O Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) tem o objetivo de avaliar o desempenho dos concluintes de diversos cursos de graduação no Brasil. Todos os anos, milhares de egressos submetem-se ao modelo de questões Enade, que, além de avaliar o desempenho individual dos estudantes, também analisa a performance das Instituições de Ensino Superior (IES).
Dessa forma, considerando a importância do exame para as IES, é fundamental preparar o aluno a longo prazo. Isso porque a matriz da prova, segue a elaboração de alguns itens e objetos de conhecimento pré-determinados para atender aos conteúdos indicados pelo MEC para calcular o conceito Enade.
Assim, é preciso desenvolver as habilidades dos estudantes por meio do exercício contínuo de atividades. Somente com a prática de conteúdos e habilidades específicas é possível otimizar não só os resultados dos estudantes, mas também os da IES.
Sendo assim, existe um padrão nas questões do Enade que torne possível realizar uma preparação eficiente dos estudantes? Neste artigo, vamos mostrar a você o que é o modelo de questões Enade, suas características e os tipos de questões presentes no Exame. Confira!
Quais as características do Enade?
Inicialmente, é importante conhecer as principais características e atributos do Enade. Sua principal particularidade é ser um componente curricular obrigatório para os cursos de graduação. Ou seja, os alunos designados para fazer a prova só conseguem colar grau se tiverem participado do teste.
Sim, apenas alguns alunos irão fazer o Enade. Isso porque a aplicação da prova é trienal (a cada ano uma certa quantidade de cursos são convocados), e delimita a qualidade dos cursos de graduação por amostragem. No ano em que o Enade é realizado, todos os alunos que estão no final do primeiro e do último ano de curso podem fazer a prova.
A obrigatoriedade não abrange os ingressantes. Ou seja, apenas os alunos do último ano deverão fazer a prova. Apesar disso, a IES precisa cadastrar os alunos que estão no fim do primeiro ano, e deixar a decisão de participação na mão deles.
A prova consiste em questionários, cujos tipos de perguntas iremos abordar mais adiante. A ideia é que elas sejam capazes de demonstrar as habilidades adquiridas no curso, como uma forma de medir a capacidade daquela IES de ministrar aquele curso e formar bons profissionais.
Apesar dessas informações se aplicarem às últimas provas do Enade, todo gestor e coordenador de IES precisa estar conectado às regulamentações e diretrizes que são divulgadas anualmente em uma portaria. O documento também delimita a data de aplicação, e dá as indicações de participação no Manual do Estudante.
Geralmente, a prova é aplicada em novembro e tem duração de 4 horas. Os alunos respondem a 40 questões, 10 de cunho geral e 30 relacionados à sua área específica. As perguntas específicas estão ligadas às Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) do curso em questão.
Diferente do Enem, a prova é composta de questões dissertativas, além das clássicas perguntas de múltipla escolha. Além disso, há um questionário que coleta informação sobre o aluno.
Existe um modelo de questões Enade?
Embora os órgãos oficiais não tenham publicado em editais e manuais sobre a elaboração de itens no padrão Enade, pode-se verificar, a partir da análise de Exames passados, que algumas estruturas e estratégias são recorrentes.
Ou seja, apesar de não haver um padrão quanto à elaboração dos itens, pode-se verificar tendências e recorrências que constituem um modelo de questões Enade bem característico desse Exame.
Dessa forma, a elaboração de itens que seguem essas orientações tende a se assemelhar mais à realidade do Enade. Com isso, é possível que sua IES prepare seus alunos de forma eficiente, de modo a treiná-los com questões bem construídas.
Veja, a seguir, quais são os principais pontos que caracterizam um item e dicas de como elaborá-los, seguindo o modelo de questões Enade.
O que caracteriza o modelo de questões Enade?
As questões do Enade são compostas a partir de três macroestruturas:
- texto-base;
- enunciado;
- alternativas.
Vale ressaltar que essa divisão é exclusivamente didática, pois há de se considerar que todas elas se integram e se completam.
Na interligação entre essas macroestruturas há uma articulação, que permite uma abordagem homogênea do conteúdo a ser trabalhado, sem que haja desconexão entre esses três elementos.
