No Brasil, existem 2 modalidades oficiais de ensino: presencial e a distância. Contudo, o ensino híbrido no ensino superior já é uma terceira realidade em muitas instituições de educação superior (IES).
Isso se tornou possível devido à publicação da Portaria nº 1.428, pelo Ministério da Educação (MEC) em 2018, que ampliou a carga horária das aulas a distância nos cursos presenciais.
Além disso, segundo a Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), a Educação a Distância (EaD) tem crescido muito nos últimos anos, registrando um aumento de 17% de estudantes matriculados nessa modalidade de ensino entre os anos de 2017 e 2018.
Para você saber o que é, como funciona o ensino híbrido no ensino superior, as vantagens ao desenvolver essa metodologia em sua IES e como fazer isso, continue lendo este artigo!
O que é o ensino híbrido?
Definido pelo Clayton Christensen Institute, nos Estados Unidos, o ensino híbrido, blended learning ou simplesmente b-learning e outras variações como semipresencial e flex é uma das maiores tendências da educação no século XXI.
Ele promove o fim da dicotomia entre o ensino presencial e a EaD, propondo uma integração bem planejada entre essas modalidades no processo de ensino-aprendizagem dos alunos.
No Brasil, seu desenvolvimento se iniciou em 2014, a partir da organização de um grupo de experimentações do Instituto Península e pela Fundação Lemann.
Dados da pesquisa Blended Beyonde Borders (O ensino híbrido além das fronteiras), promovida pelo Instituto Clayton Christensen em 2017, traz dados importantes sobre o ensino híbrido no país.
De acordo com o estudo, quando perguntados sobre as principais motivações para o uso de tecnologia em sala de aula, as opções mais apontadas pelos professores foram:
- a busca por programas que facilitem o aprendizado personalizado (72%);
- promoção da competência e aprendizagem (67%);
- melhora dos resultados acadêmicos (62%).
Assim, o estudante tem a oportunidade de aprender por meio do ensino in loco, sendo supervisionado por professores e orientadores, e pela modalidade online, realizando seu próprio controle sobre o tempo, lugar, forma e ritmo do estudo.
De modo geral, essa é uma metodologia educativa que traz diversos desafios e oportunidades, além de:
- fazer com que o professor tenha o papel de transmissor na mediação do conhecimento;
- mesclar estratégias de ensino offline com estratégias digitais;
- personalizar o ensino para atender melhor às necessidades de aprendizagem do estudante;
- propor que o aluno seja protagonista na aquisição do conhecimento.
Dessa forma, vale destacar que, como algumas aulas são feitas presencialmente e as demais por meio de plataformas de ensino online, é preciso observar duas diferenciações:
- educação presencial híbrida: as aulas a distância devem somar até 40% do tempo de estudo. Os outros 60% consistem em aulas e atividades presenciais.
- educação a distância híbrida: apresenta as aulas por meio de uma plataforma virtual, porém os alunos devem comparecer às instituições de ensino para acompanhar os conteúdos, fazer trabalhos, atividades e avaliações. Essas atividades presenciais devem totalizar até 30% de toda a carga horária.
Leia também: Como funciona a matéria online em curso presencial?
Tipos de ensino híbrido
Antes de saber como a metodologia de ensino híbrida pode ser aplicada na educação superior, é preciso observar a existência de duas subcategorias, que são os modelos sustentados e disruptivos.
Modelos sustentados
Os modelos sustentados são os mais próximos do ensino tradicional. Por isso, eles são uma ótima opção para instituições que querem adaptar essas novas práticas ao currículo existente. Os mais conhecidos são:
1. Laboratório rotacional
Neste modelo, os alunos são separados em dois grupos. Enquanto o primeiro realiza atividades no laboratório, tendo como suporte ferramentas digitais, o segundo trabalha com o professor em sala de aula. Posteriormente, os grupos são invertidos.
Ao colocar os estudantes no laboratório, eles desenvolvem sua autonomia e protagonismo. Já na sala de aula o professor atua apresentando conteúdos ou respondendo dúvidas de alunos.
2. Rotação por estações
A rotação por estações tem como principal característica a organização da turma no que se chama de estações de aprendizagem, em que cada grupo desenvolve uma atividade diferente.
