Durante o processo de revisão OAB, que prepara os alunos para o Exame de Ordem, os gestores educacionais têm a preocupação de ajudar os discentes a compreender todo o conteúdo, ter organização, manter a calma e o foco nas provas.
Com isso, o ambiente da instituição de educação deve ser voltado para garantir que o aluno tenha as melhores condições possíveis para realizar a prova e se considerar um membro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Esse momento marcante para novos advogados representa anos de estudo e dedicação ao aprendizado das diretrizes jurídicas do Brasil. Porém, assim como em diferentes provas de qualificação para atuar profissionalmente, é comum que os alunos tenham nervosismo.
É comum também que conteúdos diversos sejam cobrados, exigindo não apenas boa prática de estudos mas calma e atenção na hora de responder às perguntas.
É por meio de um programa dedicado para a revisão da OAB que os gestores e professores garantem que os alunos estejam o mais preparados possível e possam representar a instituição de ensino e mostrar o que obtiveram de conhecimento científico e cultural durante os anos da graduação.
A OAB em números
A avaliação da OAB é considerada uma das provas mais difíceis do país. Isso porque o índice de aprovação OAB é pouco convidativo: nove em cada dez instituições de educação superior (IES) que oferecem curso de Direito não atingem 30% de aprovação na Ordem entre seus egressos.
O curso de Direito é o mais popular do país. Hoje cerca de 800 mil alunos estão inscritos. Com o crescimento das matrículas e as possibilidades de diferentes atuações no campo judiciário, esse aumento no interesse é significativo.
Por ser um curso mais voltado para estratégias teóricas e aprendizado tradicional, nem sempre os alunos que têm contato com o curso de Direito combinam com a dinâmica que ele oferece. Além disso, as dificuldades do curso envolvem a capacidade de ter autodisciplina, gestão de tempo e conhecer diferentes vivências para aumentar seu repertório cultural.
Em média, apenas 25% dos inscritos na prova da OAB conseguem ser aprovados. Por isso, é essencial que as IES tenham o rigor e a dedicação necessárias para promover o aprendizado e o sucesso de seus alunos.
O que a OAB examina
A proposta da OAB é analisar a capacitação dos bacharéis em Direito para atuar como advogados no sistema jurídico brasileiro. Para tanto, é necessário que esses egressos da graduação tenham a compreensão geral da legislação, atuação e impacto da advocacia e responsabilidade profissional.
Por ser uma profissão de alta demanda de estudos, a expectativa é que os alunos dominem o conteúdo teórico e a aplicação deste. A partir disso, é dividida em duas fases, ambas eliminatórias, que visam calcular a qualificação do aluno como futuro advogado.
Como é a primeira fase da OAB?
De acordo com o edital oficial da prova da OAB, aplicada pela Fundação Getúlio Vargas, a primeira fase da OAB tem duração de até cinco horas e oitenta questões objetivas sobre os conhecimentos adquiridos em:
Disciplinas profissionalizantes obrigatórias e integrantes do curso de Direito
- Direitos Humanos
- Código do Consumidor
- Estatuto da Criança e do Adolescente
- Direito Ambiental
- Direito Internacional
- Filosofia do Direito
- Estatuto da Advocacia e da OAB, seu Regulamento Geral e Código de Ética e Disciplina da OAB
E como é a segunda fase da OAB?
Os alunos aprovados na primeira fase participam da segunda fase da OAB, que avalia a atuação profissional prática do inscrito com redação de peça e resposta a questão objetivas compreendendo as seguintes áreas de opção do examinando:
- Direito Administrativo
- Direito Civil
- Direito Constitucional
- Direito Empresarial
- Direito Penal
- Direito do Trabalho
- Direito Tributário e do seu correspondente direito processual
A OAB publica também as leis e temáticas às quais o aluno deve dedicar seus estudos em cada uma das áreas, seguindo o Guia Programático da Prova Prático-profissional. Esse documento, então, deve ser utilizado como norteador da rotina de estudos, adaptado para a realidade de cada aluno.
Confira 8 dicas para garantir o bom desempenho de sua IES na OAB
Os gestores educacionais, assim como professores de Direito, visam que seus alunos tenham o melhor desempenho possível na prova da OAB. Além de garantir uma camada de notoriedade para a instituição de ensino, o sucesso na avaliação é um indicador de estratégias de aprendizagem que funcionam e pode ajudar a nortear a construção de suas diretrizes pedagógicas.
