Entre os desafios encontrados pelos docentes e pelas instituições de educação superior (IES) na formação dos alunos, tem-se como um dos principais garantir que o aprendizado dos estudantes se dê de forma eficiente.
Para isso, é possível empregar estratégias que potencializam a absorção do conteúdo ensinado e que conduzem a um processo de educação mais eficaz, fomentando o desenvolvimento das habilidades de memória e assimilação do conteúdo.
Nesse cenário, a neurociência deve ser entendida como importante aliada da educação, tendo em vista que o conhecimento acerca do funcionamento do cérebro é um valioso meio de compreender e dominar as estruturas responsáveis pelo aprendizado.
Pensando nisso, neste artigo iremos falar sobre a relação entre neurociência e educação, os benefícios para a comunidade acadêmica e como a IES pode enriquecer o processo de ensino através de sua implementação. Confira!
O que a neurociência estuda?
A neurociência surgiu no final do século XIX como uma ciência que estuda o sistema nervoso central e procura compreender como é seu funcionamento, sua estrutura, como se desenvolve e as alterações que ocorrem ao longo da vida.
O estudo da área está diretamente relacionado à psicologia, à neurologia e à biologia. A neurociência é, então, uma ciência multidisciplinar, pois considera aspectos de diversas áreas do conhecimento para sua construção.
Os campos de estudo da neurociência podem ser fragmentados, levando à seguinte divisão:
1. Neuropsicologia
A neuropsicologia consiste no estudo da interação entre as ações do nervo e as funções ligadas à área psíquica.
2. Neurociência comportamental
É a área que investiga a ligação entre o contato do organismo e seus fatores internos (emoções e pensamentos) ao comportamento visível, como a forma de se falar e os gestos. A neurociência comportamental está relacionada à psicologia comportamental.
3. Neuroanatomia
A neuroanatomia é o estudo da estrutura do sistema nervoso, fragmentando o cérebro, a coluna vertebral e os nervos periféricos externos. É a partir da neuroanatomia que se torna possível entender a respectiva função de cada parte citada.
4. Neurofisiologia
É o estudo das funções ligadas às diversas áreas do sistema nervoso.
5. Neurociência cognitiva
Por fim, a neurociência cognitiva é o estudo da capacidade cognitiva dos indivíduos – o raciocínio, a memória e o aprendizado.
Desse modo, a neurociência, a partir de uma análise profunda acerca do funcionamento do cérebro, é capaz de definir como o corpo reage ao contato com o aprendizado de novas informações.
Além disso, a neurociência também é capaz de identificar como os diferentes estímulos do processo pedagógico afetam o cérebro humano. Assim, o estudo pode contribuir muito para a educação, pois a partir dele é possível selecionar as melhores estratégias para garantir um aprendizado duradouro.
Qual é a relação entre neurociência e educação?
Inicialmente, é necessário destacar que o processo de aprendizagem consiste em criar memórias duradouras, ou seja, possíveis de serem recuperadas em momentos oportunos. No mesmo sentido, a neurociência é o estudo do funcionamento do cérebro em relação aos conhecimentos adquiridos.
Dessa forma, o estudo da neurociência torna-se uma importante ferramenta para melhorar e desenvolver a aprendizagem.
Ao longo dos últimos anos, o estudo da neurociência traz, então, importantes contribuições para a educação devido aos conhecimentos adquiridos sobre a atividade cerebral.
É a partir dessas descobertas que o ensino pode ser potencializado, tornando-se praticável a definição de estratégias que melhor estimulam o cérebro e a memorização dos estudantes.
Como a neurociência contribui para a educação?
Uma das principais funções da instituição de ensino e dos docentes é aumentar o engajamento do aluno com as disciplinas estudadas e garantir que o conteúdo transmitido seja fixado.
Considerando-se que nem todos os alunos absorvem o conteúdo da mesma forma e que cada estudante possui individualidades em seu processo de aprendizagem, é importante colocar em prática técnicas que ampliem a capacidade de memorização do corpo discente.
Nesse cenário, é evidente a relação entre neurociência e educação. Afinal, a neurociência mostra que o estímulo de diferentes partes do cérebro é capaz de aumentar a performance cognitiva do indivíduo e melhorar a concentração, ampliando os índices de aprendizagem entre a turma.
Para tanto, é possível associar o estudo das disciplinas ao uso de tecnologia e às artes, por exemplo, como forma de aumentar o rendimento dos alunos e reter o conteúdo transmitido.
Como a neurociência se aplica à sala de aula?
Após a apresentação da relação entre neurociência e educação, é importante entender como colocá-la de forma prática na sala de aula. A seguir, elencamos algumas técnicas para associar a neurociência ao ensino. Confira!
1. Estimular os sentidos
O estímulo dos sentidos modifica a relação entre os neurônios e é capaz de gerar memórias baseadas na experiência. Assim, essa é uma importante forma de melhorar o aprendizado dos estudantes.
Para isso, o docente pode fazer uso de conteúdos multimídia, buscando estimular a audição e visão, por exemplo.
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2. Promover a contextualização
A exposição do conteúdo programático sem contextualização prática é responsável por dificultar o aprendizado e a memorização. Desse modo, é importante que o docente se preocupe em transmitir o conteúdo fazendo associações com o dia a dia dos alunos.
Para tanto, é possível agregar alguma notícia ou exemplo prático de aplicação da matéria ministrada para que os estudantes associem a retenção da informação às suas vivências. Assim, promover a contextualização é uma valiosa forma de aumentar o rendimento da turma.
3. Trabalhar com recompensas
Segundo as descobertas da neurociência, o cérebro humano se torna mais motivado quando é recompensado. Dessa forma, os estudantes tendem a se esforçar mais para o aprendizado durante a aula se forem recompensados por isso.
Assim, é importante que os professores promovam dinâmicas, debates e atividades que incentivem a participação e esforço da turma.
4. Incentivar a memorização
A memorização acontece pela repetição de informações e pela associação com conhecimentos anteriores. Assim, reforçar os conteúdos por meio de revisões, resumos e atividades avaliativas é um meio de garantir que o aprendizado se efetive.
Por fim, é possível concluir que o estudo da área da neurociência é capaz de revolucionar a educação. Entender a forma do funcionamento da atividade cerebral e como a consolidação das memórias acontece são meios de melhorar o processo pedagógico.
Dessa forma, incentivar o estudo da neurociência pelos docentes e colocar as técnicas apresentadas em prática farão com que a IES aumente o desempenho dos seus alunos e garanta uma educação de qualidade.
Se você gostou de entender melhor sobre a relação entre neurociência e educação, temos certeza que se irá se interessar por nosso conteúdo sobre metodologias ativas também. Confira!