Você já ouviu falar no termo “biblioteca híbrida”? As bibliotecas, de forma geral, podem ser descritas como acervos e coleções de livros, cuja missão principal é arquivar, concentrar, organizar e facilitar o acesso a conhecimentos, didáticos ou literários. Nesse sentido, as bibliotecas físicas permanecem tendo um papel importante na sociedade.
Apesar de, antigamente, a biblioteca significar apenas o lugar físico que continha este acervo de livros, hoje em dia podemos entender que o conceito se expandiu: quando falamos em bibliotecas, fazemos referência ao conteúdo armazenado dentro de um espaço. Por isso, podemos utilizar esse termo como símbolo ou metonímia, e podemos entender que, além das bibliotecas físicas, possuímos também as bibliotecas digitais e híbridas.
Neste artigo, explicamos direitinho o que é uma biblioteca híbrida, quais são as vantagens de adotar uma na instituição de ensino superior e os seus principais desafios. Confira!
O que é uma biblioteca híbrida?
As bibliotecas, em sentido amplo, são bases de conhecimento. Desta forma, uma biblioteca sempre é um local que contém uma enorme quantidade de informação variada, seja técnica, didática ou literária.
As bibliotecas não atendem apenas à função de leitura e armazenamento de obras. As bibliotecas são um importante símbolo de conhecimento; portanto, possuir uma boa biblioteca demonstra o valor dado pela instituição ao saber e à educação, acarretando em um reconhecimento social que gera benefícios intangíveis à reputação da instituição.
Enquanto local, existem dois tipos de biblioteca: a física e a digital. A biblioteca híbrida é uma junção das duas. Ou seja, uma instituição que possui uma biblioteca híbrida é aquela que mantém um acervo virtual, com obras digitalizadas, paralelamente a um acervo físico, com livros e revistas de papel.
As bibliotecas híbridas são mais completas do que as que são exclusivamente física ou digital, por congregar os benefícios de ambas, de forma unificada e ampla. Confira as vantagens da adoção desta modalidade mais ampla de gestão de conhecimento!
Quais os benefícios da biblioteca digital?
Para ter uma biblioteca híbrida, é necessário, primeiro, contar com um acervo atualizado e 100% digital. Se você ainda não tem um desses na IES, é fundamental começar.
Isso porque as bibliotecas digitais ampliam as bibliotecas físicas, o que gera facilidades como:
- Mais disseminação do conhecimento;
- Dissolução das barreiras geográficas em relação ao empréstimo e devolução de obras;
- Complementação do acervo físico de forma consistente; e
- Facilidade de manutenção de um acervo atualizado.
Dessa forma, as instituições podem se beneficiar, e muito, ao manter bibliotecas físicas e virtuais internas.
Leia também: Saiba como fazer a gestão de bibliotecas digitais!
10 vantagens de adotar uma biblioteca híbrida em sua IES
Agora que você já sabe que uma biblioteca híbrida reúne as bibliotecas física e digital, chegou o momento de entender melhor por que ela é uma boa ideia para a sua instituição de educação superior.
Abaixo, separamos 10 vantagens de adotar esse modelo na sua IES. São elas:
- Ampliação do acervo;
- Preservação do acervo;
- Facilidade de atualização das obras;
- Agradar públicos distintos;
- Acesso simultâneo a obras;
- Dissolução de barreiras geográficas;
- Promoção da autonomia e acessibilidade entre os alunos;
- Economia financeira e redução de custos;
- Facilitação das buscas;
- Manutenção do ambiente de concentração.
Entenda a seguir:
1. Ampliação do acervo
As bibliotecas híbridas possuem acervos ambivalentes: ao contar com obras físicas e digitais, é possível unir obras clássicas e tradicionais a obras novas, atualizadas e digitais. Ao mesmo tempo, as possibilidades de aquisição de novas obras se ampliam, resultando em um acervo maior e mais completo.
2. Preservação do acervo
Mais do que ampliar o acesso a diferentes obras, contudo, as bibliotecas híbridas também possibilitam que ele seja preservado por mais tempo.
Quando falamos de materiais raros e já esgotados, por exemplo, é possível digitalizá-los e realizar o empréstimo online dessas obras. Desse modo, os alunos continuam podendo consultá-las, mas sem que haja risco de destruição do material original.
Isso faz com que haja uma redução de custos com a manutenção de acervo, bem como com a aquisição repetida de obras que já foram compradas mas, devido ao grande número de acessos, estão em condições ruins.
