Com a Lei Orçamentária Anual (LOA), sancionada pelo governo federal, é determinada a quantidade de recursos destinada a cada setor da União. A Educação foi uma das áreas mais afetadas em 2022: em relação ao ano passado, foram vetados mais de R$ 736 milhões do orçamento previsto. Ao todo, o Ministério da Educação conta com um orçamento de 137,9 bilhões para esse ano. .
A inserção de alunos no ensino superior via programa de financiamento estudantil foi prejudicada, com cortes no ProUni (Programa Universidade para Todos) e no FIES (Fundo de Financiamento Estudantil), ambos programas do governo federal.
As Instituições de Ensino Superior (IES) públicas foram afetadas principalmente pela falta de orçamento para gastos de operação, comprometendo pilares de ensino e pesquisa científica.
Já as IES privadas enfrentaram, principalmente, menos matrículas pela inviabilidade do acesso aos programas de financiamento estudantil mantidos por instituições governamentais. A queda na captação de alunos foi significativa em todo o país.
Com a pandemia de covid-19, houve mais um agravante nessa situação. Com intuito de tentar reverter essa situação, muitas instituições apostam no ensino superior a distância e no ensino híbrido para driblar esse cenário desafiador.
Segundo a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), a previsão até 2023 é de que 64% dos estudantes matriculados na educação superior no país escolham cursos a distância.
Dada a importância do ensino superior e a função das IES no direito fundamental à educação, muitas buscam formas alternativas de possibilitar formação a estudantes de diferentes realidades socioeconômicas.
Neste artigo, falamos sobre a elaboração de um programa de financiamento estudantil. Confira!
Vantagens do programa de financiamento estudantil para as IES
Desde o início do século XXI, as políticas de acesso à educação visam facilitar a entrada e a manutenção de alunos de todas as classes sociais no ensino superior.
O objetivo é alcançar taxas compatíveis com as mundiais de ensino: no Brasil, apenas 21% da população de 25 a 34 anos tem diploma do nível superior. Em comparação, a média da OCDE é de 45%. Na mesma faixa etária, os colombianos apresentam educação superior para 30% da população.
Um ponto importante que deve ser levantado é onde as matrículas estão sendo feitas. De acordo com o Censo da Educação Superior 2019, realizado pelo Inep, cerca de 75% dos alunos estão matriculados em instituições privadas.
Nesse cenário, a importância de um programa de financiamento estudantil redobra: além de ampliar o leque de possibilidades do aluno, ele garante a ocupação das vagas nas IES privadas.
O censo aponta que cerca de 45% dos alunos matriculados nas instituições privadas possuem algum tipo de financiamento ou bolsa, essa taxa tem sido regular nos últimos anos.
Mas enquanto o Fies atingia cerca de metade desses alunos em 2014, hoje ele é responsável por apenas 19%. Já o Prouni, em 2019, foi atrelado a 615 mil matrículas na rede privada.
O Prouni na democratização do ensino
O Programa Universidade para Todos (ProUni) é uma forma de acesso ao ensino superior que concede bolsas integrais e parciais a alunos da rede privada. Contempla alunos que tenham obtido nota acima de 450 no Enem, de baixa renda, pessoas com deficiência, alunos e professores da rede pública.
É realizada uma seleção, em que os alunos inserem seus dados e cursos de interesse no site disponibilizado pelo MEC e, de acordo com as notas, são distribuídas as vagas nas instituições privadas.
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O FIES e a acessibilidade financeira do ensino
Já no caso do Fies, a modalidade é a de financiamento, não bolsas. O aluno se inscreve no programa via plataforma do MEC e, de acordo com seu desempenho no Enem e concorrência de vagas na IES, é aprovado para um programa de financiamento estudantil.
Ao contrário de empréstimos em instituições bancárias tradicionais, o Fies oferece taxa zero para alunos com renda familiar de até 3 salários mínimos, além de taxas reduzidas para outros alunos de baixa renda.
É também acordado que o aluno só começa a amortizar sua dívida quando recebe salário, o que auxilia na manutenção dos estudos, já que é possível se manter no curso mesmo antes da qualificação profissional.
Um ponto interessante do Fies é que ele oferece 1% de abatimento para egressos de cursos de medicina que trabalham no SUS e para pedagogos da rede pública.
A queda das matrículas no ensino superior
Um dos impactos da pandemia e dos cortes orçamentários na educação foi a queda da matrícula de alunos no ensino superior presencial. Ainda que as vagas da modalidade EaD tenham tido maior busca, o ensino presencial, ainda majoritário na educação, teve queda de quase 9% nas matrículas.
