Que as transformações tecnológicas dos últimos anos mudaram profundamente o mercado de trabalho, você provavelmente já sabe. Afinal, cada vez mais vemos o surgimento de profissões diferentes e sentimos o impacto direto de novas maneiras de pensar e realizar o trabalho.
Mas você já ouviu falar sobre a influência da tecnologia no Direito? Para além de novas leis, o empreendedorismo jurídico também tem crescido em meio aos profissionais de Direito. E, com frequência, ouve-se dizer que ele é o futuro da advocacia.
Por isso, é fundamental preparar os jovens estudantes de Direito para esse novo cenário. Se você ainda não sabe o que é o empreendedorismo jurídico, qual é o perfil desse profissional e como a sua instituição de educação superior (IES) pode ajudar a formar empreendedores, basta continuar lendo!
O que é empreendedorismo jurídico?
De modo geral, chama-se “empreendedor” qualquer pessoa capaz de observar problemas e oportunidades em uma sociedade, criando soluções criativas para elas. E o empreendedorismo jurídico, é claro, segue a mesma regra.
Trata-se, portanto, de uma maneira de enxergar o cotidiano da profissão jurídica e, com base nos obstáculos identificados, criar maneiras de resolvê-los. O foco desse empreendedorismo é melhorar o cotidiano da profissão e facilitar o trabalho de diferentes profissionais.
Atualmente, o empreendedorismo jurídico vem sendo considerado o futuro do Direito. Isso acontece graças a duas razões principais:
- A redução nos postos de trabalho principalmente para advogados; e
- A transformação digital do mercado.
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Por que investir no empreendedorismo jurídico?
Como explicamos, o mercado de trabalho do Direito, sobretudo para os recém-formados, já não é tão amplo quanto há alguns anos. Essa redução de espaço para novos talentos não significa, porém, que é impossível atuar na área, mas sim que os profissionais do futuro devem se adaptar às novas exigências do mercado.
Advogados que possuem uma visão de mercado mais ampla já estão substituindo os profissionais mais conservadores, presos a processos mais lentos e burocráticos. Afinal, hoje em dia, é importante pensar em soluções criativas para solucionar problemas.
Daí a importância do empreendedorismo jurídico. A habilidade de empreender exige adaptação, criatividade e raciocínio lógico, competências importantes para a área jurídica como um todo. E o profissional empreendedor também é capaz de entender o que o mercado espera da sua atuação.
Assim, quando falamos de futuros advogados, desenvolver as competências socioemocionais que a profissão já exige — e tende a exigir cada vez mais — é uma maneira de garantir o sucesso profissional.
Qual é o perfil do empreendedor jurídico?
Quando falamos de uma pessoa empreendedora, qual é a imagem que vem à sua mente? Você provavelmente pensa em alguém dinâmico, que sabe muito sobre a área em que atua e que consegue pensar em soluções criativas, certo? Pois você tem toda razão.
De modo geral, o empreendedor jurídico deve ser um profissional mais especializado, destacando-se em um segmento específico da área. Aquela história de “saber um pouco de tudo” vem perdendo espaço para o conhecimento aprofundado que possibilita resolver as questões do cliente de maneira mais dinâmica e rápida.
Além disso, usar os avanços tecnológicos também é uma maneira de se destacar no mercado. Com a digitalização de processos, tudo ficou mais simples, e, para entregar valor para os clientes, os advogados precisam pensar em como tornar o seu trabalho mais diferenciado.
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Quais as vantagens do empreendedorismo jurídico?
De fato, as inovações promovidas pelo empreendedorismo jurídico têm um impacto positivo no cotidiano dos profissionais do Direito e de seus clientes.
Veja algumas vantagens:
- Por serem mais especializados em suas áreas e pensarem em soluções mais dinâmicas e criativas, os advogados empreendedores alcançam maior excelência jurídica, além de ter mais agilidade na hora de executar o seu trabalho;
- O trabalho executado com mais rapidez e mais eficiência gera uma maior satisfação de clientes, além de mais chances de que eles retornem ao seu escritório;
- Graças às noções de negócios, aqueles que optam por trabalhar de forma autônoma também têm maiores noções de gestão, controle financeiro e previsibilidade;
- O conhecimento de mercado e de ações que facilitam o cotidiano de trabalho também promove a redução inteligente da carga horária desses profissionais, o que, por sua vez, é uma maneira de diminuir o estresse.
Como apoiar o empreendedorismo jurídico entre os estudantes de Direito?
Agora que você já conhece a importância do empreendedorismo jurídico, talvez esteja pensando em maneiras de apoiar o desenvolvimento dessa prática entre os estudantes da sua IES. Para isso, separamos 3 dicas estratégicas:
- Ofereça mais disciplinas sobre negócios;
- Aposte em áreas que estão crescendo;
- Invista em formação continuada.
Confira!
1. Ofereça mais disciplinas sobre negócios
Para que os seus estudantes sejam empreendedores de sucesso, eles precisam saber como um negócio deve funcionar.
Por isso, se o seu curso de Direito não tem uma relação muito estreita com cursos como Administração e Gestão Empresarial, talvez seja hora de pensar em estratégias para mudar isso.
Que tal uma grade horária com mais matérias optativas sobre negócios e Direito?
2. Aposte em áreas que estão crescendo
Algumas áreas que vêm chamando a atenção, sobretudo quando falamos de empreendedorismo jurídico, são:
- O trabalho com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), principalmente consultorias a empresas;
- As lawtechs, startups voltadas a soluções tecnológicas que vão desde o uso do data driven law até o uso de Inteligência Artifical em tribunais;
- Gaming Law, uma área consideravelmente nova do Direito e que está se expandindo.
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3. Invista em formação continuada
A melhor maneira de fazer com que os estudantes se especializem e se sintam seguros para empreender é oferecendo a formação continuada.
Cursos de extensão, pós-graduações e cursos voltados para a atuação profissional são uma maneira de construir a confiança dos estudantes, além de torná-los mais preparados para o mercado de trabalho.
Esperamos que este conteúdo tenha te ajudado a entender mais sobre o empreendedorismo jurídico. Agora, não deixe de conferir o nosso artigo sobre como se manter atualizado no Direito!