Preparamos um artigo completo para explicar sobre o funcionamento e adesão ao Sisu. Realize a leitura para compreender todos os seus aspectos!
O que é o Sisu?
O Sistema de Seleção Unificada (Sisu) é um programa gerenciado pelo Ministério da Educação (MEC) em que é possível acessar as vagas em cursos de educação superior de diversas instituições de todo o Brasil. No ar desde janeiro de 2010, a plataforma utiliza as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para criar uma classificação dos estudantes.
Como funciona o Sisu?
O site abre o processo de seleção duas vezes ao ano, e a inscrição é gratuita. Podem se inscrever os alunos que tenham feito a edição mais recente no Enem e não tenham zerado a redação da prova.
Para aderir ao processo de seleção, basta inserir o número de inscrição e a senha do Enem mais recente que tenha realizado. A nota do aluno é calculada automaticamente, e para que ele possa entender suas chances em cada curso, é calculada uma nota de corte.
Essa nota faz parte do cálculo de concorrência do curso. Durante o dia o aluno pode alterar sua opção de curso, mas a cada noite o sistema bloqueia a possibilidade de alteração e calcula a nota de corte da vaga.
O aluno seleciona:
- O curso;
- A instituição de educação superior (IES);
- A unidade;
- O turno;
- E a modalidade de concorrência.
O sistema cria automaticamente uma lista de mais bem colocados em cada curso. Quando encerrado o processo, o Sisu divulga a nota de corte final de cada curso, e posteriormente libera a lista oficial de selecionados para a vaga.
Os selecionados têm um prazo específico para se matricular no curso em que passaram, e aqueles que não conquistaram uma vaga na primeira chamada podem manifestar interesse em uma lista de espera. Essa lista é utilizada nas chamadas de futuros estudantes, caso as vagas da primeira chamada não tenham sido preenchidas.
Continue essa leitura e entenda os benefícios e responsabilidades das IES que resolvem aderir ao SISU!
Quem pode disponibilizar vagas no Sisu?
Atualmente, o Sisu oferece vagas em cursos presenciais de instituições públicas e gratuitas do ensino superior brasileiro, sejam elas federais, estaduais ou municipais. Mas para que as IES possam disponibilizar suas vagas no sistema, é preciso aderir à plataforma do MEC.
Além das tradicionais universidades e faculdades, também fazem parte do Sisu institutos federais e centros de educação tecnológica.
O número de vagas na plataforma cresceu de forma notável nos últimos dez anos, passando de 108.552 vagas oferecidas por 92 instituições em mais de três mil cursos em 2012, para 221.790 vagas em mais de seis mil cursos de graduação, em 125 IES no primeiro semestre de 2022.
O que é a adesão ao Sisu?
O processo de adesão ao Sisu é a forma pela qual as IES aptas demonstram interesse em disponibilizar suas vagas através da plataforma.
O Termo de Adesão é o documento que confirma a participação da IES, conforme a Lei nº 12.711 de 2012, e que posteriormente é divulgado para o público. Caso o aluno, ou outro cidadão, deseje sondar qual será o quantitativo de vagas ofertado em cada curso, nas modalidades de ampla concorrência e políticas afirmativas, é possível consultar o Termo de Adesão.
Quais informações constam do Termo de Adesão?
Além disso, o documento também traz dados importantes sobre as vagas, como:
- Turno;
- Duração do curso;
- Periodicidade;
- Peso de cada disciplina do Enem;
- Percentual de vagas reservadas;
- Local de funcionamento do curso, entre outras informações.
Como preencher o termo de adesão do Sisu?
O processo de adesão ao Sisu é realizado pelo Ministério da Educação. Duas vezes ao ano o órgão institucional libera um edital com as principais datas e ações a serem tomadas pelas IES em relação ao processo seletivo.
O acesso para as universidades é feito pelo Sistema de Gestão do Sisu. Através do site, a instituição pública de educação superior cadastra seus cursos e vagas disponíveis. É no documento de adesão que estarão as condições específicas de concorrência às vagas.