Existem duas questões principais atreladas a este problema. Uma delas é a perda da oportunidade de muitos brasileiros de acrescentar vivências diferentes ao ensino superior. Infelizmente, a desigualdade social, econômica, racial e geográfica ainda afeta o acesso à educação. Isso significa que grupos marginalizados perdem oportunidades educacionais e profissionais devido à falta de incentivos.
Outro ponto que deve ser abordado é a evasão escolar e a quantidade de vagas não-preenchidas. Problema comum nas IES privadas, as vagas remanescentes do processo seletivo aumentaram em número com os cortes da educação. Muitas delas eram preenchidas por um programa de financiamento estudantil, mas, no contexto atual, ficam vazias.
É importante lembrar que mesmo alunos já matriculados, se há cortes na assistência estudantil, podem acabar desistindo da vaga por conta de custos com mensalidades, moradia, transporte e alimentação, além de não ter tempo de se dedicar aos estudos por conta de longas jornadas de trabalho.
Esse desafio, além dos desafios impostos pela pandemia, tem se tornado um problema administrativo para as IES, que buscam trazer novos alunos, difundir conhecimentos e utilizar sua missão educacional na formação acadêmica e profissional de jovens brasileiros.
A história do financiamento estudantil no país
A história do financiamento estudantil privado em nosso país é recente: segundo pesquisador na área de educação superior da UFPR, existem políticas mais nítidas e sólidas para o financiamento no ensino superior a partir dos anos 90.
Antes desse período, o ensino superior era relativamente mais restrito a uma menor parcela da população. Tradicionalmente, estavam em destaque as poucas universidades públicas e principalmente as instituições de nível superior confessionais. Porém, havia ainda uma demanda muito grande para acesso à educação superior no país que precisava ser solucionada.
A partir dos anos de 1995, as diversas políticas do governo federal de aceno ao mercado, privatizações e desregulamentações de diversos entraves burocráticos trouxeram mais chances para o surgimento das IES privadas no país. Se antes o cenário era majoritariamente composto pelas universidades públicas e pelas instituições confessionais, novas IES passaram a povoar um mercado em expansão ao longo dos anos vindouros.
Sobretudo, a expansão das IES privadas nos anos 90 é marcada pelo aumento do número de cursos de Direito no país, que até hoje correspondem a uma parcela importante do mercado.
Já nos anos 2000, houve investimento em políticas tanto para o ensino superior público quanto para as instituições privadas. Ao longo da década, foram criadas diversas instituições de nível superior pelo governo federal em todo o país, mas ainda incapazes de suprir a demanda.
Para cobrir a enorme parcela da população que almejava também frequentar uma universidade, algumas ferramentas foram implementadas para financiar e tornar mais acessíveis o acesso ao ensino superior privado. Entre estas, destacamos o ProUni e o FIES.
O ProUni e o FIES tornaram o acesso ao financiamento do ensino superior muito mais facilitado, trazendo diversos benefícios não só para os estudantes como também para as IES, que puderam se expandir e se diversificar.
A elaboração de um programa de financiamento estudantil em 5 passos
Uma alternativa que vem crescendo entre gestores de IES é a oferta de um programa de financiamento estudantil privado, gerido pela própria instituição e seus parceiros.
Um programa destes, além de possibilitar acesso à educação e fazer com que a IES encontre novos alunos, gera independência em relação aos cortes orçamentários do MEC no futuro.
É uma oportunidade de deliberar critérios, analisar as melhores opções para cada instituição e manter a qualidade de ensino sem comprometer a viabilidade econômica, nem para os alunos, nem para a IES em si. Dessa forma, há uma manutenção e recorrência do curso sem interrupções por fatores externos.
Para auxiliar gestores e coordenadores que buscam implementar um programa de financiamento estudantil, criamos neste artigo um guia de estratégias e pontos importantes para saber antes de começar:
1. Determinando quem faz parte da comunidade estudantil
O primeiro passo é definir quem é o corpo discente da IES e quais pessoas ela busca atingir. Nesse processo, é muito importante coletar dados socioeconômicos dos alunos (via censos e pesquisas) para que a equipe responsável possa avaliar onde estão as lacunas.
Para isso, é essencial ter uma Comissão Própria de Avaliação (CPA), órgão dentro da IES que realiza autoavaliações e analisa mudanças necessárias de caráter administrativo, pedagógico e institucional. Essa comissão deve ter atuação independente e contar com membros do corpo docente, discente, equipe administrativa e representantes da sociedade civil. Deve haver paridade em cada setor, a fim de garantir a imparcialidade das decisões.