Conhecer um pouco mais sobre a estrutura das questões aplicadas no Enade pode levar ao direcionamento correto do conteúdo apresentado aos alunos, com a aplicação de questões semelhantes em provas e simulados. Destrinchamos cada um desses tópicos, confira:
1. Texto-base
O texto-base é essencial no modelo de questões Enade, pois ele é indispensável para a resolução do item. O texto pode ser verbal ou não-verbal, podendo apresentar imagens, tabelas, charges, gráficos, etc.
O importante é perceber que ele deve conter a situação-problema ou situação-estímulo, demandando do aluno o uso de habilidades, como a reflexão e a tomada de decisões. Se o texto for dispensável, será considerado um pretexto e deverá, portanto, ser reformulado.
Além de estar estreitamente relacionado ao objeto do conhecimento da questão, o texto-base deve se relacionar às habilidades e operações mentais que o item pretende estimular. Dessa forma, a sua escolha não deve ser arbitrária; ao contrário, deve estar em conformidade com o tema e com os objetivos exigidos na questão.
2. Enunciado
O enunciado é o trecho que se encontra disposto após o texto-base. Apesar de simples, sua elaboração não deve ser negligenciada. Nele, se fornece o comando para a resolução da questão, portanto, é a instrução da tarefa que o examinando deve executar.
Assim, o enunciado deve ser claro e objetivo. Não deve constar informações ilustrativas dispensáveis à sua análise. Preferencialmente, ele deve ser redigido em frases simples, com a sentença em ordem direta e a forma afirmativa. Além disso, é desejável que se usem termos impessoais construídos em 3ª pessoa, como: “considera-se”, “entende-se”, dentre outros.
Ademais, o enunciado é a parte em que se explicita o nível de habilidade cognitiva a ser avaliado. Dessa forma, sua adequada elaboração exige a compreensão do tema e dos objetivos da questão.
Nesse sentido, cabe ressaltar a importância dos operadores mentais na construção de itens no modelo de questões Enade. Segundo a Taxonomia de Bloom, esses operadores se referem aos domínios cognitivos que variam do entendimento de um conceito à criação de novas ideias. Bloom estabelece distintos processos cognitivos em uma ordem crescente de complexidade.
Uma dica para construir o enunciado é que os comandos devem ser sempre afirmativos, solicitar a resposta correta e nunca pedir a identificação da alternativa incorreta. Ainda, dependendo do tipo de item escolhido para a questão, haverá enunciados pré-determinados. Portanto, atente-se à estrutura de cada tipo de questão para identificar os comandos possíveis.
Leia também: Confira 8 dicas práticas sobre como incentivar a leitura na sua IES
3. Alternativas
As alternativas consistem em possibilidades de resposta para a situação-problema apresentada. Dentre elas, existe apenas uma resposta correta (gabarito) e as demais alternativas são os distratores. É importante que essas alternativas sejam absolutamente incorretas. Não se pode, conforme o modelo de questões Enade, pedir a identificação da alternativa “mais adequada”. É preciso que somente uma alternativa atenda perfeitamente ao que o enunciado solicita.
Ademais, o item deve estar isento de “pegadinhas”, pois essas estratégias acabam por distorcer os resultados. Se a questão for elaborada com distratores confusos, em vez de ela reportar ao examinador o desconhecimento ou conhecimento do aluno sobre o tema e as habilidades (dados que, de fato, interessam), os erros ou acertos na questão só oferecerão resultados não confiáveis.
A dica é elaborar as alternativas com aproximadamente a mesma extensão. Isso porque os alunos tendem a crer que respostas mais extensas e mais detalhadas são as corretas. Além disso, o Enade tende a dispor as alternativas em ordem piramidal, ou seja, começando do texto menor ao mais extenso.
Já no caso dos itens de complementação múltipla, é recomendado manter a proporção entre o número de ocorrências das asserções nas alternativas. Em outras palavras, ao indicar as asserções I, II, III (ou quantas houver) nas alternativas, é importante que o número de repetições das asserções seja igual ou, pelo menos, muito próximo. No modelo de questões Enade, essa ordem também segue o formato piramidal.
Agora que você viu como é o modelo de questões Enade e as suas características, vejamos quais são os tipos de questões cobradas no exame.
Quais são os tipos de questão do Enade?
Conforme exposto, o modelo de questões Enade deve ser elaborado segundo uma formatação específica. Provas de grande escala como o Enade, e até mesmo o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) possuem uma estrutura própria, que garante a confecção de questões dentro de um mesmo padrão, já que diversos profissionais são responsáveis pelo material.
