Já é uma fala antiga – e reconhecida – que a educação é um direito de todos e, apesar dos desafios presentes na implementação deste direito, sabemos que o estudo tem um caráter transformador na vida das pessoas. Mas como inclusão e ensino superior se relacionam?
Se você se preocupa com a missão que sua instituição de ensino superior (IES) tem com a promoção de uma educação democrática, a inclusão estará sempre nos seus planos. Veja nesse texto como fortalecê-la!
O que é inclusão no ensino superior?
A educação inclusiva é a visão de que o ensino deve ser para todos, sem realizar nenhuma distinção. É o entendimento que questões físicas, psicológicas e sociais não podem impedir ninguém de estudar, mesmo que sejam grandes barreiras.
Inclusão e ensino superior se relacionam quando entendemos que cursar uma graduação também é um direito, e não apenas a educação básica. Nesse ponto, cabe à IES pensar e implementar ações que possibilitem uma universidade para todos.
Como construir uma IES inclusiva?
A IES, em primeiro momento, precisa ter a inclusão como pauta central. Pensando desta forma, certamente conseguirá colocar em prática medidas que democratizam o ensino.
Sendo assim, conhecer algumas ideias sobre inclusão e ensino superior é sempre válido. Conheça 5 que você poderá aplicar em sua IES:
1. Reformular a estrutura física;
2. Criar política de assistência ao aluno;
3. Capacitar todos os profissionais;
4. Debater a inclusão com os estudantes; e
5. Oferecer bolsas de estudo.
1. Reformular a estrutura física
Pensando em uma IES inclusiva para pessoas com deficiência (PcD), é fundamental ter um ambiente adaptado para suas necessidades. Elevadores, rampas, barras, mesas mais espaçosas são alguns exemplos de acessibilidade no ensino superior que precisam ser implementados.
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2. Criar política de assistência ao aluno
É preciso ouvir os estudantes para conhecer suas demandas, seja lá quais forem. Além de adotar medidas de inclusão, você precisará checar se elas estão surtindo efeito.
Políticas como o ensino de libras e materiais em braile também são fundamentais para pessoas com deficiência auditiva e visual. Por fim, não se esqueça do apoio psicológico, que deve estar disponível para todos os alunos.
3. Capacitar todos os profissionais
Além da estrutura física e políticas institucionais, é preciso que os colaboradores estejam comprometidos com a inclusão. A IES deve realizar formações para que eles saibam como lidar com necessidades individuais e, principalmente, respeitar a todos, independente de suas diferenças.
4. Debater a inclusão com os estudantes
Se é para ser inclusivo, é preciso que todo mundo que componha a comunidade acadêmica participe. Uma IES terá enorme dificuldade em lidar com a diversidade, mesmo com ótimas práticas internas, se seu corpo discente não colaborar.
O ambiente estudantil deve ser de acolhimento, e jamais de exclusão. É interessante levar debates sobre inclusão e respeito às diferenças para que os alunos possam compreender o outro e conviver em harmonia.
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5. Oferecer bolsas de estudo
Infelizmente, o dinheiro ainda é uma grande barreira para o acesso ao ensino superior. E por mais que uma IES seja privada e naturalmente vise o lucro, seu comprometimento com a educação vai muito além das questões financeiras.
Uma boa ideia é oferecer bolsas para os estudantes, dando descontos acessíveis, que possibilitam sua formação. Você pode estar perdendo muitos talentos que infelizmente não podem arcar com uma graduação.
Quais os desafios da inclusão nas instituições de ensino superior?
Independente de quão boas sejam nossas ideias, implementá-las não é simples. Veja agora 4 desafios que você deve vencer para ter um ensino superior inclusivo:
1. Falta de verba;
2. Problemas no diálogo;
3. Professores na defensiva; e
4. Modelo de ensino engessado.
1. Falta de verba
Infelizmente, para colocar em prática os projetos de inclusão no ensino superior não precisa apenas de boa vontade, é preciso ter investimento. As mudanças na IES, sejam em sua estrutura ou em sua política, possuem custos, que muitas ainda não conseguem arcar.
2. Problemas no diálogo
Muitas vezes as pessoas não se sentem parte de algo por causa de uma comunicação falha, de não conseguirem expressar seus descontentamentos e necessidades. Esse diálogo precário faz com que a experiência da graduação seja desagradável, muitas vezes se tornando impossível.
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3. Professores na defensiva
Mesmo sendo agentes de transformação na vida dos estudantes, em alguns casos os professores podem representar um empecilho para a inclusão no ensino superior.
Isso ocorre quando os docentes estão acomodados na profissão, tal postura dificulta a compreensão da necessidade dos alunos, pois ficam relutantes em se adaptar às mudanças e atualizações do universo educacional.
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4. Modelo de ensino engessado
O ensino tradicional ainda conta com diversas barreiras para chegarmos em uma educação inclusiva, afinal, foi criado com uma estrutura extremamente vertical entre professor e alunos.
Desde os conteúdos presentes nas grades curriculares e as didáticas praticadas, até um formato de sala que não consegue englobar a pluralidade de alunos e de necessidades, muito precisa mudar para avançarmos.
Princípios da educação inclusiva
Para finalizar o texto, iremos abordar alguns aspectos centrais da educação inclusiva, os seus princípios. Se você os compreender, certamente conseguirá pôr em prática medidas assertivas. Confira:
1. Toda pessoa tem o direito de acesso à educação
2. Toda pessoa aprende
3. O processo de aprendizagem de cada pessoa é singular
4. O convívio no ambiente escolar comum beneficia a todos
5. A educação inclusiva diz respeito a todos
1. Toda pessoa tem o direito de acesso à educação
A educação é um direito social de todo ser humano, estando prevista no artigo 6º da Constituição. A importância dos estudos é tão grande que ele também está inserido na Declaração Universal dos Direitos Humanos, afinal, tem um caráter transformador e constrói uma parte de quem cada um é.
2. Toda pessoa aprende
Independente das limitações que temos, sendo elas intelectuais, sensoriais ou físicas, todos temos condições de aprender e de ensinar. Neste sentido, cabe à IES encontrar a melhor forma de alcançar o potencial de seus alunos.
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3. O processo de aprendizagem de cada pessoa é singular
Dentro de nossa individualidade, todos aprendemos de uma forma específica, tendo necessidades especiais ou não. Atualmente, já sabemos da importância da personalização do ensino, afinal, se somos todos diferentes, não aprendemos de forma igual.
4. O convívio no ambiente escolar comum beneficia a todos
Conviver com a pluralidade é sempre benéfico, para todas as partes. O ensino superior é um momento de aprendizagem completo, tanto no que diz respeito às expertises da profissão quanto do lado social, afinal também proporciona uma formação cidadã.
5. A educação inclusiva diz respeito a todos
Todos somos diferentes, logo, a educação inclusiva aborda uma diversidade da qual também fazemos parte. Criar um ambiente plural e que respeita as necessidades e particularidades de cada um é um direito e dever nosso!
Esperamos que você tenha aprendido mais sobre inclusão e ensino superior com nosso texto. Se você quer saber mais sobre o assunto, continue no blog e confira o nosso conteúdo completo sobre Educação inclusiva: entenda o que é e os desafios no ensino superior