Entre as avaliações que devem ser realizadas pela comissão estão a responsabilidade social da instituição, as políticas de ensino e o desenvolvimento institucional. É, portanto, relevante analisar junto à CPA as formas de democratizar o acesso à IES.
2. Criando um departamento responsável
A partir dos dados, é importante estabelecer responsáveis pela implantação e gestão do programa de financiamento estudantil. Esses gestores, que devem ser atrelados à instituição de ensino, serão os responsáveis pela execução de processos seletivos, registro e verificação de alunos, além de manutenção a longo prazo.
3. Dedicando os recursos necessários
Outro ponto importante é avaliar a viabilidade financeira da instituição. Principalmente no caso de instituições mais novas, a gestão deve levar em conta a sustentabilidade a longo prazo dos programas.
Nesse sentido, deliberar a quantidade de recursos destinados ao fundo, que vai arcar com os custos de cada aluno durante sua formação, é uma tarefa essencial. Deve-se levar em conta quantas vagas que ficariam ociosas e serão preenchidas por estes alunos, qual o retorno financeiro, qual é o melhor contrato para ambas as partes, etc.
Se houver oportunidade de captação de recursos alternativos, como doações de ex-alunos e empresas, deve-se levar isso em conta. Também, durante a formação das regras do financiamento estudantil privado, os responsáveis devem considerar o tempo em que o aluno vai começar a quitar o saldo devedor e o impacto desse período na instituição.
4. Escolhendo e ofertando as vagas
Tendo um plano de ação, é hora de analisar quantas e quais vagas devem ser ofertadas. Por exemplo, no caso dos programas governamentais, são priorizadas vagas para estudantes do setor de saúde, tecnologia e educação.
Cada instituição, porém, tem suas características individuais, que devem ser levadas em conta na seleção de vagas. Em que cursos há mais evasão? Qual é o custo por aluno em cada área? Como será feito o processo seletivo das vagas?
Também é relevante determinar quais perfis terão acesso ao programa de financiamento estudantil e quais contratos estarão disponíveis. Por exemplo, pode ser análogo ao Fies, que oferece taxas diferenciadas para diferentes rendas. O programa também pode ter um período de carência entre a conclusão do curso e o início dos pagamentos, ou então começar a descontar desde o primeiro salário. Todas essas informações devem ser analisadas com antecedência e mantidas com transparência para os alunos.
5. Fiscalizando e garantindo a eficiência do programa
Assim como no caso dos financiamentos federais, é essencial ter um órgão colegiado que monitora e fiscaliza a execução de programas de financiamento estudantil. A comissão deve ter como membros representantes administrativos, docentes e discentes para a validação da seleção e do cumprimento das regras do programa.
Essa comissão visa proteger o interesse de toda a comunidade escolar, já que evita fraudes, monitora a gestão financeira do fundo e ainda auxilia alunos a obterem financiamento, evitando a evasão.
Com um programa de financiamento eficiente, mais alunos saem satisfeitos com a escolha da IES e podem recomendar essa opção a mais pessoas, atraindo ainda mais alunos para sua instituição!
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As vantagens de um programa de financiamento estudantil privado
Quando a IES opta por ter um programa próprio de financiamento estudantil, ela otimiza a gestão administrativa e financeira de seu corpo discente. Quando há cortes orçamentários na educação em âmbito federal, como houve este ano, todo o setor é impactado.
É, então, uma estratégia de independência desses fatores: em muitos casos, esse programa privado pode ser ofertado de forma concomitante a programas governamentais de assistência estudantil, além de bolsas de estudo ofertadas pela IES.
Como o financiamento estudantil impacta o estudante
Na visão do estudante, o acesso à educação superior já é repleto de desafios, sendo o financeiro decisivo. Muitos jovens brasileiros optam por não continuar os estudos ou adiá-los por conta de restrições financeiras. Em consequência, há menos formação profissional, o que diminui as possibilidades de emprego.
Já quando a IES proporciona programas de bolsas ou de financiamento estudantil, muitos alunos conseguem se dedicar aos estudos: com menos preocupações com mensalidades, é viável terminar a formação profissional e, com o tempo, quitar o saldo a partir de um salário melhor. O custo x benefício fica evidente, principalmente para estudantes de baixa renda.
Quais são as opções de financiamento estudantil privado?