Nesse modelo, o professor assume um papel de intermediário, solucionando diversas dúvidas, mas principalmente estimulando a autonomia dos grupos.
Após a realização da primeira rodada de atividades, é sugerida a rotação das estações, para que cada grupo passe por todas elas.
3. Sala de aula invertida
Na sala de aula invertida, os conteúdos das disciplinas são enviados para os alunos antes das aulas iniciarem, para que eles possam estudá-los com antecedência.
A ideia é que os estudantes cheguem em sala com a informação em mente, já conhecendo os principais conceitos, e aproveitem o momento coletivo para a troca de ideias, aplicações práticas e resolução de dúvidas.
Modelos disruptivos
Já os modelos disruptivos propõem um rompimento maior em relação ao ensino tradicional, já que o processo de aprendizagem ocorre quase que exclusivamente pela iniciativa dos alunos. Dessa maneira, as instituições precisam estruturar sua grade curricular de forma diferente. Os principais modelos disruptivos são:
1. À la carte
Neste modelo, o estudante assume ainda mais seu protagonismo no aprendizado e organiza ele mesmo os seus estudos. Isso é feito a partir de objetivos gerais pré-determinados, que guiam a organização dos alunos.
Assim, é indicado que ao menos uma disciplina seja ofertada online, sendo geralmente uma eletiva ou optativa.
O sistema à la carte é mais indicado para o ensino médio, mas com algumas adaptações pode muito bem ser incorporado por uma instituição de educação superior.
2. Flex
Corresponde ao modelo de ensino híbrido que ganhou destaque nas IES durante a pandemia.
Por ele, os estudantes têm roteiros entregues via plataformas digitais, onde também realizam as atividades propostas durante parte do tempo. Em outros momentos, podem efetuar trabalhos com outros alunos.
3. Rotação individual
A rotação individual, como o nome diz, foca nas necessidades individuais de cada estudante, com maior personalização do conteúdo.
Nessa metodologia, o professor fica atento a cada aluno e planeja roteiros mais individualizados. Ou seja, a prioridade é explorar e solucionar as dificuldades de cada aluno individualmente.
Para isso, é indicado que o docente pense em diferentes atividades para diferentes perfis, e não necessariamente na elaboração de um roteiro para cada aluno. Além disso, o estudante conta com diferentes recursos digitais para execução dos conteúdos e tarefas.
4. Virtual aprimorado ou enriquecido
Também é conhecido como modelo remoto. Aqui, os estudantes possuem disciplinas online e vão à IES algumas vezes na semana para debater o conteúdo apresentado online ou para realizar projetos.
É importante lembrar que existe uma carga horária máxima permitida para disciplinas EaD, inclusive em cursos presenciais. E no caso da carga horária de cursos EaD, ao menos 20% dela deve ser destinada a avaliações presenciais.
Vale ressaltar que não existe um modelo ideal de ensino híbrido no ensino superior, mas é preciso atenção especial ao planejamento, horários e ferramentas utilizadas nas aulas, pois é necessário que haja uma sequência entre o que é ensinado no online e no presencial.
Portanto, independente do modelo de ensino híbrido escolhido, o trabalho deve ser condizente com o objetivo formativo que se espera atingir com os alunos.
Leia também: Por que e como desenvolver aulas híbridas no ensino superior?
Qual a diferença entre ensino híbrido e semipresencial?
A modalidade de ensino semipresencial consiste em uma fusão entre o ensino presencial e a educação a distância. Isso significa que tal modalidade intercala disciplinas realizadas na IES com momentos de aprendizagem remota (EaD).
Dada a definição, é possível inferir que o ensino semipresencial não se difere do híbrido. Na verdade, quando falamos sobre sistema híbrido, semipresencial ou blended learning, nos referimos a um mesmo modelo.
Ainda assim, os termos ensino híbrido e blended learning costumam ser mais associados a uma visão de aprendizagem e abordagem diferenciadas, pautadas por metodologias ativas e personalização do ensino.
Mas, o fato é que, ao nos referirmos a um curso semipresencial ou híbrido, estamos tratando de modalidades que conciliam aspectos da educação a distância aos do ensino presencial.