Isso é um grande ganho para as instituições de educação superior, já que é possível utilizar essas categorias de forma mesclada para criar provas que treinarão os alunos para o Enade.
Além disso, é possível se valer dessa estrutura, porque além de muito completa, ela foi desenvolvida para compreender se os alunos realmente estão aprendendo, o que é um desafio de todas as avaliações aplicadas nas IES. Confira como são cada uma dessas questões a seguir.
Complementação simples
Nesse modelo de questões Enade, tem-se uma informação incompleta, no qual o texto das alternativas completa o enunciado. Assim, as alternativas dão continuidade ao texto do enunciado.
Além de treinar habilidades de interpretação, é possível aplicar com textos, e a uma fórmula matemática, conforme o exemplo:
(ENADE 2012) Nas empresas, é necessário fazer previsão de vendas para realizar planejamento adequado dos recursos financeiros, humanos e operacionais. O departamento de marketing, que mantém contato direto com o mercado consumidor, é o mais indicado para realizar a previsão de vendas.
O gráfico abaixo mostra as vendas (em unidades) dos últimos seis meses de um produto:
Considerando-se o gráfico acima e utilizando-se o método da média móvel trimestral, verifica-se que a previsão de vendas (em unidades) para o mês de dezembro é igual a: a) 500 b) 520 c) 530 d) 540 e) 550
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Respostas múltiplas
Esse tipo de item é composto por três ou quatro afirmações, propostas conforme a situação-estímulo do enunciado. O aluno deverá identificar, dentre as alternativas, aquela em que os itens são verdadeiros, partindo, sempre, da análise de cada um deles.
É o que chamamos de escolha baseada em uma “chave de respostas”. Um efeito recorrente nesse tipo de questão é o uso de duas opções parecidas, em que uma das afirmações trata-se de um distrator. Confira um exemplo:
(ENADE 2013) De um ponto de vista econômico, a globalização é a forma como os mercados de diferentes países interagem e aproximam pessoas e mercadorias. A superação de fronteiras gerou uma expansão capitalista que tornou possível realizar transações financeiras e expandir os negócios para mercados distantes e emergentes. O complexo fenômeno da globalização resulta da consolidação do capitalismo, dos grandes avanços tecnológicos e da necessidade de expansão do fluxo comercial mundial. As inovações nas áreas das telecomunicações e da informática (especialmente com a Internet) foram determinantes para a construção de um mundo globalizado.
Sobre globalização, avalie as afirmações a seguir:
I. É um fenômeno gerado pelo capitalismo, que impede a formação de mercados dinâmicos nos países emergentes. II. É um conjunto de transformações na ordem política e econômica mundial que aprofunda a integração econômica, social, cultural e política. III. Atinge as relações e condições de trabalho decorrentes da mobilidade física das empresas.
É correto o que se afirma em: A) I, apenas. B) II, apenas. C) I e III, apenas. D) II e III, apenas. E) I, II e III.
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Interpretação
Nesse modelo de questões Enade, o enunciado é composto por uma situação estímulo que exige a efetiva leitura e interpretação do aluno. A partir dela, ele reúne as ideias e os elementos necessários para solucionar o problema proposto. Faz-se uso de quadros, tabelas e gráficos, por exemplo.
Este é um tipo de questão muito presente na vida dos estudantes que se dedicaram ao vestibular, uma vez que o Enem e o próprio ensino médio, preconizam a aplicação deste tipo de questão. Elas podem também ser transdisciplinares, abarcando uma série de repertórios e conhecimentos.
Confira um exemplo da prova de Ciências Sociais:
(ENADE 2021) A chance de uma criança de baixa renda ter um futuro melhor que a realidade em que nasceu está, em maior ou menor grau, relacionada à escolaridade e ao nível de renda de seus pais. Nos países ricos, o “elevador social” anda mais rápido. Nos emergentes, mais devagar.
No Brasil, ainda mais lentamente. O país ocupa a segunda pior posição em um estudo sobre mobilidade social feito pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 2018, com dados de 30 países.
Segundo os resultados, seriam necessárias nove gerações para que os descendentes de um brasileiro entre os 10% mais pobres atingissem o nível médio de rendimento do país. A estimativa é a mesma para a África do Sul e só perde para a Colômbia, onde o período de ascensão levaria 11 gerações.
