Existe uma grande demanda, na educação, por um ensino que seja mais flexível e personalizado.
Com o intenso desenvolvimento tecnológico de nossos tempos, corresponder a essa demanda se tornou mais fácil. Muitos recursos pedagógicos surgem a partir daí, e dentre esses recursos se encontra a aprendizagem adaptativa.
Neste artigo, vamos apresentar um guia sobre a aprendizagem adaptativa, que será desenvolvido nos seguintes tópicos:
- O que é a aprendizagem adaptativa?
- Para quais alunos é destinada a aprendizagem adaptativa?
- Qual é a relação entre tecnologia e aprendizagem adaptativa?
- Como anda o crescimento da aprendizagem adaptativa?
- Quais são as principais características da aprendizagem adaptativa?
- Qual é a diferença entre ensino adaptativo e ensino personalizado?
- Quais são os benefícios da aprendizagem adaptativa?
- Como implantar a aprendizagem adaptativa em minha IES? Passo-a-passo
- Como a aprendizagem adaptativa contribui para resolver problemas estruturais na educação?
Tenha uma boa leitura!
1. O que é a aprendizagem adaptativa?
A aprendizagem adaptativa é uma estratégia de ensino baseada no aproveitamento de cada aluno. Com a utilização da tecnologia nas instituições de ensino, a equipe pedagógica tem a possibilidade de inserir adaptações de acordo com a necessidade de seus alunos.
Essa estratégia tem como benefício utilizar as habilidades já desenvolvidas de cada aluno. Busca, também, evitar que alguns modos de aprendizado prejudiquem o acompanhamento produtivo do conteúdo.
Por exemplo: no caso de alunos com dislexia, pode ser difícil acompanhar grandes volumes de conteúdo escrito. Pela barreira da compreensão linguística, esses alunos costumam ter dificuldade em consumir textos longos e escrever suas próprias conclusões.
Nesse contexto, então, a aprendizagem adaptativa envolve utilizar recursos tecnológicos para tornar os conteúdos educacionais mais acessíveis a cada tipo de aluno.
2. Para quais alunos é destinada a aprendizagem adaptativa?
A aprendizagem adaptativa não se trata de um recurso utilizado apenas para alunos com transtornos de aprendizagem ou com dificuldade em adquirir alguma competência educacional. Pelo contrário, ela é um recurso educacional que pode ser utilizado em diferentes esferas e segmentos escolares.
Em outras palavras, ela atende às diferentes necessidades de cada aluno, não importa quais sejam.
Na modalidade tradicional de ensino, o professor tem o papel de expor e relacionar o conteúdo com os alunos. Isso se manifesta em aulas expositivas, provas e atividades por escrito, em que o professor avalia o quanto o aluno compreendeu.
Isso faz com que alguns alunos tenham certa defasagem na absorção do conteúdo: se, por exemplo, algo ficou confuso na primeira explicação da matéria, o aluno pode se sentir perdido e não conseguir acompanhar o ritmo no restante das aulas. A partir daí, a situação vai crescendo: não é apenas uma parte do conteúdo que o aluno não absorveu, mas ele inteiro, prejudicando a compreensão daquela matéria a longo prazo.
Para os educadores, por outro lado, a dificuldade é personalizar a circunstância de ensino para que mais alunos possam aproveitar o conteúdo. É claro, existem algumas barreiras em relação a isso, principalmente pela grande quantidade de tarefas que o professor tem no dia a dia escolar.
3. Qual é a relação entre tecnologia e aprendizagem adaptativa?
Os professores são um dos profissionais que mais sofrem com síndrome de Burnout, pela alta carga de trabalho e grande espectro de responsabilidades em sua vida profissional. Isso significa, então, que não há muito tempo para ser dedicado à personalização do ensino de acordo com as demandas de cada aluno, principalmente no caso de turmas maiores.
Em uma sala de 50 ou 100 alunos é impossível o professor ter tempo para desenvolver uma trilha de aprendizagem linear para cada um deles, com atividades que possam auxiliar o aluno a passar por todo o conteúdo dado em sala de aula.
Portanto, é necessário contar com apoio da tecnologia educacional, desenvolvida justamente para auxiliar educadores a fechar lacunas que ainda existem no aprendizado de seus alunos.
No caso do ensino superior, a aprendizagem adaptativa envolve o uso de recursos tecnológicos, como:
- Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA),
- Conteúdos em multimídia;
- Formas diversas de avaliação, para criar trilhas de aprendizado mais produtivas dentro e fora da sala de aula.
