A internacionalização pode ser definida como a troca política, social, econômica e cultural efetivada entre países. No âmbito educacional, o fenômeno da globalização é responsável por dinamizar as relações de ensino, proporcionando autonomia e criatividade no ambiente acadêmico-científico.
Nesse cenário, o Plano de Internacionalização da Universidade objetiva criar estratégias que possibilitem a internacionalização da educação superior. Por meio do Plano, é possível oferecer experiências enriquecedoras aos alunos, facilitar o estabelecimento de redes de ensino pelo mundo e diminuir as barreiras linguísticas existentes.
Pensando nisso, preparamos este artigo para explicar o que é o Plano de Internacionalização da Universidade, quais são seus benefícios para as instituições de ensino e quais são as estratégias para colocá-lo em prática. Confira!
O que é o Plano de Internacionalização da Universidade?
A necessidade de especialistas e pesquisadores, unida ao avanço da globalização, fez surgir uma aproximação entre o Estado e a universidade. A partir disso, consolidou-se a importância da universidade como fortalecedora das economias nacionais e dos processos de desenvolvimento tecnológico e científico, que deu origem ao processo de internacionalização da educação.
Assim, foram originadas políticas públicas que fomentaram a pesquisa e a formação de pesquisadores em vários países. No Brasil, a regulação institucional possibilitou a criação de agências nacionais, destacando-se a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), que está vinculada ao Ministério da Educação (MEC), e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que está vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
As políticas públicas determinam, principalmente:
- A cooperação internacional das universidades brasileiras;
- O desenvolvimento científico e tecnológico;
- A inserção internacional da universidade brasileira.
Partindo de uma análise do conjunto de programas de cooperação internacional desenvolvido ao longo dos últimos anos pela CAPES e pelo CNPq, é possível extrair os exemplos de programas:
- Programas de Formação – Intercâmbio de alunos dos cursos de graduação e pós-graduação no exterior.
- Programas de Pesquisa Conjunta entre Países – Cooperação científica por meio de pesquisa conjunta entre os países.
- Programas de Formação Interinstitucional – Intercâmbio acadêmico de estudantes, professores e pesquisadores de pós-graduação para qualificação dos programas de pós-graduação das instituições brasileiras.
Nesse cenário, o Plano de Internacionalização da Universidade é o estudo que prevê de que forma se pretende internacionalizar a instituição de educação superior (IES). Nesse documento é preciso apresentar:
- Os objetivos pretendidos pela instituição de ensino;
- O cronograma previsto para alcançar as metas propostas;
- Os programas e ações estratégicos de internacionalização da IES;
- As políticas linguísticas da instituição, entre outros.
Quais são os benefícios do Plano de Internacionalização da Universidade?
Iniciar um Plano de Internacionalização da Universidade traz diversos benefícios para o corpo discente, para o corpo docente e para a própria instituição. A seguir listamos os principais motivos:
1. Diversidade linguística
Atrair jovens pesquisadores estrangeiros ou enviar alunos para universidades de outros países garante o aperfeiçoamento das habilidades linguísticas dos discentes e docentes.
É durante um intercâmbio acadêmico que os estudantes têm contato com outros idiomas e culturas, o que enriquece o aprendizado e favorece a prática da diversidade linguística.
Além disso, a partir dessas experiências a IES se tornará mais apta a aumentar a oferta de disciplinas em outros idiomas, melhorando a experiência do aluno e trazendo mais credibilidade para a instituição.
No mesmo sentido, a qualidade dos artigos e trabalhos desenvolvidos em outros idiomas cresce, o que confere maior visibilidade para a IES.
2. Pesquisa e inovação
Promover a internacionalização da universidade aumenta significativamente o impacto das produções científicas e destaca a instituição internacionalmente. Ainda, é a partir da internacionalização que a IES:
- Amplia a capacidade de captar recursos em editais internacionais;
- Garante a transferência dos conhecimentos produzidos;
- Atrai pesquisadores com excelência acadêmica.
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3. Visibilidade e difusão do conhecimento
Além dos benefícios já expostos, ao atrair pesquisadores e docentes estrangeiros, a IES aumenta o reconhecimento do ensino e também:
- Facilita parcerias estratégicas com outras instituições;
- Amplia a difusão do conhecimento produzido;
- Expande programas de mobilidade acadêmica;
- Apoia a elaboração de projetos de pesquisa, artigos científicos e livros em língua estrangeira, o que pode atrair recursos de agências internacionais de fomento à pesquisa.
Portanto, é possível perceber que a internacionalização da universidade e a consequente cooperação internacional são capazes de gerar benefícios mútuos para as instituições cooperantes, para comunidade acadêmica e para a gestão da IES.
Como elaborar o Plano de Internacionalização da Universidade?
Após entender o que é e quais são os benefícios do Plano de Internacionalização da Universidade, redigimos um passo a passo com estratégias para ajudar a IES a elaborar o planejamento. Veja a seguir:
1. Preparação
O primeiro passo para desenvolver o Plano é identificar o contexto da IES e fazer um levantamento do orçamento disponível, da infraestrutura e do interesse da comunidade acadêmica.
2. Objetivos
Após o recolhimento dos dados obtidos na etapa da preparação, chega o momento de definir os objetivos esperados com a internacionalização. Nessa etapa, a IES deve elencar objetivos relativos à pesquisa, à cultura, ao ensino e aos investimentos esperados.
3. Operacionalização
Com os objetivos elencados, a instituição precisa refletir sobre quais serão os recursos efetivamente destinados ao Plano e como as competências pretendidas serão desenvolvidas.
Para tanto, é necessário estabelecer contatos internacionais com outras instituições e firmar contratos que garantam a execução das metas planejadas.
Importante: A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) divulgou o seu Guia para Aceleração da Internacionalização Institucional: Pós-Graduação Stricto Sensu, elaborado pela Diretoria de Relações Internacionais (DRI) do órgão.
O guia é voltado para gestores de Instituições de Ensino Superior que fazem parte ou desejam integrar o Programa Institucional de Internacionalização, orientando sobre como alcançar os padrões de excelência no ensino, pesquisa e extensão necessários para a inserção das instituições no cenário global. Acesse nossa pílula da educação com a notícia completa e com o link para o guia clicando aqui.
Esperamos que o artigo tenha ajudado a sua IES a entender a importância do Plano de Internacionalização e os passos para elaborá-lo. Agora, que tal ler sobre como é a avaliação do MEC nas IES?