O login utilizado no Sistema de Gestão Sisu é aquele correspondente ao cadastro da instituição no “Login Único” do governo federal. Caso a IES ainda não disponha de uma conta no sistema, é preciso que seus representantes legais criem uma conta.
Para preencher um novo Termo de Adesão, após já ter participado de uma seleção do Sisu, é imprescindível que as instituições tenham encerrado no SisuGestão a ocupação das vagas do processo que tenham participado.
A formalização da adesão das instituições de educação superior públicas e gratuitas ao processo ocorre pela assinatura eletrônica do Termo de Adesão, feita pelo representante da IES.
Divulgação dos critérios para concorrência das vagas
É obrigatório que as IES divulguem em seus sites e em locais de grande circulação sobre as exigências para a concorrência em suas vagas, disponibilizadas a partir do Sisu. Essas informações podem estar no termo de adesão, editais, e em outras formas de convocar os candidatos.
Entre os dados que fazem parte do termo de adesão, estão aqueles de identificação da instituição, do curso, além dos anteriormente citados, peso das notas, vagas reservadas, entre outros.
Outra obrigação das IES, ligada à acessibilidade das informações desse processo, é a disponibilização de acesso gratuito à internet para que os estudantes tenham acesso ao processo seletivo do Sisu.
As IES também precisam disponibilizar acesso virtual para envio dos documentos de matrícula, quando possível em relação às exigências do curso, para atender àqueles estudantes que não conseguem realizar esse processo presencialmente.
Todos os detalhes podem, e devem, ser conferidos no documento que contém o cronograma e procedimentos de adesão ao Sisu, publicado no Diário Oficial da União. Caso ainda tenha dúvidas, consulte os termos preenchidos por outras IES, e disponibilizados online.
7 benefícios da adesão ao Sisu
Vamos listar, agora, alguns benefícios da adesão ao Sisu pela sua IES. Confira!
1. Facilidade de criação de listas por diferentes concorrências
Os modos de concorrência do Sisu refletem a legislação vigente, e facilitam bastante a criação de listas de classificação. Isso porque cada aluno concorre na modalidade assinalada no processo de inscrição.
Existem vagas de cotas e ações afirmativas para pessoas oriundas de escolas públicas, pretas ou pardas, pessoas com deficiência, indígenas, ou pela ampla concorrência (conforme a Lei de Cotas para o ensino superior). Cada aluno seleciona seu perfil correspondente, e concorre à vaga dentro daquela categoria.
Com o processo todo automatizado, não há possibilidades de enganos ou processos com padrão distinto em cada IES. As listas por concorrência tornam o processo mais justo, e mais simples de ser realizado.
2. Lista de espera para chamadas posteriores
A inscrição no Sisu prevê duas opções de curso por candidato, uma como primeira e outra como segunda opção. Caso o estudante passe em ambas as opções, é possível selecionar aquela que mais o interessa.
Um dos grandes atrativos do Sisu é a lista de espera. Caso o estudante queira aguardar novas chamadas no curso pretendido, é possível demonstrar interesse na lista de espera da primeira ou segunda opção. O aluno só pode se candidatar para a lista de espera caso não tenha realizado matrícula em nenhuma das opções em que foi selecionado.
Para o aluno, é uma chance a mais de alcançar o curso dos sonhos. Para a IES, é uma forma de gerenciar as vagas ociosas, garantindo que todas elas sejam preenchidas.
3. Selecione os melhores alunos de todo o país
Antes da utilização do Sisu, os estudantes tinham que se candidatar individualmente para cada vaga e, em muitos casos, realizar uma etapa extra na instituição. Isso limitava a possibilidade de acesso às IES de locais mais distantes, mesmo que o aluno esteja disponível para se mudar posteriormente.
Gastar com o deslocamento, ir para um local que, por vezes, é desconhecido, por uma possibilidade de alcançar uma vaga não é uma realidade para muitos. O Sisu garante que qualquer estudante do país possa se candidatar a vagas em diferentes localidades, de acordo com sua nota.
Para as IES é uma forma de garantir que os alunos com as melhores notas possam ter acesso à sua seleção, o que gera um ganho de desempenho para a instituição.