A proposta da aprendizagem adaptativa é organizar os recursos educacionais em torno do estilo de aprendizagem, o perfil de conhecimento e o melhor aproveitamento do aluno. Em plataformas de aprendizagem exclusivas, o estudante pode trilhar seu caminho para o conhecimento de forma mais adequada ao que ele busca.
4. Como anda o crescimento da aprendizagem adaptativa?
A inserção da tecnologia nos espaços educacionais tem crescido nos últimos anos. Isso porque hoje, com mais acesso aos dispositivos digitais, a implementação dessas técnicas fica mais fácil.
Isso também é uma consequência do crescimento da tecnologia de uso pessoal: hoje, os alunos já possuem, desde cedo, um contato próximo com informática, redes sociais e algoritmos de conteúdo. Ao acessar espaços de entretenimento online, os usuários consomem textos, vídeos e podcasts recomendados de acordo com seus interesses e conhecimentos.
A lógica de conteúdos recomendados por algoritmos já faz parte do dia a dia da maioria das pessoas, inclusive crianças e jovens em idade escolar.
Hoje, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 81% da população brasileira acessa a internet regularmente. Com a ampliação do número de celulares (hoje 1,6 aparelhos por habitante), essa tendência tende a aumentar.
Sendo assim, adaptar o ensino para atender a essa realidade significa convergir o ambiente de aprendizado com o ambiente virtual, tornando as estratégias e metodologias mais atentas à realidade do século XXI.
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Pandemia e os ambientes virtuais de aprendizagem
Com o surgimento do ensino remoto emergencial durante a pandemia, muitas instituições de ensino tornaram-se usuárias de recursos digitais de forma inesperada. A adaptação a esses sistemas pode ter causado estranhamento aos docentes e/ou aos alunos, o que prejudica o aproveitamento dos cursos.
Isso porque, apesar do seu potencial transformador, as plataformas de aprendizagem não devem ser usadas somente como substitutas diretas ao ensino presencial. Pelo contrário, elas possibilitam maior personalização do ensino e não apenas a reprodução de aulas expositivas, em que os estudantes são apenas parte da audiência.
Na verdade, é possível oferecer atividades com diferentes vertentes de aprendizado, como:
- inserir estratégias de gamificação na educação;
- utilizar os fóruns de discussão dos AVAs;
- incluir uma bibliografia multimídia, aproveitando sites, vídeos e podcasts que se relacionam ao curso e à matéria.
Durante a experiência com ensino remoto emergencial, muitos educadores conseguiram visualizar as transformações pedagógicas necessárias à inclusão de mais alunos no ensino superior.
O crescimento do ensino a distância
Mesmo antes da pandemia, o ensino superior a distância já estava em crescimento. Em 2019, o Censo da Educação Superior mostrava que as matrículas nessa modalidade crescem exponencialmente. De acordo com os dados do Inep, a participação no total de ingressantes foi de 16,1% em 2009, para 43,8% em 2019.
Essa tendência é explicada por diferentes fatores, como acesso físico (muitas IES estão em grandes centros urbanos), custo de vida, trabalho em tempo integral e conveniência.
É, então, mais uma possibilidade para as IES. Com o aumento das matrículas em educação a distância (EaD), é possível ampliar a autonomia do aluno, utilizando plataformas de aprendizagem que permitam a personalização de acordo com sua realidade
5. Quais são as principais características da aprendizagem adaptativa?
O principal ponto de destaque dessa modalidade de aprendizagem é o foco no aluno. As trilhas de aprendizagem devem ser criadas de acordo com seu aproveitamento, nível de conhecimento e dificuldades, evitando lacunas no conteúdo. Conforme o aluno vai progredindo no seu tempo, ele pode seguir no conteúdo.
Para o professor, a vantagem é poder receber as análises de performance de seus alunos e detectar as lacunas sem ter que criar cada trilha individualmente, o que não seria viável na rotina comum.
Vamos comentar, a seguir, as características mais específicas da aprendizagem adaptativa.
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Aprender no próprio tempo
Uma das maiores dificuldades em ambientes de estudo, principalmente para as instituições de ensino a distância, é sobre como engajar alunos. O engajamento é uma parte fundamental do aprendizado, já que o aluno precisa ter um grau maior de interesse para aprender totalmente e incorporar o conteúdo a seu repertório.