Desta forma, o estudante não precisa abrir mão da convivência com os colegas de turma e ainda pode desfrutar da flexibilidade do ambiente virtual.
E, claro, o diploma obtido ao final do curso terá o mesmo valor para o mercado em relação ao oferecido por outras modalidades de ensino.
Pilares do ensino híbrido
Para aplicar o ensino híbrido com qualidade é preciso pensá-lo a partir do que o constitui como tal. Por isso, a estratégia da instituição de ensino superior deve estar pautada em 4 pilares essenciais.
- O primeiro é a autonomia do aluno. A capacidade de autogestão da jornada de estudos, ou seja, da tomada de responsabilidade pelo processo de aprendizado, é essencial. É a partir disso que cada um dos estudantes poderá definir qual a melhor estratégia para seu aprendizado, através do autoconhecimento sobre habilidades e objetivos.
- O segundo pilar é o aprendizado personalizado. É preciso dar ao estudante o que ele necessita para crescer em sua jornada de formação profissional. Isso passa pelo autoconhecimento, já mencionado no primeiro pilar, e pela observação atenciosa dos educadores envolvidos.
- O terceiro pilar é a criação de uma rede de relacionamentos. A IES é um ambiente de networking, de trocas, e quem sabe, de criação de laços para toda a vida. Estimular esses vínculos faz com que o aluno se sinta pertencente àquele espaço, ainda que virtual, e consequentemente menos perdido em relação aos caminhos profissionais.
- Como quarto e último pilar está o engajamento. É ele que permite a adesão às propostas que a IES faz aos alunos. Para que ele seja alcançado, é preciso pensar o conteúdo para que seja leve, informativo, interativo e cativante.
É preciso notar que a aplicação dos quatro pilares do ensino híbrido depende, conjuntamente, da ação de alunos, educadores, gestores, tutores e demais envolvidos na formação dos estudantes. Essas são formas de impulsionar a modalidade, que já apresenta tantos atrativos.
É um movimento de colaboração, de tomada das responsabilidades de cada um, para que o objetivo final, de formar profissionais, seja possível.
Características do ensino híbrido
Tendo em mente o que é um ensino híbrido e quais são os seus tipos, vamos entender o porquê de sua eficiência na educação e suas características.
De maneira geral, essa metodologia de ensino age de forma ampla. Dentro da sala de aula, quando os alunos estão offline e longe das tecnologias, é o momento em que se deve trabalhar com a orientação do educador. Quando estão conectados, devem se dedicar às atividades complementares e buscar respostas para as dúvidas que não foram sanadas na aula, por exemplo.
Assim, o estudante deve pensar em si mesmo como parte de um todo, visando o benefício de todos os seus colegas e não apenas o seu. É uma parte construtiva, uma troca de experiências entre alunos e professor.
Tendo isso em mente, podemos citar que algumas características do ensino híbrido no ensino superior são:
1. Autonomia e protagonismo dos estudantes
Além de ser um pilar, a autonomia é a principal característica que é possível notar a partir da aplicação do ensino híbrido. Uma das principais premissas do ensino híbrido é o entendimento que cada um aprende no seu tempo e de uma maneira específica.
Por isso, o aluno é o protagonista em seu aprendizado, que é impulsionado pela autonomia de assistir aos conteúdos quando e da maneira que preferir. O aluno que não é autônomo terá dificuldades em seguir o caminho do ensino híbrido. Com isso, o curso acaba por fomentar esse comportamento, adicionando características de protagonista ao perfil dos estudantes.
Essa é uma das competências socioemocionais, e é extremamente necessária no ambiente de trabalho, já que nem sempre teremos um professor para nos guiar pela mão durante as dificuldades que o mercado nos apresenta. Tornar-se protagonista do seu próprio caminho nos ensina muito sobre a resolução de problemas.
Saem na frente as instituições que sabem estimular esse comportamento nos estudantes!
2. Uso de tecnologia
A tecnologia hoje já é essencial para a educação. A variedade de ferramentas tecnológicas abre um vasto mundo de possibilidades para educadores e alunos, tornando o ensino muito mais efetivo e atrativo. Uma característica essencial do ensino remoto é utilizar esses recursos como parte do dia a dia de aprendizado.