Além disso, a instituição pode delimitar uma nota mínima para o curso em seu termo de adesão, o que seleciona o perfil de nota dos alunos, e também promove um alinhamento em relação às exigências daquela formação.
Leia também: Importância e dados sobre a democratização do ensino superior no Brasil
4. Redução de gastos e trabalho na seleção
Antes do Sisu, muitas IES estavam diretamente envolvidas no processo de seleção, seja com a aplicação de provas de primeira ou segunda etapa, ou até mesmo no gerenciamento das notas do Enem, criando seus próprios sistemas e critérios de classificação.
Grandes processos, dispendiosos, que oneram alunos e instituições, e envolvem vários servidores, de forma muito complexa.
O Sisu centraliza e gerencia as vagas, o que promove a redução de gastos, sejam de recursos financeiros ou humanos. É uma forma de direcionar o trabalho das IES apenas para o momento de processamento de documentos e dados dos selecionados, e divulgação de chamadas.
5. Acessível para todos
Se anteriormente o aluno que desejava participar de mais de uma seleção em instituições públicas precisava pagar taxas de cada uma das IES, o Sisu veio para tornar o acesso ao ensino superior mais simples e barato. Na verdade, o estudante não terá nenhum gasto com a inscrição no sistema, que é gratuita.
O único valor envolvido no processo é o da inscrição no Enem, que também oferece isenção para estudantes de baixa renda. Isso viabiliza aos futuros alunos do ensino superior acesso a grandes instituições do país, de forma gratuita.
Com a mesma nota do Enem é possível concorrer ao processo do primeiro e segundo semestre. Além disso, não há restrições de idade ou renda para participar do Sisu, ou seja, é acessível para todos que desejam concorrer às vagas.
6. Candidatos podem participar de outros processos
Além dos processos nas universidades e instituições públicas, o Sisu possibilita concorrência paralela aos processos do Fies e do Prouni. Mesmo que o aluno só possa assumir uma das vagas dos três processos, é uma forma de ampliar o leque de opções do futuro estudante.
A ampliação do acesso ao ensino superior é um ganho social de relevância. Mesmo que o estudante não se inscreva em uma IES do processo do Sisu, é um incentivo à formação profissional no país, que não restringe o estudante a um tipo de instituição.
Mesmo que o estudante já esteja cursando uma formação superior, pelo Fies ou pelo Prouni, é possível se candidatar e passar em uma das vagas disponibilizadas pelo Sisu. Isso pode representar a realização de um sonho para muitos candidatos que não puderam, ou quiseram, continuar estudos específicos para vestibular ao passar em um processo diferente.
7. Automatização e possibilidade de processo online
A pandemia de covid-19 acelerou a digitalização de vários serviços. Era preciso se adaptar à nova realidade, e muitas IES tiraram essa tarefa de letra. Outras, que estavam caminhando mais lentamente em direção à digitalização, enfrentaram algumas dificuldades.
Após algum tempo em casa, aguardando uma medicação eficaz e vacinas contra a covid-19, foi imprescindível criar soluções digitais para processos que eram presenciais. O vestibular online foi elemento necessário nesse processo.
O Sisu é uma forma de digitalização do processo de seleção dos estudantes, que coloca a IES em uma perspectiva conectada com a educação do futuro. As interações presenciais nas instituições podem até retornar ao seu fluxo normal, mas os processos podem, e devem, seguir o caminho de inovação e digitalização.
O avanço das políticas de acesso ao ensino superior é inegável, e o Sisu tem um papel essencial nesse contexto. Hoje, os alunos saem do ensino médio e concretizam seus planos de continuidade de estudo, realidade muito diferente de alguns anos atrás.
O papel dos gestores das IES neste cenário é de incentivar as inovações e as políticas de acesso ao ensino superior. Eles são facilitadores desses processos, e podem impactar a vida de milhares de brasileiros, de todas as raças, perfis de renda, idades, etc.
Esperamos que tenha gostado deste texto sobre adesão ao Sisu! Que tal aproveitar e conferir também nosso conteúdo sobre adesão ao Fies!