A gestão de carreira docente é fundamental em universidades privadas, afinal, só com ela sua instituição de ensino superior (IES) consegue, de fato, oferecer uma educação de qualidade. Com tanta concorrência, ter professores que se destacam é fundamental.
Portanto, neste texto iremos tratar sobre a gestão da carreira docente, mostrando sua importância, como colocar em prática, desafios, oportunidades e muito mais! Continue a leitura e confira!
Como é a carreira docente atualmente em IES privadas?
A carreira de quem dá aula no ensino superior privado não é homogênea, até porque há uma grande diversidade de IES particulares no país. Como temos desde faculdades pequenas com poucos cursos até universidades que abarcam todas as áreas do conhecimento, é natural que a realidade do professor varie.
Ao mesmo tempo que temos IES privadas que proporcionam um salário maior que as públicas, também temos as que pagam menos. Em geral, o critério para estabelecer uma remuneração é a formação do docente.
Só o estudo pode garantir uma vaga e melhores condições para os professores. Nas universidades privadas, é preciso ter pós-graduação lato sensu, enquanto na pública apenas se pode dar aula se tiver stricto sensu (mestrado ou doutorado).
Infelizmente, nem sempre as IES privadas investem em um plano de carreira, o que faz com que os professores se capacitem menos e tenham um fluxo maior. A falta de gestão de carreira acaba prejudicando os docentes, as universidades e os estudantes com um ensino e trabalho mais precarizado.
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Qual a importância da gestão de carreira docente?
Essa melhora nas condições de trabalho e no ensino são os pressupostos para chegarmos nos benefícios de uma gestão efetiva da carreira para os docentes e para a instituição. Veja alguns deles:
1. Continuidade dos docentes
2. Professores mais engajados
3. Melhora do ensino
4. Estreita a relação aluno-professor-IES
1. Continuidade dos docentes
Ao enxergar um futuro promissor, certamente os professores terão uma grande motivação para permanecer na IES. Um plano de carreira com boa remuneração e oportunidades claras de crescimento mantém seu corpo docente comprometido com o time.
2. Professores mais engajados
Profissionais valorizados são mais satisfeitos e, logicamente, mais engajados para fazer um bom trabalho. Além de permanecer na IES, os professores ficam mais empenhados em construir um ensino de qualidade.
3. Melhora do ensino
A gestão de carreira aprimora o ensino de duas formas: os professores ficam mais motivados e com um currículo cada vez mais completo e atualizado. Assim, a imagem da IES melhora no mercado como um todo.
4. Estreita a relação aluno-professor-IES
Por fim, chegamos no ponto em que os alunos ficam satisfeitos com uma educação excelente, os professores com melhores condições de trabalho e a IES com sua expansão e crescimento. Fica claro que a gestão de carreiras faz com que esses três agentes fiquem cada vez mais unidos e satisfeitos.
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Como desenvolver um plano de carreira docente?
Um plano de carreira docente, com toda a importância que tem, deve ser feito de maneira técnica. Aqui, não focaremos na construção propriamente dita do seu, mas sim em 4 pontos essenciais. Veja:
1. Criar a descrição dos cargos;
2. Determinar as progressões salariais;
3. Incluir programas de educação continuada; e
4. Estabelecer metas e avaliar as competências
1. Criar a descrição dos cargos
Por mais que estejamos falando de um plano de carreira apenas de professores, é importante descrever o cargo, indicando suas atividades, carga horária e remuneração. Essa é a base para o trabalho do professor.
2. Determinar as progressões salariais
À medida que o tempo de serviço vai passando, é natural que um trabalhador receba mais. Na gestão de carreira, o ideal é definir as progressões salariais de acordo com o tempo de serviço, formação e atividades realizadas.
3. Incluir programas de educação continuada
A ideia é que seu corpo docente fique cada vez melhor, por isso, por que não investir nele? Aposte na educação permanente e continuada, que mantém os professores atualizados tanto para o conteúdo quanto para a didática.
4. Estabelecer metas e avaliar as competências
Não dá pra confiar apenas no tempo de trabalho e em capacitações, é preciso ter bons resultados. Nesse ponto, a IES deve avaliar o desempenho dos professores, se eles cumprem com as metas e se estão prontos para novos desafios.
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Como equilibrar ensino, pesquisa e extensão na carreira do professor?
O famoso tripé da educação – ensino, pesquisa e extensão – é fundamental numa universidade que quer oferecer uma educação completa. Infelizmente, muitas IES privadas pecam nesse aspecto.
Seja por ter uma estrutura básica ou professores com a carga horária já comprometida com as aulas, é comum que algumas universidades negligenciam a pesquisa e a extensão universitária. Nesse cenário, os alunos acabam se graduando sem essas importantes atividades.
Todavia, uma educação completa precisa passar por esses três alicerces – ensino, pesquisa e extensão. Pois, enquanto a pesquisa possibilita que o estudante também produza conhecimento, a extensão leva esse aprendizado para fora dos muros da universidade, para a comunidade.
Uma gestão de carreira precisa entender que ensino, pesquisa e extensão também são fundamentais na construção do professor. Se o problema for uma carga horária cheia, é preciso pensar em saídas, confira algumas dicas:
- reduzir a carga em sala de aula com a contratação de mais professores;
- incentivar a participação de mais alunos nos projetos de pesquisa e extensão;
- realizar atividades destes projetos nos finais de semana; e
- conscientizar sobre a importância do ensino, da pesquisa e da extensão na formação universitária.
Conheça os principais desafios e oportunidades na gestão de carreira docente em universidades privadas
Enquanto a gestão de carreira docente é bem estabelecida no ensino federal e estadual – assim como nas outras áreas do serviço público – a educação privada ainda precisa evoluir nesse sentido. Dos principais desafios para se implementar um plano de carreira docente, podemos apontar:
- grande rotatividade de professores;
- volume muito alto de trabalho;
- estrutura da universidade fechada; e
- falta de diálogo com os professores.
Já quanto às oportunidades, vale a pena ficar de olho:
Esperamos que você tenha gostado de nosso material sobre gestão de carreira e implemente o que viu aqui. Para avançar ainda mais, confira também o conteúdo que preparamos sobre Gestão da Inovação: o que é e como transformar sua IES?