A aplicação de simulado diagnóstico é uma prática muito importante nas instituições de educação superior (IES), já que além de ser utilizada para a preparação específica para exames oficiais, essa ferramenta também auxilia na análise sobre o processo de ensino-aprendizagem.
Por meio da identificação de dados de aprendizagem coletados em um simulado diagnóstico, é possível criar relatórios e definir estratégias que impactam positivamente na qualidade do ensino.
Quer saber mais sobre esse assunto? Neste artigo, você vai saber o que é simulado diagnóstico, para que ele serve e como desenvolver na IES. Confira!
O que é simulado diagnóstico?
Uma prova de simulado, como o próprio nome diz, simula a situação de uma avaliação. Ela permite que o aluno se familiarize com a estrutura da prova e aprenda a gerenciar o tempo destinado à resolução das questões e à transcrição das respostas finais.
Nesse sentido, o simulado visa testar não só o conhecimento do aluno, como também sua habilidade para lidar com outros fatores importantes que podem interferir no seu desempenho, como a compreensão dos enunciados, por exemplo.
Trata-se de uma atividade cujo objetivo é reproduzir uma prova antes que a sua data real aconteça, a fim de mostrar aos estudantes o que os espera, não apenas no quesito conteúdo, mas também em relação ao formato do teste, a suas regras e a seus desafios práticos.
Porém, quando falamos de simulado diagnóstico, há uma peculiaridade importante: nesse tipo de avaliação, existe o objetivo de coletar informações relacionadas à aprendizagem dos alunos para entender quais são os conteúdos em que há maior domínio e quais são as lacunas de aprendizagem.
A partir dos dados coletados, é possível elaborar um relatório diagnóstico que orienta ações estratégicas que podem ser adotadas pelos docentes e gestores com o objetivo de suprir as lacunas de aprendizagem e potencializar o processo de ensino, garantindo maior qualidade na educação.
Leia também: Você sabe o que é avaliação diagnóstica, como fazer e sua importância para a IES? Descubra neste artigo
Para que serve o simulado diagnóstico?
Como abordamos rapidamente, o simulado diagnóstico atua como uma ferramenta valiosa para docentes e gestores que têm o objetivo de melhorar os resultados da IES nos indicadores educacionais.
A seguir, nos aprofundamos nos benefícios dessa ferramenta. Confira!
1. Facilita a fixação do conteúdo pelos alunos
Um estudo publicado em 2010 pela revista Science demonstrou que resolver questões é a forma mais eficiente para a retenção de conteúdo.
Embora o resultado dessa pesquisa já fosse esperado por cientistas e professores, ela serviu para comprovar a importância da resolução de perguntas para a memorização.
É pensando nisso que muitas instituições de ensino têm aplicado simulados para alunos mesmo antes de chegarem à fase de preparo para exames como o Enade e o da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
2. Permite compreender o foco das provas
Pelo simulado diagnóstico, o estudante também pode descobrir a lógica de funcionamento do exame para o qual está se preparando e evitar ser pego de surpresa na hora de realização da avaliação oficial.
Diferentes provas e exames tendem a cobrar olhares diferenciados do aluno para um mesmo conteúdo.
Aí está a importância de fazer um levantamento das questões que foram utilizadas nas provas antigas e aplicá-las. Isso faz com que ele compreenda o tipo de raciocínio e a lógica de resolução das questões mais exigidas para a prova.
3. Possibilita identificar lacunas de aprendizagem
Como apontamos anteriormente, o simulado diagnóstico fornece uma série de dados que permitem aos docentes e gestores educacionais entenderem quais são as competências mais desenvolvidas e quais são as lacunas de aprendizagem.
Se, em uma mesma turma, a maioria dos estudantes apresentam dificuldades com questões relacionadas a um mesmo conteúdo, por exemplo, pode-se considerar que é necessário dar maior ênfase a determinados temas ao longo do próximo período.
Sendo assim, a partir do simulado diagnóstico é possível produzir um relatório em que é possível identificar as principais lacunas de aprendizagem e trabalhar estratégias pedagógicas para solucioná-las.
4. Viabiliza a reorientação das práticas pedagógicas
Após a elaboração do relatório diagnóstico, é fundamental desenvolver um plano de ação que tenha o objetivo de suprir as lacunas percebidas no processo de ensino-aprendizagem.
Nesse sentido, o simulado diagnóstico fornece os insumos necessários, ou seja, dados de aprendizagem, para que os docentes tomem decisões assertivas.
Além disso, é possível comparar os dados entre diferentes avaliações. Por exemplo: utilizando um simulado diagnóstico com questões aplicadas em edições anteriores do Enade, você pode comparar os resultados dos estudantes com os microdados fornecidos pelo Inep para entender o nível de desenvolvimento atual dos alunos.