3. Facilidade de atualização das obras
As bibliotecas físicas são ambientes incríveis de concentração e estudo, além de serem visualmente bonitas. No entanto, adquirir as obras, em vias físicas, frequentemente é um trabalho demorado. As edições, após lançadas, ainda passam por um período de impressão e distribuição.
Além disso, se tratando de livros físicos, apesar do manuseio facilitado, não há a possibilidade de descarte de obras prévias sem que isto seja imprescindível. Portanto, a atualização das obras é feita de forma periódica, mas em períodos maiores.
Com as bibliotecas híbridas, que congregam a parte digital, a atualização de obras pode ser feita anualmente, de forma instantânea, sempre que a necessidade exigir ou novas edições forem lançadas. Assim, as bibliotecas híbridas sempre possuem obras atuais.
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4. Agradar públicos distintos
As pessoas são diferentes: há quem aprecie a tradição e as coisas clássicas e que, por isso, faz questão de obras físicas, livros manuseáveis e do momento de abrir o exemplar.
Ao mesmo tempo, há aqueles que adoram as novidades e a chegada da era digital. Então, existem pessoas que preferem os livros virtuais. A biblioteca híbrida possui a vantagem de agradar a todos: gregos e troianos são contemplados por sua amplitude.
5. Acesso simultâneo a obras
As bibliotecas digitais permitem o acesso simultâneo, por vários usuários, da mesma obra, ao mesmo tempo, de forma que não é necessário esperar a devolução de uma obra para que ela possa ser acessada por outros usuários.
De igual maneira, na biblioteca híbrida, é possível que mais de uma pessoa esteja utilizando o livro simultaneamente, uma em edição digital e uma em edição física.
6. Dissolução de barreiras geográficas
Como as bibliotecas digitais se hospedam na nuvem, elas não possuem as mesmas limitações do acervo pelo espaço disponível. Além disso, os livros podem ser acessados de qualquer lugar, a qualquer momento, sem necessidade de visita física.
Com a biblioteca híbrida, é possível que aqueles que tenham facilidade de locomoção a visitem presencialmente, enquanto que aqueles que não tenham a possibilidade de deslocamento aluguem o acervo digital.
7. Promoção da autonomia e acessibilidade entre os alunos
Imagine o seguinte cenário: na sua IES, um aluno tem tranquilidade para ir até a instituição, pegar livros emprestados, voltar para casa e passar os dias de empréstimo estudando. Ao final do prazo, ele pode devolver o material sem problemas, adquirindo outro exemplar em seguida.
Por outro lado, um segundo aluno precisa trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Ele talvez more mais distante da IES, ou talvez tenha menos tempo hábil para se deslocar até lá com frequência. Mesmo quando consegue pegar os livros, os prazos são apertados e ele frequentemente recebe multas da biblioteca por não devolver os exemplares a tempo, o que o impede de adquirir novos volumes.
Agora pense: não parece que o segundo aluno está sendo prejudicado? Com a biblioteca híbrida, é possível diminuir essa distância entre as duas realidades, promovendo maior acessibilidade em bibliotecas universitárias.
Desse modo, quem pode ou deseja pegar livros físicos emprestados, continua com essa possibilidade; e quem precisa ou prefere os livros digitais não é “deixado de lado” pela IES.
Essa postura também garante mais autonomia do aluno sobre como conduzir o seu estudo — que, com os livros digitais, pode acontecer a qualquer momento, em qualquer lugar.
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8. Economia financeira e redução de custos
As bibliotecas digitais não precisam gastar com espaços físicos, luz, e requerem menos funcionários. Além disso, o custo de manutenção é muito baixo, principalmente pela replicabilidade e possibilidade de acesso simultâneo. Com parte do acervo em vias digitais, uma quantia de dinheiro é economizada, necessariamente. Além disso, livros digitais não se perdem, nem são furtados, não estragam e não podem ser alterados ou rasgados. Assim, na biblioteca digital, existe imensa facilidade de preservação documental.
9. Facilitação das buscas
Em bibliotecas híbridas, é possível elaborar um sistema unificado de buscas. A localização de obras é muito mais eficiente e independente desta forma, podendo haver sinalização de quais são as obras físicas e quais são as digitais.
Além de evitar viagens dispensáveis até a IES, isso também faz com que o aluno consiga se organizar melhor para adquirir aquele material. Por fim, é uma forma de promover mais tranquilidade na organização dos estudos que serão feitos.