É preciso que o gestor de IES esteja atento para as principais vantagens e desvantagens de cada opção de financiamento para montar seu próprio programa. Uma vez que o mercado esteja mapeado, é possível descobrir o diferencial que sua IES pode oferecer para o financiamento de seus alunos.
Além da oferta de financiamento estudantil privado pela própria instituição de ensino, mostramos a seguir também algumas outras opções disponíveis no mercado brasileiro. Ao conhecer as possibilidades que o aluno encontra ao optar pelo crédito para educação, você terá em mãos uma importante ferramenta para otimizar seu próprio programa, oferecendo melhores condições como taxas de juros e prazos de pagamento.
Vamos conhecer algumas das opções de financiamento estudantil disponíveis no mercado?
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Crédito Consignado Banco do Brasil
O Banco do Brasil é uma das instituições financeiras que oferece a opção de financiamento estudantil para que estudantes consigam realizar cursos de ensino superior.
Por meio de um programa de crédito consignado, esse banco oferece opções de financiamento para instituições privadas que possuem parceria. Apesar de oferecer algumas facilidades (como amplos prazos de pagamento), esta modalidade de financiamento não é aceita em todas as instituições, pois é necessária uma parceria com o banco.
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Financiamento Estudantil Graduação Saúde Santander
O Financiamento Estudantil Graduação Saúde Santander é uma opção de financiamento oferecida pelo banco espanhol no Brasil. Estudantes dos cursos como Odontologia, Enfermagem e Medicina Veterinária estão aptos para procurar essa modalidade.
Como o próprio nome aponta, o financiamento estudantil oferecido pelo Santander é exclusivo para cursos da área de saúde. Ou seja, atende apenas uma pequena parcela da demanda por cursos superiores.
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Financiamento Estudantil Bradesco
O programa de financiamento estudantil do Banco Bradesco apresenta opções de crédito e condições de financiamento semelhantes às do Banco Santander.
A principal diferença reside que o financiamento oferecido por esse banco brasileiro é possível para qualquer curso de graduação, não dependendo de uma área específica de formação para ser contratado. Porém, oferece condições um pouco mais rígidas.
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Financiamento Estudantil BV
O Banco BV oferece uma solução de financiamento estudantil focada no meio digital. Isto é, toda a negociação e contratação do crédito ao aluno são realizadas por meio de uma plataforma online, sem a necessidade de comparecer a uma agência física ou conversar com gerente.
Assim, um bom diferencial que sua IES pode oferecer em relação a essa modalidade de crédito é um bom atendimento ao cliente, capaz de engajar e encantar os possíveis alunos na escolha do crédito. Para isso, é preciso pensar em um atendimento rápido, eficiente e sem burocracia.
Conhecendo as diversas opções de financiamento estudantil privado oferecidas pelo mercado, você pode criar um programa próprio que ofereça mais benefícios ou melhores condições de pagamento. Com isso, você vai atrair mais estudantes para sua IES!
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Quais são as condições para o financiamento estudantil privado?
Agora que você já sabe quais são as opções de financiamento disponíveis no mercado, é preciso estar atento para as condições de oferta do crédito estudantil. Como você pôde observar, são diversas as opções disponíveis no mercado.
Para montar sua própria opção de financiamento estudantil, o gestor da IES deve ficar atento para as seguintes condições:
Muitos estudantes começam um curso superior de olho no futuro. Isto é, querem realizar o sonho de cursar uma graduação e principalmente mudar sua situação financeira e qualidade de vida.
Para que esse sonho se torne realidade, ele investe no presente de acordo com suas possibilidades de pagamento atuais. Assim, os prazos de pagamento são um aspecto muito importante para o aluno. Quanto maior for o prazo, haverá mais chances de ter conseguido um bom salário e mais condições para pagar.
De maneira geral, os juros podem ser definidos como o valor que o dinheiro possui no tempo. Para calcular a taxa de juros a ser oferecida pela instituição, a IES deve ficar atenta a diversos fatores: t
- Taxas de juros semelhantes no mercado;
- Previsões da inflação;
- Taxa básica de juros da economia…
Tendo em mente esses aspectos, com a ajuda de um administrador financeiro o gestor pode descobrir uma taxa que seja atrativa em relação à média do mercado, mas que ao mesmo tempo seja sustentável para a instituição.
A análise de crédito é uma condição muito importante na hora de montar um programa de financiamento estudantil. Por meio da consulta ao aluno de suas condições financeiras atuais, e também às referências de crédito no mercado (como o Serasa) é possível ter uma ideia da viabilidade do crédito futuro.
