Muitas faculdades, centros universitários e universidades pelo Brasil já estão se preparando para o cenário de volta às aulas — ensino superior. Assim como no ensino básico, as instituições de educação superior (IES) tiveram, em 2020, desafios de adaptação ao ensino remoto emergencial.
Mas, além dos desafios, há espaço para inovação na volta ao ensino presencial: com o avanço das tecnologias e das novas formas de ensino, foram quebradas muitas barreiras e as novidades podem ser utilizadas a favor das IES.
Continue a leitura para saber mais sobre como será, quais são as tendências e mais informações sobre a volta às aulas no ensino superior!
Como será a volta às aulas no ensino superior?
Para que seja possível a liberação do ensino presencial nas IES, é essencial que as diretrizes locais sejam seguidas.
A portaria 1.096 do MEC, de dezembro de 2020, estabelecia a retomada do ensino presencial para março de 2021. Como ressalva, ficou definida a possibilidade pelo uso do ensino remoto por biossegurança:
“Art. 2º Os recursos educacionais digitais, tecnologias de informação e comunicação ou outros meios convencionais, indicados no art. 14, § 3º, da Resolução nº 2, de 10 de dezembro de 2020, poderão ser utilizados, em caráter excepcional, para integralização da carga horária dos componentes curriculares, no cumprimento das medidas para enfrentamento da pandemia da Covid-19 estabelecidas em protocolos de biossegurança.”
Hoje, com a perspectiva da vacinação da população adulta em múltiplos estados e imunização de docentes, discute-se a volta às aulas no ensino superior de forma presencial e/ou híbrida.
Atenção às demandas locais
Assim como ocorreu no ensino básico, as demandas da cidade e do estado em que a IES se insere devem ser levadas em conta. O Plano São Paulo, por exemplo, determina que “cada região poderá reabrir determinados setores de acordo com a fase em que se encontra. As regras são: média da taxa de ocupação de leitos de UTI exclusivas para pacientes com coronavírus, número de novas internações no mesmo período e o número de óbitos.”
Durante as fases vermelha e laranja, ficam impossibilitadas de funcionar. Já na fase amarela, os alunos podem frequentar o campus, desde que com apenas 35% da capacidade normal e com medidas de biossegurança.
Na maior parte do Brasil, no entanto, as IES privadas foram obrigadas ou optaram pela manutenção do ensino a distância durante o primeiro semestre de 2021, planejando a reavaliação conforme a mudança de cenário.
Por enquanto, a maior parte das instituições oferece ensino presencial apenas para cursos práticos, com capacidade limitada de alunos em sala de aula e medidas de distanciamento.
Como preparar os espaços durante a transição?
O retorno gradual às aulas é uma estratégia organizacional que permite a detecção de problemas durante sua aplicação. Consiste em alternância de turmas, capacidade controlada no ambiente e manutenção das formas de ensino remoto.
O objetivo é tornar a volta ao campus menos drástica e, por meio disso, evitar riscos à saúde. As salas de aula devem respeitar estratégias de distanciamento social.
Em locais de avanço na vacinação de alunos e docentes, além de quedas da taxa de infecções da população geral, as IES almejam um retorno mais efetivo ao presencial.
Qual será o futuro das IES no pós-pandemia?
Mesmo com todos os desafios do ensino em 2020, as IES enxergam no futuro diferentes demandas educacionais. E os gestores devem estar preparados para isso. Um exemplo é a conectividade dos estudantes. Hoje, os alunos chegam ao ensino superior já lidando com uma grande carga de informações e novas tecnologias e a inserção delas nas diretrizes curriculares ajuda na integração.
É também o exemplo de cultura maker: com a necessidade de uma formação empreendedora, muitos jovens buscam no ensino superior algo que alavanque suas habilidades não somente acadêmicas, mas profissionais e soft skills.
No contexto da pandemia, habilidades como autonomia, inovação e colaboração se mostraram cada vez mais essenciais para o mercado de trabalho contemporâneo. É, então, um novo foco para IES: atender à multiplicidade da formação de seus alunos na volta às aulas no ensino superior.
Assim, os estudantes se mantêm engajados e contribuem para uma diversidade intelectual e cultural da instituição como um todo, gerando novas pesquisas, conhecimentos e produções que tornam o espaço um hub de inovação.
Informações e conteúdo
Com todas as demandas exigidas, é possível que as informações fiquem confusas durante a retomada do ensino. Tanto a respeito das diretrizes legais, quanto de estratégias de ensino, há recursos que podem ajudar as instituições.
Para dúvidas em relação ao coronavírus e sua ramificação na sociedade, a Organização Mundial da Saúde preparou um guia de informações.
O que o ensino remoto ensinou às IES?
A situação emergencial causada pelo coronavírus criou múltiplos problemas para a educação. No entanto, durante o processo de volta às aulas no ensino superior, é importante refletir sobre os aprendizados que esse período trouxe.
As ferramentas digitais, até então utilizadas somente de forma complementar, demonstraram ser muito úteis para todos os setores da educação. Não somente o conteúdo, mas os ambientes de aprendizagem se tornaram mais tecnológicos e versáteis.
Essas mudanças, além de ampliar a difusão de conhecimento e engajamento dos alunos, também aumentaram a utilização de ferramentas que podem – e devem – ser mantidas para um futuro educacional mais completo. A partir daí, o ensino híbrido pode se tornar mais comum: oportunidades tanto para aprendizado a distância quanto para encontros presenciais.
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Acessibilidade e inclusão
Para alunos que são PCDs, moram fora de grandes centros urbanos e com problemas de saúde crônicos, o deslocamento à universidade pode ser uma barreira para a democratização do ensino.
Em contrapartida, o ensino híbrido e remoto surge como uma forma de tornar a formação mais próxima dessas pessoas e ampliar os horizontes da instituição.
Saúde mental
É inegável que os efeitos da pandemia na saúde mental da população têm se agravado. Por isso, é mais importante do que nunca as IES se atentarem a isso. Uma instituição responsável, durante a volta às aulas do ensino superior, deve oferecer também apoio emocional a alunos, colaboradores e docentes.
Pensar fora da caixa
O principal é que as IES, durante a volta às aulas do ensino superior, não caiam no engessamento. Com as novidades tecnológicas e demandas educacionais, é uma oportunidade de inovar no ensino e na cultura.
Abrir espaço para diálogos e novas ideias é fundamental para que a instituição cresça e se reinvente durante esse período.
Agora que você já sabe mais sobre a volta às aulas — ensino superior, aproveite para conferir também o nosso artigo sobre microlearning, uma tendência que se intensificou com o ensino a distância!