Por exemplo, se os alunos tendem a ter melhor desempenho em Direito Empresarial, mas sentem falta de conhecimento em Direito Civil, é um sinal de alerta para reforçar as atividades em relação a essa temática e utilizar os resultados como alavanca de mudanças.
Por isso, vamos falar agora sobre 8 dicas valiosas para garantir um bom desempenho na OAB:
1. Promova a autonomia nos estudos
2. Organize simulados e exercícios
3. Ofereça mentoria especializada
4. Incentive a organização emocional
5. Promova o acesso à bibliografia especializada
6. Auxilie os alunos a obter uma formação ampla
7. Crie trilhas de revisão
8. Não esqueça a segunda fase
1. Promova a autonomia nos estudos
Um dos pilares da educação contemporânea é promover as habilidades socioemocionais durante a formação do aluno. Nesse sentido, a graduação deve trazer não apenas conteúdos didáticos da área de atuação, mas também ajudar o aluno a desenvolver ferramentas que o ajudem a ser um profissional melhor no futuro.
Entre tais habilidades estão a proatividade e a autonomia do aluno. Esses critérios são muito importantes dentro e fora do mundo acadêmico, já que, um aluno ou profissional que busque ampliar seus conhecimentos e trazer novas referências se destaca.
Para isso, a IES deve investir em estratégias de ensino que coloquem o aluno como protagonista de sua jornada de aprendizado. Essas metodologias são conhecidas como metodologias ativas, revertem os papéis tradicionais de ensino e abrem espaço para atividades em que os alunos estão mais envolvidos.
Um exemplo é a aprendizagem experiencial, que pode ser feita por meio de estudos de caso. Analisar uma ocorrência real auxilia os alunos a aplicar melhor a teoria e entender as relações entre o que ocorre na sala de aula e as demandas contemporâneas.
No curso de Direito, em que os alunos entram em contato com diferentes disciplinas e áreas da profissão, ter uma visão panorâmica é um traço benéfico. Além disso, a IES que volta seu ensino para a aplicação real do Direito desperta o engajamento e a participação dos estudantes, o que aumenta a absorção do conteúdo.
2. Organize simulados e exercícios
Paralelamente, a busca por conhecimentos amplos deve ser acompanhada por estratégias de avaliação. Além das provas do curso, é fundamental que os alunos de Direito tenham acesso a simulados e exercícios de prática para a prova da OAB.
Uma das formas de realizar esse foco é por meio do microlearning. Essa estratégia consiste em dividir os conteúdos em partes menores e aplicar avaliações de compreensão em pequenas doses.
Esse formato auxilia na fixação de conteúdo e pode ser aplicado em conjunto com a aprendizagem ativa. Por exemplo, quando a IES promover um conteúdo sobre determinada lei, elabore também um quiz para os alunos avaliarem sua compreensão após o estudo.
O microlearning se adapta melhor à rotina do aluno e, pelo tempo reduzido, pode ser inserido de forma a aproveitar melhor o tempo e incentivar o estudo diário.
3. Ofereça mentoria especializada
É claro que os alunos também podem precisar de orientações gerais para os estudos. Visando o sucesso da comunidade acadêmica, os gestores podem – e devem – investir em mentorias especializadas.
Orientadores pedagógicos e vocacionais são profissionais que promovem a adaptação da rotina de estudos para os alunos e podem desempenhar o papel de guias, criando cronogramas e ajudando os alunos a entender quais setores são seus pontos mais fortes e mais fracos.
4. Incentive a organização emocional
Um dos principais desafios da prova da OAB e do processo de se qualificar como advogado(a) é a barreira emocional da prova. Por ser uma avaliação com altas taxas de reprovação, os alunos participam com a perspectiva enviesada.
Além disso, por serem alunos egressos da graduação ou nos últimos semestres, a pressão do final do curso também está presente.Nesse sentido, o papel do apoio psicológico é muito importante para manter a saúde mental e o desempenho acadêmico em alta.
Cuidar da saúde mental dos estudantes é um estímulo para que eles se sintam mais acolhidos. Estratégias como redes de apoio, canais de atendimento e encaminhamento para tratamento especializado são formas de criar um ambiente mais seguro e saudável para todos.