Porém, com as demandas socioeconômicas, nem sempre é possível engajar com aulas síncronas e expositivas, o que diminui a motivação do aluno médio. A partir daí, ele acaba tendo menor absorção do conteúdo e perde passos importantes de sua formação acadêmica e profissional.
Com a aprendizagem adaptativa, o aluno aprende no tempo que faz mais sentido para ele: mais ou menos tempo, em diferentes horários e dias. Se uma parte do conteúdo está mais simples, o aluno consegue aprendê-la logo.
Além disso, há uma busca ativa por diferentes metodologias: se uma não engajar o aluno, é possível que outra abordagem seja mais produtiva.
Organização do conteúdo em fases
A aprendizagem acontece por fases, de acordo com os especialistas. Por isso, é importante respeitá-las e evitar pular etapas.
De acordo com a Taxonomia de Bloom, teoria desenvolvida por educadores e psicólogos, o aluno percorre as seguintes fases do processo de ensino-aprendizagem:
- Contato inicial com a matéria;
- Compreensão e análise de seu conteúdo;
- Relação da matéria a outras ideias e elaboração das próprias conclusões, o que só ocorre quando adquire maior autonomia e repertório.
Por isso, nas diferentes modalidades de aprendizado, é preciso respeitar cada uma dessas fases, tendo a certeza de que o aluno teve contato o suficiente com o conteúdo para poder fazer análises e reflexões cuidadosas e incorporá-lo ao repertório.
Gamificação das aulas
A gamificação também é aplicada nesse contexto. Ao contrário de modelos tradicionais, nesse caso a trilha está baseada em narrativas de jogos.
Assim como nos jogos tradicionais, os cursos são divididos em fases de dificuldade, com recursos como prêmios e rankings que parabenizam desempenhos e conquistas.
Além de engajar o aluno, isso também se reverte em uma forma prática de o docente avaliar as dificuldades encontradas. Se muitos alunos apresentam lacunas de aprendizado em determinado tema, é hora de rever planos de aula e metodologias aplicadas.
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6. Qual é a diferença entre ensino adaptativo e ensino personalizado?
No ensino personalizado, o conteúdo e as demandas são ditadas pelos próprios estudantes e seus facilitadores. No caso da aprendizagem adaptativa, é um contexto diferente: ainda que o conteúdo se molde frente às facilidades e dificuldades em relação ao conteúdo, ele prevê o mesmo aprendizado para a turma toda, podendo ser usado inclusive em cursos de graduação universitária.
O docente cria os objetivos de aprendizado e o sistema molda o caminho até essas conquistas, com atividades e propostas que se adequam à realidade de cada aluno. Assim, é possível ter certeza de que todos os egressos da disciplina terão acesso à mesma informação, mas de formas e ordens que contemplem sua necessidade.
Mesmo assim, também são atendidas as demandas contemporâneas de formação profissional: os alunos saem do curso sabendo todo o conteúdo necessário para sua atuação no mercado de trabalho ou para continuar os estudos na pós-graduação.
Estilos de aprendizagem
Além disso, os alunos não aprendem todos da mesma maneira. Alguns conseguem compreender melhor quando assistem a filmes, outros quando participam de debates, outros quando escrevem ensaios e até quando explicam para os colegas e pares.
Por isso, é importante valorizar os diferentes formatos e estruturas de conteúdo para que mais alunos se sintam motivados e participem das atividades educacionais.
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7. Quais são os benefícios da aprendizagem adaptativa?
Apesar dos avanços tecnológicos, a ideia da aprendizagem adaptativa já trazia benefícios às comunidades escolares desde suas primeiras versões. No inícios, as atividades eram feitas com base em níveis de compreensão do conhecimento, de forma analógica.
Com os avanços da tecnologia nos ambientes educacionais, desde os primeiros anos formativos até as IES, foram abertas possibilidades mais interessantes para a implementação de estratégias digitalizadas de ensino.
Além disso, com a popularização do ensino superior a distância, torna-se ainda mais importante fazer com que as plataformas de aprendizagem reflitam as estratégias de ensino.
A aprendizagem adaptativa possui múltiplas vantagens, tanto para discentes quanto para docentes. Promove, por exemplo, a maior absorção do conteúdo e facilita a estrutura da sala de aula.