Com isso, promove-se o letramento digital dos alunos, qualidade que será essencial no mercado de trabalho. Um ponto interessante é que as ferramentas utilizadas no ensino híbrido podem ser bem diferentes daquelas que utilizamos no dia a dia.
Entre elas, podem estar o laboratório virtual, jogos, aplicações, e ambientes virtuais de aprendizagem, que colaboram para uma formação mais completa e atrativa para os alunos, além de serem mais interativas, promovendo relações entre alunos e com o professor.
3. Maior engajamento
E por falar nas relações, o ensino híbrido beneficia, e muito, o engajamento do estudante. Se o ensino dá autonomia ao aluno e é mais atrativo, consequentemente, o engajamento dele com o curso aumenta. Com alunos aprendendo e cada vez mais interessados, há uma queda considerável na evasão, sendo uma vantagem incrível para professores e gestores de instituições.
O engajamento não se dá apenas em relação às matérias e conteúdos apresentados aos estudantes, mas tem relação direta com a sensação de pertencimento, a vontade de continuar e participar daquele grupo.
Os momentos de encontro ajudam nesse sentido, já que permitem a solidificação daquelas relações que já são desenvolvidas nos momentos de estudo e encontro online, seja por meio de trabalhos em grupo, participação em fóruns, aulas síncronas remotas, etc.
O poder das relações humanas faz com que essa trajetória de formação, que pode ser cheia de dificuldades e percalços, se torne mais simples e tranquila.
4. União das vantagens do ensino a distância com o presencial
Ao inserir o ensino híbrido na IES, os estudantes ganham com o lado positivo de cada modelo de aprendizagem. O contato mais próximo com professores e colegas de turma no ensino presencial se junta à flexibilidade e à liberdade da EaD para garantir um curso com ainda mais qualidade.
Essa flexibilidade é excelente para aquelas pessoas que necessitam de um contato mais próximo com o educador, como uma forma de tirar dúvidas com maior nível de pessoalidade, ou ter possibilidade de fixar melhor os conteúdos com ajuda do professor ou colegas.
Além disso, passa maior segurança de que há pessoas por trás dos processos, prontas para dar apoio em quaisquer demandas educacionais. Isso reforça a ideia de presença e suporte, que eles já possuem nas plataformas online.
O ensino híbrido é o melhor dos dois mundos, pois grande flexibilidade para gerir sua vida de estudante, somada à possibilidade de ter encontros presenciais.
Ensino remoto emergencial é igual ao ensino híbrido?
A resposta para essa pergunta é: definitivamente, não! Mas não é difícil confundir esses dois conceitos, já que ambos tratam de uma modalidade que contempla o ensino a distância, mas por motivos diferentes.
O ensino remoto ganhou evidência com o início da pandemia de covid-19, decretada pela OMS em 2020. Criou-se uma política de isolamento social e os cursos presenciais foram forçados a se adaptar a uma nova estrutura, que permitisse a continuidade dos estudos de milhares de alunos em todo o mundo.
Depois de muitos dias de incertezas, o parecer nº 5/2020, do Conselho Nacional de Educação (CNE), aprovado em 28 de abril de 2020 e homologado pelo MEC propôs a adoção de “atividades pedagógicas não presenciais a serem desenvolvidas com os estudantes enquanto persistirem restrições sanitárias para presença completa dos estudantes nos ambientes escolares”, em caráter excepcional.
Essa é a primeira diferença entre o ensino remoto e híbrido. Mesmo que houvesse momentos de ensino híbrido no ensino remoto emergencial, o último foi criado apenas para atender a uma demanda sanitária pontual. No momento em que isso ocorre, a estrutura para parte do ensino remoto não é necessariamente avaliada.
Com isso, muitos estudantes tiveram aulas sem a presença de seus professores regulares, em canais disponibilizados pelo governo, seja por TV, rádio, apps, etc.
Quem não contava com internet pode receber suas atividades impressas, e em alguns casos, o governo custeou recursos tecnológicos para ampliar o acesso.