Outro aspecto importante é a análise da renda familiar, que deve ser levada em consideração na hora de fechar um contrato com o estudante. São diversos os cenários possíveis de condições financeiras das famílias. Portanto, é necessária uma análise individual e personalizada para saber se o estudante terá ou não condições para honrar seu compromisso com a IES.
Tendo em mente esses principais aspectos financeiros, a IES terá em mãos importantes ferramentas para montar seu próprio programa de financiamento estudantil. Para tornar essas condições mais palpáveis e menos abstratas, é possível também oferecer uma simulação de crédito.
Por meio dessa ferramenta financeira, o aluno terá em mãos todos os dados necessários para tomada de decisão na escolha da melhor opção de financiamento. Para a instituição, também é interessante simular o crédito para saber se é ou não viável financeiramente oferecer tais condições para os estudantes.
Com um bom atendimento ao cliente e uma boa habilidade na negociação, é possível oferecer uma opção de financiamento estudantil atrativa, captando mais alunos e também aumentando a retenção ao longo dos anos.
Quando um aluno procura o financiamento diretamente na instituição, ele demonstra confiança na IES. Por isso, é muito importante que não sejam oferecidos muitos entraves burocráticos ou dificuldades na negociação, tendo em vista a agilidade e satisfação no negócio.
Afinal, a instituição de educação é, sobretudo, um espaço de formação profissional e realização de um futuro melhor, não de dor de cabeça para os estudantes.
A captação de alunos na IES privada
Para as IES privadas, que buscam se renovar e atrair novos alunos, o custo de se manter atualizada em infraestrutura e missão educacional é alto. Portanto, quando as vagas não são preenchidas, há um prejuízo financeiro para a organização.
Além disso, as vagas ociosas significam que a IES não está conseguindo difundir seu conhecimento e incentivando a formação de alunos até onde é capaz. Como alunos especializados e atuantes no mercado de trabalho são uma forma de mostrar a qualidade de ensino e a eficiência da IES, a falta de alunos pode inclusive comprometer o marketing educacional.
Um bom aluno e profissional de destaque é a melhor divulgação que a IES pode ter de seus cursos, portanto, evitar a perda de potenciais estudantes de destaque por suas condições financeiras auxilia a longo prazo na consolidação do curso.
O programa de financiamento estudantil como incentivo à diversidade
Além de todos os outros fatores, um impacto que o financiamento estudantil tem a longo prazo é a diversificação das comunidades educacionais. Como o ensino superior ainda é desigual e faltam muitos passos para atingir um cenário mais democrático, as IESs privadas também têm seu papel no acesso à educação.
Hoje, por exemplo, estudantes de baixa renda possuem em média 3 anos de estudo a menos que pessoas de classes A e B. O mesmo pode ser dito em relação a outras desigualdades, como a menor oferta de vagas em zonas rurais e na região Norte do país.
Além disso, a falta de acesso ao mercado de trabalho e a renda estável para grupos marginalizados cria barreiras para o acesso ao ensino, o que, por sua vez, impede a ascensão profissional. Para contexto, apenas 0,5% dos alunos matriculados em IES são pessoas com deficiência. No Brasil, 24% da população é PcD.
A importância da educação para o desenvolvimento da sociedade
Essa formação profissional e acadêmica tem um enorme impacto no país, já que leva a profissionais e cientistas mais qualificados em todas as áreas de atuação e permite maior difusão de conhecimento na sociedade.
Como demonstram diversas pesquisas na área econômica, a maioria dos países que hoje possuem renda elevada e bom desenvolvimento econômico conseguiram alcançá-los por meio de maior investimento em ciência e tecnologia. Por sua vez, o desenvolvimento do capital humano também é fundamental para acompanhar as inovações tecnológicas e aumentar a produtividade.
Um bom exemplo de país com rápido crescimento econômico, trazido pelo investimento em tecnologia e formação profissional, é a Coreia do Sul. Quem hoje não utiliza celulares de uma famosa fábrica coreana ou assiste séries daquele país? Para alcançar tamanho sucesso econômico em tão poucas décadas, a educação em todos os níveis foi uma parte importante dessa história.
Nesse sentido, o programa de financiamento estudantil é um dos fatores que contribui para a economia nacional e democratização do ensino, e as IES que implantam os programas são essenciais nesse processo.
Esperamos que tenha gostado deste texto sobre o programa de financiamento estudantil! Aproveite para conhecer mais estratégias para captação de alunos!