Vamos falar, a seguir, sobre os principais benefícios da aprendizagem adaptativa para alunos, para professores e para as instituições de ensino.
Benefícios para os alunos
Na perspectiva do aluno, a aprendizagem adaptativa pode ser um grande ponto de destaque na hora de escolher em qual IES ele vai investir para ganhar conhecimento. Na captação de alunos, então, destacar as vantagens de um aprendizado mais alinhado com suas demandas pode fazer toda a diferença para a IES e sua comunidade escolar.
Algumas dessas vantagens podem ser vistas desde o início do curso, como as que detalharemos a seguir.
1. Autonomia
Durante a graduação, é importante que os alunos desenvolvam também habilidades socioemocionais, além do repertório acadêmico. São essas habilidades que vão possibilitar a entrada e o destaque no mercado de trabalho, além de impulsionar novas atividades futuras.
Entre essas habilidades está a autonomia. Ao contrário do ensino básico, que prevê uma interferência maior do docente, no ensino superior ele pode – e deve – atuar cada vez mais como um facilitador.
Nesse contexto, então, é papel do professor escolher as estratégias de ensino que mais fazem sentido, dentro da proposta de cada disciplina. Porém, o aluno não precisa que o professor o direcione aos estudos e tarefas: se ele desenvolve a autonomia necessária, poderá gerir o próprio tempo, organizar demandas e cumprir com os requisitos em seu próprio ritmo.
Esse desenvolvimento é fundamental para completar sua formação: é importante que o aluno chegue ao mercado de trabalho preparado também para realizar a autogestão, autoavaliação e reconhecimento das próprias lacunas.
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2. Acessibilidade
Outro ponto importante nessa mudança é o aumento da acessibilidade do curso. Isso afeta tanto a acessibilidade física quanto social de uma graduação, abrindo portas para alunos com as mais diversas vivências.
Por exemplo: pessoas que têm pouco tempo e trabalham em período integral nem sempre podem dedicar uma grande quantidade de horas seguidas a um curso e suas tarefas. Pessoas com transtornos de aprendizagem, por sua vez, enfrentam barreiras extras, como dislexia e discalculia.
Com a aprendizagem adaptativa, esses grupos podem encontrar uma trilha de aprendizado mais adequada a suas necessidades, sem perder de vista a importância de um ensino completo.
3. Protagonismo
O modelo de aprendizagem adaptativa está baseado no protagonismo do aluno. Essa estratégia coloca o professor como um dos agentes, não o único, da difusão de conhecimento.
Na verdade, o aluno tem mais participação direta em sua própria busca pelo conhecimento. Além de aumentar o engajamento, isso também permite que o desempenho e a retenção do conteúdo melhorem com o tempo.
Como consequência, a comunidade acadêmica mais interessada também traz novas ideias para a sala de aula e gera novos conhecimentos e projetos.
4. Aprendendo a aprender
Com o ensino tradicional, muitos alunos chegam ao nível superior com conhecimentos, mas sem saber como de fato aprender o que lhes interessa. Esse desafio, idealmente, é enfrentado ao longo do curso superior, para que o aluno encontre suas formas mais produtivas e prazerosas de entender e rever o conteúdo das aulas.
Porém, para que isso ocorra, é preciso que ele saiba a melhor forma de estudar, ou seja, é uma questão de aprender a aprender. O aluno passa a encontrar aquilo que desperta seu interesse e descobre como estimular maior ganho de conhecimento, aptidões que pode aplicar em diferentes segmentos de sua vida.
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Benefícios para os professores
Os alunos não são os únicos que sentem diretamente as mudanças causadas pela aprendizagem adaptativa. Do lado do professor, ela pode ser uma grande aliada na otimização das estratégias pedagógicas e na execução de diferentes projetos educacionais.
1. Automação de tarefas
Algumas das atividades rotineiras de docentes são mecânicas e levam mais tempo do que está disponível para serem concluídas. A correção de provas teste, a organização de notas, a avaliação de desempenho, todas elas fazem parte de uma demanda importante, mas que acaba prejudicando o rendimento do profissional.
A ideia da inserção de plataformas inteligentes de ensino é automatizar parte dessas tarefas. Assim, surge mais tempo para que o professor se dedique ao desenvolvimento de conteúdos e difusão de ideias, diminuindo o foco em tarefas repetitivas.
2. Obtenção de dados sobre o ensino
A pedagogia se beneficia muito da ciência de dados. É com base nela que novas decisões são tomadas em relação aos cursos e às trilhas formativas.
