá determinar caminhos para resolver antes que eles se tornem mais difíceis.
Auxilia docentes
Um plano de estudos também é uma forma do professor estimular o aluno a estudar de uma forma mais produtiva.
Com a ideia de estabelecer um cronograma guiado de acordo com as temáticas vistas em sala, o docente pode aproveitar para inserir recursos extra, como livros, filmes e artigos, que possam facilitar o aprendizado e abrir diálogos nas aulas.
Como elaborar um plano de estudos
Um plano de estudos bem elaborado deve conter alguns elementos essenciais. Entre eles estão os prazos necessários para a compreensão da matéria. Ou seja, a relação entre atividades de avaliação – como provas e trabalhos – e quais conteúdos serão cobrados até então.
Outro ponto importante é criar metas práticas e de curto prazo que possam ser usadas como medida do progresso. Por exemplo: a meta de estudar 10 capítulos até a prova pode ser muito abstrata.
Por outro lado, focar em um capítulo por semana pode tornar o processo mais palpável para o aluno.
Estabelecer prioridades
Também é fundamental elencar prioridades. Existem disciplinas que exigem mais dedicação dos alunos, enquanto outras podem ser mais rápidas para certo perfil de estudante. Cada um terá suas facilidades e dificuldades, além das cargas de trabalho diferenciadas entre as disciplinas.
Dessa forma, o cronograma deve levar em consideração quais são suas prioridades, as disciplinas que precisam de mais tempo ou foco e sejam mais urgentes.
Pensar a realidade do estudante
A elaboração de um plano de estudos personalizado também precisa se adequar à realidade do aluno. Por exemplo, se ele pode dedicar uma hora todos os dias e estudar por períodos mais longos apenas aos finais de semana, inserir várias atividades de estudo por dia só trará frustrações.
Quando o aluno não consegue cumprir suas metas, ele acaba desistindo de manter a organização nos estudos. Justamente por isso, é fundamental que a distribuição de tempo esteja alinhada aos horários de cada um e sua realidade específica.
É claro que existem exceções, mas de forma geral, esse método otimiza os horários que os alunos têm e respeita as diferenças, o que permite que eles se engajem mais com a proposta pedagógica da IES.
Também é importante escolher métodos de estudo que funcionem para cada aluno. Estratégias como estudo em grupo e apresentações ajudam alguns a absorver melhor o conteúdo, enquanto outras pessoas se sentem mais focadas ao ler livros e artigos e assistir a conteúdos audiovisuais.
Nesse sentido, pensar em uma forma de incorporar estratégias de aprendizado variadas é uma forma de trazer mais dinamismo aos estudos e proporcionar diferentes oportunidades de revisão.
Utilizar recursos digitais
Também é importante ter uma forma de visualizar esse plano de estudos. Colocar no papel (ou mesmo em recursos digitais) ajuda o aluno a colocar seu cronograma em consultá-lo sempre que necessário.
O aluno que cria um plano de estudos também terá dúvidas, é normal. Mas para saber quais dúvidas são essas e buscar a ajuda correta, primeiro é preciso mapear.
Aqui, o plano tem um papel fundamental: tendo em mente quais serão os conteúdos a serem estudados em determinado período, o aluno pode se preparar e já considerar suas dúvidas, procurar ajuda de professores e buscar materiais de apoio que facilitem o processo de estudar.
Saber identificar dificuldades e buscar ajuda são habilidades importantes e o aluno da IES só se beneficiará dessa atitude, tanto para os estudos quanto para o desenvolvimento pessoal.
4 dicas para a IES apoiar o plano de estudos do aluno
Quando a IES e o aluno estão alinhados na proposta de melhorar o rendimento dos estudos, o engajamento com o conteúdo e a proximidade com as disciplinas fica mais produtivo.
Para que isso seja possível, existem algumas estratégias que a IES e os coordenadores pedagógicos podem utilizar para promover esse aprendizado:
1. Abrir espaço para as dificuldades do aluno
Seja pela presença de orientadores pedagógicos ou pela promoção de grupos de estudo, uma comunidade acadêmica que reforça a ideia de tirar dúvidas e planejar os estudos é muito benéfica.
Além de promover uma rotina mais produtiva para estudantes, também incentiva o aprendizado entre pares e a busca por solução de problemas.
Essas estratégias, em conjunto, previnem o surgimento de lacunas de conteúdo, o que permite que os alunos tenham um aproveitamento melhor das disciplinas do curso.
2. Usar metodologias ativas de ensino
As metodologias ativas são estratégias pedagógicas que visam incentivar o protagonismo do aluno em sala de aula. Na prática, isso significa criar planos de aula que reflitam o papel de cada um na absorção de conteúdo.
Por exemplo, ao invés de uma disciplina contar apenas com aulas expositivas, nas metodologias ativas é possível pensar em estratégias como debates, realização de estudos de caso, protótipos, aprendizagem baseada em projetos, etc.
Com isso, os alunos terão uma proximidade maior com os impactos práticos e concretos da disciplina – o que as coloca mais perto de seu dia a dia e, portanto, mais interessantes de serem estudadas.
3. Utilizar bibliografias diversas
O acesso ao conteúdo de apoio faz toda a diferença na elaboração de um plano de estudos. Um exemplo é o acesso à biblioteca digital, em que o aluno pode, de onde quer que esteja, acessar livros relacionados a seus estudos.
Aqui, também vale diversificar o formato e o tipo de conteúdo – não apenas livros e artigos acadêmicos, mas filmes, documentários, podcasts, vídeos, veículos de notícias, etc. Assim, o aluno entra em contato com os temas da disciplina em diferentes momentos, promovendo um aprendizado contínuo e contextualizado.
4. Inserir tecnologia nos estudos
Hoje, existem múltiplas ferramentas de ensino e aprendizagem que unem tecnologia e conteúdo. Desde ferramentas para criação de apresentações online até recursos para criar protótipos de produtos, o professor e o aluno encontram nas ferramentas digitais uma forma de colocar em prática o conteúdo. Ou seja, estudar fazendo.
Agora que você já sabe como auxiliar os estudantes na construção de um plano de estudos, aproveite para conferir nossa checklist para o Enade e incentive a preparação para a avaliação!