Assim, os professores podem seguir o plano de ensino como haviam traçado ou elaborar um plano de ação com o objetivo de atender e sanar as dificuldades de aprendizagem e preparar melhor os estudantes.
Por isso, o simulado diagnóstico permite que o professor tenha uma atuação estratégica, baseada em dados, que garante uma melhor qualidade no ensino e excelentes resultados em avaliações oficiais.
Como desenvolver um simulado diagnóstico na IES?
Tornar a aplicação de simulados diagnósticos em uma prática comum parte da cultura da instituição e da vontade de adquirir seus benefícios para um ensino acadêmico de qualidade.
A primeira recomendação é que a IES faça o simulado baseado no modelo de exame em que está focando.
Em seguida, a elaboração de um banco de itens irá otimizar a aplicação das avaliações, tornando mais a atividade mais prática e contemplando questões com os conteúdos curriculares específicos para cada finalidade ou exame proposto.
A seguir, listamos 7 dicas para desenvolver o simulado diagnóstico na sua IES:
1. Crie um calendário de simulados
Para que uma estratégia que envolva a aplicação de simulados faça sentido, é necessário que toda a comunidade acadêmica esteja ciente das ações. Afinal, os gestores precisam entregar as ferramentas necessárias, os docentes precisam planejar as avaliações e os estudantes precisam se preparar para realizá-las.
Por isso, é muito importante planejar e divulgar um calendário, contendo o simulado diagnóstico e simulados preparatórios, e que obedeça uma ordem lógica e cronológica em relação à dificuldade e ao tipo de conteúdo que será cobrado aos estudantes em cada avaliação.
2. Esclareça as regras do simulado
Em qualquer simulado é essencial que, antes de sua realização, os alunos entendam quais são as regras a serem observadas para que seja possível reproduzir, com o máximo de fidelidade, as condições que enfrentarão no dia do exame ou prova oficial.
Dessa maneira, após um breve esclarecimento sobre a diferença entre o estilo de prova a ser feito e aquela das avaliações realizadas habitualmente na instituição, é interessante ressaltar alguns pontos como:
- o dia e a hora estabelecidos para a realização do simulado, bem como a tolerância no caso de atrasos e os materiais necessários para uso pessoal dos alunos;
- o limite de tempo para a finalização do teste, fornecendo estratégias para o estudante gerenciá-lo com mais cautela;
- a proibição de consulta a qualquer fonte de informação que não seja o caderno de questões.
3. Conte com um banco de questões
Para otimizar o desenvolvimento dos simulados diagnósticos e preparatórios, é fundamental contar com um banco de questões que pode ser composto por itens de exames oficiais anteriores e questões novas, criadas por especialistas.
Esse banco de questões ainda pode ser utilizado em outras estratégias de ensino, como na criação de trilhas de aprendizagem.
Leia também: O que é o modelo de questões Enade?.
4. Analise os resultados
Como você pôde perceber ao longo deste artigo, os benefícios da aplicação de um simulado diagnóstico vão muito além da preparação dos estudantes para um exame. Afinal, é possível utilizar os dados coletados para traçar estratégias pedagógicas eficientes.
Por isso, após a realização do simulado, é fundamental que as respostas sejam organizadas e os dados sejam interpretados, a fim de construir um relatório que apresente a situação dos estudantes em relação ao processo de ensino-aprendizagem.
Nesse relatório, podem ser incluídas informações como:
- habilidades/competências/conteúdos que os alunos têm mais domínio;
- habilidades/competências/conteúdos que precisam ser reforçados;
- comparação dos resultados de um grupo de alunos em relação a índices nacionais;
- comparação dos resultados entre turmas, etc.
5. Desenvolva um plano de ação
A partir dos resultados apresentados no relatório diagnóstico, é fundamental pensar em estratégias pedagógicas para suprir as lacunas de aprendizagem e melhorar a qualidade do ensino na IES.
É necessário repensar o plano de ensino? Quais conteúdos precisam ser enfatizados? Existe algum conteúdo básico que deva ser retomado para que os estudantes consigam compreender conteúdos mais complexos?
Docentes e gestores educacionais precisam trabalhar em ações estratégicas para alcançar o resultado desejado.
6. Acompanhe os resultados
Após o desenvolvimento de estratégias pedagógicas levando em consideração o resultado diagnóstico, é possível acompanhar os resultados dos estudantes ao longo dos simulados preparatórios.
É importante analisar se os estudantes estão melhorando o desempenho, se estão apresentando maior conhecimento sobre os temas trabalhados, etc. Tudo isso será fundamental para a melhoria dos resultados dos alunos e da IES!
Esperamos que essas informações sobre o simulado diagnóstico ajudem você a desenvolver essa estratégia em sua instituição. Aproveite para ler nosso próximo artigo e saiba como escolher a solução para aplicação de simulado Enade em sua IES!