Mais de 1/3 daqueles que nascem entre os 20% mais pobres no Brasil permanece na base da pirâmide, enquanto apenas 7% consegue chegar aos 20% mais ricos. Filhos de pais na base da pirâmide têm dificuldade de acesso à saúde e maior probabilidade de frequentar uma escola com ensino de baixa qualidade.
A educação precária, em geral, limita as opções para esses jovens no mercado de trabalho. Sobram-lhes empregos de baixa remuneração, em que a possibilidade de crescimento salarial para quem tem pouca qualificação é pequena — e a chance de perpetuação do ciclo de pobreza, grande.
LEMOS, V. Brasil é o segundo pior em mobilidade social em ranking de 30 países. BBC News Brasil, 15 jun. 2018 (adaptado).
A partir das informações apresentadas, é correto afirmar que:
A) o fator ambiental e o fator demográfico afetam a mobilidade social observada, sendo ela menor nos países que apresentam as maiores taxas de natalidade.
B) a baixa organização social dos economicamente menos favorecidos determina a baixa mobilidade social da base para o topo da pirâmide.
C) a mobilidade social é caracterizada por um fator ancestral que se revela ao longo das gerações, sendo um limitador da eficácia de políticas públicas de redução das desigualdades sociais.
D) a análise de mobilidade social permite a observação de um ciclo vicioso, que se caracteriza por uma subida nas camadas sociais seguida de uma queda, repetindo-se esse ciclo de modo sucessivo.
E) a ascensão social depende de fatores viabilizadores que estão fora do alcance das camadas pobres, o que ocasiona conflitos sociais em busca do acesso a tais fatores.
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Asserção-razão
O último modelo de questões Enade demanda a análise de relações. Dessa maneira, são propostas duas asserções e o aluno deverá analisá-las individualmente e, depois, comparativamente. Em outras palavras, ele analisa a veracidade de cada asserção e, em seguida, avalia se há uma relação de causalidade entre elas.
Esse tipo de questão possui um nível de complexidade muito interessante para o ensino superior, já que testa a capacidade do aluno de traçar correlações, uma habilidade extremamente válida tanto no contexto educativo quanto no laboral. Veja este exemplo da prova de design:
(ENADE 2021) Em muitos contextos, o briefing é o ponto de partida para compreender os objetivos a serem atingidos e mensurar o progresso nos projetos de design. Os aspectos a considerar na formulação do briefing dependem de diversos fatores, como a complexidade do projeto, suas características essenciais, seu público e questões operacionais.
As informações podem ser qualitativas e/ou quantitativas, desde que sejam úteis e esclarecedoras. BROWN, T. Design thinking: uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideias. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010 (adaptado).
A partir da ideia de briefing apresentada no texto, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
I. O briefing de design é elaborado de forma colaborativa entre o solicitante do projeto e a equipe de design.
PORQUE
II. Tanto informações setoriais específicas do solicitante quanto métodos estratégicos do design delimitam o conteúdo do briefing.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. E As asserções I e II são proposições falsas.
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Discursivas
Os itens dissertativos ou discursivos são as conhecidas questões abertas, em que o estudante precisa discorrer sobre determinado assunto. Isso é baseado na teoria de seu curso e de determinadas disciplinas, de modo a correlacionar os materiais apresentados na questão.
Esse tipo de pergunta avalia o conhecimento técnico ou geral, além da capacidade de se expressar de forma clara, coerente e de acordo com as regras gramaticais. Confira um exemplo da prova de direito:
(ENADE 2018) A sociedade contemporânea vive o fenômeno das mídias digitais de forma intensa. Nelas, são veiculadas diariamente notícias verdadeiras e também fake news. Em algumas oportunidades, reconstroem fatos que causam traumas àqueles que viveram o evento ou que expõem em demasia ao público aquilo que se pretende privado.
O mundo virtual é capaz de causar danos, riscos terminais à privacidade e à autonomia individual, emanados da ampla abertura da arena pública aos interesses privados [e também o inverso], e sua gradual mas incessante transformação numa espécie de teatro de variedades dedicado à diversão ligeira.
BAUMAN, Z. Danos colaterais: desigualdades sociais numa era global. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2013 (adaptado).
A partir das ideias apresentadas, redija um texto acerca do direito ao esquecimento na sociedade da informação, abordando, necessariamente, os aspectos a seguir:
• os direitos da personalidade em diálogo com os direitos fundamentais como meio de prevenção de danos;
• um fundamento jurídico que ampare o direito ao esquecimento;
• um fundamento jurídico que garanta o direito à informação.