10. Manutenção do ambiente de concentração
As bibliotecas físicas, além de acervo, também são ambientes produtivos para os estudos, trabalhos e aproveitamento do silêncio. O ambiente pode favorecer a concentração e impulsionar quem utiliza para estudar em volumes e intensidades maiores, o que é extremamente útil não apenas para leituras, mas também para estudos, análises e desenvolvimento de trabalhos complexos.
Assim, mesmo para aqueles que utilizam o acervo virtual, o espaço físico da biblioteca mantém seu imenso valor enquanto local de concentração.
Quais os principais desafios na implementação de uma biblioteca híbrida?
Apesar de a biblioteca híbrida ser uma aquisição importante para a sua IES, é preciso ter em mente que implementá-la não vai ser uma tarefa sem desafios. Para auxiliar nesse processo, nós separamos os 3 principais desafios. Confira:
- Gestão de duas bibliotecas;
- Necessidade de atualização do catálogo;
- Acompanhamento de empréstimos e devoluções;
- Disponibilização de diferentes tipos de mídias.
Veja a seguir:
1. Gestão de duas bibliotecas
Considerando que a biblioteca híbrida é a reunião de duas outras (uma física, outra digital), é preciso realmente levar em consideração tudo o que isso implica.
Ao adotar uma biblioteca híbrida, você necessariamente aumenta as funções desempenhadas dentro da biblioteca antes — quando ela era formada apenas por um acervo físico, por exemplo. Isso significa que ela se torna uma unidade de informação mais complexa, o que pode requerer uma capacitação maior dos profissionais que nela atuam.
Além disso, é preciso que essa mudança seja muito bem pensada e feita com atenção e calma, para evitar erros de processo que podem virar uma bola de neve. E a manutenção da biblioteca também vai exigir maior cuidado, pelo menos até que a sua IES entre em um ritmo estável após a mudança.
2. Necessidade de atualização do catálogo
Ao criar uma biblioteca híbrida, é preciso atualizar todo o catálogo disponível para alunos e professores. Essa ação, apesar de não ser muito complexa, exige tempo e profissionais habilitados, para garantir que todos os livros estarão devidamente “etiquetados” e poderão, então, ser encontrados com facilidade.
Novamente, é o tipo de desafio que pode virar uma bola de neve no futuro, causando gastos desnecessários com compra de materiais que já existiam, por exemplo, ou prejudicando o desempenho dos estudantes. Além disso, de pouco adianta ter o esforço (e os gastos!) de adotar um acervo digital, se ele não vai ser realmente útil para a sua IES, certo?
Portanto, quanto melhor a catalogação de livros, mais simples essa etapa se torna. Por isso, pode ser interessante contar com soluções específicas.
3. Acompanhamento de empréstimos e devoluções
Agora que a sua IES precisa gerir duas bibliotecas, em vez de uma, acompanhar os empréstimos e devoluções também pode ser mais desafiador. Nesse momento, vale a pena investir em uma plataforma de biblioteca digital, que conte com softwares que ajudem nessa administração.
É possível, por exemplo, que os livros digitais sejam automaticamente devolvidos ao acervo digital após o período de empréstimo. Da mesma forma, é possível que os livros físicos sejam escaneados e o sistema registre, também de maneira digitalizada, quando a devolução deve ser feita e qual é a multa (caso haja) para atrasos.
Esse tipo de automatização faz com que essa etapa seja mais simples, e também permite que os funcionários da biblioteca possam se ocupar com outras tarefas, mais urgentes. Ou seja: garante um funcionamento mais tranquilo e com menores chances de intercorrências e erros humanos.
4. Disponibilização de diferentes tipos de mídias
Quando falamos em bibliotecas híbridas, não basta pensar em e-books e livros físicos. Se queremos de fato promover um maior acesso ao acervo da IES, é fundamental que essa biblioteca leve em consideração outros formatos de mídias.
Isso significa que a IES precisará estudar de que modo pode implementar materiais como vídeos, audiobooks, pesquisas etc. E isso também vale para materiais físicos: jornais, revistas, CDs, enciclopédia, etc. Todos esses materiais devem ser levados em consideração, uma vez que podem fazer a diferença para estudantes e professores durante suas aulas e pesquisas.
Lembre-se: quanto mais completa for a sua biblioteca híbrida, mais você promove autonomia e igualdade entre estudantes, e maiores as chances dessa biblioteca ser um diferencial relevante para a sua IES.
Esperamos que tenha gostado do conteúdo sobre bibliotecas híbridas! Aproveite para conferir também o nosso artigo 7 passos sobre como criar biblioteca digital!