Porém, para avaliar o rendimento e a aceitação de mudanças, estratégias e novidades, é preciso dedicar um tempo à análise dos dados.
A obtenção e visualização desses dados fica mais simples se aliada à tecnologia. Por exemplo, se o professor consegue acompanhar, de forma gráfica, o rendimento de seus alunos nas atividades de avaliação, ele pode detectar lacunas de aprendizagem e planejar intervenções efetivas.
Os dados também podem aproximar o professor do entendimento de seus alunos. É Possível, por exemplo, analisar o tempo que eles dedicam às atividades, quais prendem melhor o interesse, que recursos não combinam com o estilo de aprendizagem, entre outros.
4. Otimização da rotina e gestão
Manter uma disciplina não é uma tarefa fácil. Justamente por isso, os docentes se beneficiam de recursos digitais. Além de fazer as decisões didáticas, os professores são responsáveis por organizar e gerir um cronograma, atendendo aos alunos e à instituição.
Tendo isso em vista, é fácil notar que a rotina desses profissionais seria beneficiada por sistemas de ensino que valorizem uma organização constante, de acordo com análises minuciosas.
Para as instituições de ensino
As IES também encontram vantagens com a implementação da aprendizagem adaptativa. A primeira vantagem é na captação de alunos: com a natividade digital das novas gerações e o crescimento da EaD, as instituições que se destacam nas ferramentas online terão mais espaço no mundo educacional.
A segunda vantagem é que esse modelo oferece informações valiosas na elaboração e revisão dos cursos oferecidos na IES. Durante o processo de elaboração do Projeto Pedagógico de Curso, os gestores e docentes muitas vezes não sabem da magnitude dos desafios que irão encontrar na construção. Justamente por isso, esse documento servirá de guia para mudanças futuras.
A aprendizagem adaptativa permite justamente que a performance e o aproveitamento do aluno seja outra ferramenta nas futuras mudanças. Em caráter estrutural, é importante que os gestores de IES estejam atentos às alterações que serão feitas e às bases em que se apoiam. Com os relatórios dos alunos, o cenário fica mais claro.
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8. Como a aprendizagem adaptativa contribui para resolver problemas estruturais na educação?
A aprendizagem adaptativa pode também ajudar os gestores a solucionar algumas questões educacionais estruturais. Entre elas está a evasão de alunos, que atinge todos os segmentos.
Com nossa atual realidade socioeconômica, muitos alunos deixam seus cursos superiores para poder se dedicar a empregos de tempo integral. A EaD tem contribuído para a volta de profissionais aos estudos, mas ainda assim a questão do tempo é uma barreira.
Já na aprendizagem adaptativa, o aluno pode aprender no próprio ritmo, com o tempo que ele tem disponível a cada dia, passando por suas fases de aquisição de conhecimento.
Diversidade no ensino superior
Além da evasão escolar, a realidade socioeconômica contribui para outro problema dentro dos ambientes educacionais. É a falta de diversidade do corpo discente.
Apesar da inclusão de mais diversidade nos ambientes de estudo, eles ainda são dominados majoritariamente por pessoas de grandes centros urbanos, alto poder aquisitivo e pouca diversidade racial.
Também, é claro, há uma grande barreira em relação a alunos com deficiência. As barreiras físicas, que os impedem de frequentar os espaços, mas também as barreiras logísticas, como a pouca pluralidade de atividades em sala de aula.
Nesse sentido, a aprendizagem adaptativa está preparada para refazer as trilhas de acordo com o que cada aluno demanda, o tempo que pode dedicar, as dificuldades recorrentes e muito mais informações.
Inteligência artificial no ensino
Ainda que pareça futurista, a ideia de inteligência artificial nas IES não é nova. Desde os anos 70, pesquisadores analisam a implementação de estratégias de ensino diversas, alternadas de acordo com os alunos.
Além de divergir em nível de dificuldade, também contemplam mais formas de aprendizado e avaliação, o que aumenta os alunos participantes.
É também por meio da inteligência artificial que os alunos tomam suas decisões: com a experiência da plataforma, podem ver em quais setores enfrentam mais dificuldades e reforçar os estudos nele.
A tecnologia da aprendizagem adaptativa trará mais inovação para a educação atual. Para saber melhor o que esperar das mudanças, leia também este artigo sobre IES e os alunos do futuro!