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Como montar uma questão do Enade em 5 passos
Agora que você já conhece um pouco mais sobre o Enade e os modelos de questões utilizadas no teste, vamos te dar o passo a passo e algumas dicas valiosas para que você possa desenvolver esse tipo de material na sua IES.
Lembrando que, ao incorporar questões como estas na grade de avaliação da sua instituição, há grandes chances de seus alunos terem um desempenho exemplar na prova. Aumentamos assim a média do curso, da sua IES e, consequentemente, a captação de alunos.
Essas dicas e passos podem auxiliar seu corpo docente na elaboração de avaliações mais complexas, capazes de treinar seus alunos e prepará-los para o mercado de trabalho.
Continue esta leitura e saiba mais:
1. Consulte a Matriz de Referência
A matriz de referência é o documento que contém as competências a serem trabalhadas em uma prova. É a partir dela que será feito o conteúdo das questões, que atuam como testes de conhecimento e habilidades dos estudantes e futuros profissionais.
Cada prova contém uma matriz de referência, e com o Enade não é diferente. Para cada curso há um conteúdo a ser abordado, e esse deve ser o ponto de partida para a confecção de questões que se baseiam no modelo dessa prova.
Lembrando que essas informações estão relacionadas com o que é aprendido em sala de aula, já que esse conteúdo também é embasado em diretrizes nacionais do ensino superior, que promovem uma maior padronização das formações.
2. Selecione o tipo de questão
As questões do Enade podem seguir alguns tipos de estruturas, como mencionamos anteriormente. Mas o que vem primeiro, a escolha do tipo de questão ou o conteúdo? Como já sabemos, primeiramente é preciso saber os objetivos por trás da questão.
Logo depois, fica mais fácil definir qual tipo de abordagem será mais adequada para o conhecimento que se deseja testar. A primeira ramificação do tipo de questão será entre resposta aberta ou fechada.
Observando os cadernos de prova anteriores, é possível perceber que a estrutura dos tipos de questão é sempre respeitada, mesmo em cursos muito diferentes entre si, como é o caso da Matemática, Artes Plásticas ou Medicina.
3. Construa o conteúdo
A construção do conteúdo deve prever um enunciado bem claro, com referências atuais. Sempre que possível, incorporar dados, textos, imagens e gráficos para aumentar o nível de complexidade do material.
Os temas mais atuais fazem com que os alunos passem por uma abordagem mais relacional e significativa, podendo ancorar os conhecimentos em alguns pontos comuns, de seu dia a dia. Isso pode ajudar a resolver uma questão, aumentando sua média de acertos.
A observância às normas da ABNT deve sempre ser seguida, afinal de contas, a escrita acadêmica segue esse padrão normativo. Além disso, sempre se atente ao que exigem as portarias de cada curso, voltando à matriz sempre que possível.
4. Cheque a questão
Além daquilo que as questões precisam ter, existem alguns aspectos, não muito desejáveis, que precisam ser evitados. Por isso, sempre cheque a questão em busca de conteúdos que exigem do aluno decorar algum conceito ou fórmula.
Também é importante evitar termos como: nunca, totalmente, sempre, entre outros similares, que dão a ideia de algo absoluto e imutável.
Além disso, fique atento a quaisquer exemplos que possam caracterizar um enviesamento político ou que possam ser ofensivos e discriminatórios. Avalie se sua questão possui a estrutura de texto-base, enunciado e cinco alternativas, no caso das questões fechadas.
Observe se as palavras utilizadas são de conhecimento comum pelos falantes da língua e se seu texto está coerente, coeso e sem erros ortográficos. Distratores não são sinônimo de pegadinha, que induz ao erro. Eles precisam ter uma lógica.
5. Aplique a questão
Você pode achar que neste ponto sua questão está aprovada, mas não é bem isso! O teste em um grupo de controle é uma forma de autocrítica, que irá apontar possíveis interpretações dúbias, erros de escrita e até mesmo de conceito.
Nesta etapa você pode utilizar o aconselhamento de outros professores, profissionais da área e até mesmo dos alunos. Com essa validação, o material terá maior chance de sucesso em seus objetivos.
Esperamos que você tenha entendido quais são as orientações para a elaboração de itens segundo um modelo de questões Enade. Agora, leia também nosso próximo artigo e saiba como funciona o banco de questões Enade para que a sua IES prepare melhor os alunos para o Exame!