Essas medidas evitam casos de transtorno de ansiedade, crises depressivas e burnout, ocorrências comuns no ensino superior. E além de trazer benefícios para o emocional dos alunos, tem seu impacto na saúde física.
Alunos com saúde mental em dia e apoio psicológico têm mais noites de sono, rotinas saudáveis e momentos de descompressão. Isso, é claro, reflete em seu rendimento.
5. Promova o acesso à bibliografia especializada
O acesso a materiais de qualidade também é um fomento para o desempenho dos estudantes. Para o curso de Direito, a carga de leituras é uma parte essencial dos estudos e não deve ser deixada de lado nos investimentos da IES.
Além dos livros didáticos para as disciplinas em si, os gestores devem construir uma biblioteca que inclua materiais preparatórios de revisão para a OAB. Vade mecum, questões comentadas, simulados e guias de estudo devem estar presentes para todos os alunos da instituição consultarem.
Os materiais da segunda fase da prova, como guias de Direito Penal, Civil e Processual precisam estar disponíveis em sua biblioteca física e/ou digital.
6. Auxilie os alunos a obter uma formação ampla
O mesmo deve ser levado em consideração durante a graduação de seus alunos: a oferta de uma matriz curricular e um projeto de curso diversos traz grandes benefícios, não só para a prova, mas também para a atuação profissional futura.
Os cursos de Direito ainda são, em sua maioria, presos a moldes tradicionais. Mas pequenas mudanças e incentivo a outras atividades são formas de promover o engajamento acadêmico.
Um projeto pedagógico de curso (PPC) que envolva diferentes trilhas de aprendizagem e atividades extracurriculares é muito benéfico mesmo em cursos mais tradicionais. No caso do Direito, por exemplo, incluir disciplinas optativas e atividades de aprendizado baseado em problemas significa aulas que envolvam temas atuais.
Que tal organizar atividades relacionadas às discussões socioeconômicas que acontecem na atualidade? Ou promover grupos de debate e exercícios com as notícias mais relevantes?
Se os alunos entendem a aplicação direta dos conhecimentos vistos em sala de aula, eles absorvem melhor aquilo que leram, compreendendo de forma prática a consequência de sua atuação profissional. Na hora de responder às questões da segunda fase da OAB ou elaborar a peça profissional, eles já terão essa experiência prévia.
As atividades de extensão também são ótimas formas de incluir a prática no aprendizado: com a supervisão de professores responsáveis, os alunos têm a experiência de levar seus conhecimentos à comunidade externa, o que ajuda a entender o impacto da legislação no dia-a-dia das pessoas.
Além disso, ter ofertas de estágio com empresas e escritórios de advocacia parceiros é uma forma de incentivar os alunos. Quando a IES se relaciona e constrói as pontes entre o mundo acadêmico e profissional, ela amplia a oferta de experiências durante a graduação.
Para que o aluno tenha as ferramentas necessárias para escolher em qual área do Direito vai atuar (e, portanto, realizar a segunda fase da prova da OAB) ele deve entrar em contato aprofundado com cada uma delas durante a graduação.
7. Crie trilhas de revisão
A revisão para a OAB é um processo árduo, mas que pode ser otimizado com a parceria entre alunos e IES. Trilhas de revisão focadas, com aulas e plantões de dúvidas, materiais bibliográficos e simulados ajudam o aluno a organizar e adaptar seu cronograma de acordo com as necessidades.
Estimule a presença em atividades de revisão e simulados, além de oferecer aos alunos cronogramas modelo e dicas para estudo.
8. Não esqueça a segunda fase
Depois da aprovação na primeira fase, já muito concorrida, existem alunos que não dedicam a mesma atenção à segunda fase. Mas é importante lembrar que ela traz outras dificuldades para o processo.
Além de dominar as matérias, o aluno deve saber responder às questões subjetivas e organizar sua redação da peça profissional. É fundamental, então, que a IES organize cronogramas de revisão para a OAB na segunda fase e estimule os alunos a praticar esse aprendizado.
Como estratégia, ter plantões de correção e dúvidas ajuda o aluno a entender onde ainda precisa focar.
Quando a IES e o aluno trabalham juntos na revisão OAB, as chances de aprovação são maiores. Para conhecer mais sobre a prova e organizar sua IES para ela, confira nosso material sobre como se preparar para a OAB!