Diferente do ensino híbrido, o ensino remoto emergencial nem sempre atingiu todos os estudantes, pela falta de recursos disponíveis para tal, além de não contar com encontros presenciais (já que naquele momento não era possível realizá-los).
Qual o papel dos professores no ensino híbrido?
Com o desenvolvimento do ensino híbrido no ensino superior, o papel desempenhado pelos docentes passa por algumas mudanças no que diz respeito às configurações das aulas. Elas passam a favorecer mais o envolvimento com as tecnologias digitais e a troca entre os pares com diferentes habilidades, para que o conhecimento se torne mais fluido e colaborativo.
O professor ganha um papel de mentor, estando apto a impulsionar os alunos em direção a uma postura crítica, acompanhando as questões individuais e dando vazão ao que melhor funciona para a aprendizagem de cada um.
Dessa maneira, os professores devem saber acompanhar, interagir e se beneficiar de dados gerados pelas diversas ferramentas digitais para analisar e aprimorar a aprendizagem dos alunos.
Qual o papel dos alunos no ensino híbrido?
O grande impacto do ensino híbrido na aprendizagem dos alunos está relacionado às capacidades de organização, autonomia e ajustes à velocidade de cada um.
Nessa metodologia o estudante pode potencializar seu aprendizado. Isso por ter maior flexibilidade em relação aos horários, às programações de estudo e poder absorver e adquirir ainda mais disciplina com suas tarefas.
Um dos principais resultados vistos é o feedback dos alunos. O modelo tradicional tem o professor ensinando de forma geral, a toda a classe e não consegue atender os estudantes de forma individual pela sua quantidade.
Já no ensino híbrido, isso pode ser diferente. Por exemplo, no modelo de rotação por estações, enquanto um grupo faz atividades online, outro pode desenvolver algum projeto e, em outra estação, há o professor tirando dúvidas.
Nesse tempo, ele atende somente a um terço ou um quarto da turma, o que facilita a relação educador x aluno, além de fazer com o que aluno sinta que pode ter uma atenção específica, em determinado momento. Isso pode fazer com que estudantes desestimulados passem a ter um melhor desempenho em suas atividades.
Assim, o crescimento do alcance entre aluno e professor com o ensino híbrido causa diversos benefícios, como bom rendimento, ótimo aproveitamento das aulas e maior interesse.
Quais as vantagens e os desafios do ensino híbrido no ensino superior?
Uma das principais vantagens oferecidas pelo ensino híbrido é que o estudante ganha maior autonomia e pode aprender em seu próprio ritmo.
Assim, ele sai do papel passivo e se torna o protagonista do seu processo de aprendizagem.
Além disso, essa metodologia de ensino oferece uma série de benefícios, citamos agora alguns dos principais:
1. Maximiza o aproveitamento das aulas
Com o ensino híbrido, o aluno tem a oportunidade de se preparar para as aulas de maneira individual, de forma prévia. Com isso, no momento das aulas, o professor pode apresentar um conteúdo mais avançado e rico.
Também é possibilitada a aplicação de conteúdos com uma maior riqueza de fontes, formatos e dinâmicas que se encaixam melhor em momentos específicos.
2. Flexibiliza os estudos
As aulas lecionadas de forma online podem ser, em diversos momentos, apresentadas de forma assíncrona. Esse modelo possibilita que o estudante possa assisti-la em seu tempo, encaixando os estudos com sua rotina da melhor forma possível.
Tal flexibilidade possibilita que inúmeros alunos, que antes não tinham tempo para os estudos, possam finalmente realizar o sonho de fazer um curso superior. O aluno consegue, com o ensino híbrido, se manter trabalhando e estudando, além de economizar tempo com deslocamento para a IES.
3. Facilita a aprendizagem por meio da tecnologia
A internet apresenta inúmeras ferramentas que podem ser utilizadas para aprimorar o ensino superior. As aulas online ganham com o uso de recursos tecnológicos, com a possibilidade de se conectar com mais fontes de conhecimento e também com a riqueza de conteúdos multimídia e hipermídia (áudios, vídeos, gráficos, etc).
4. Otimiza o tempo do professor
Ao proporcionar uma maior liberdade e flexibilidade de estudo para os alunos, o ensino híbrido possibilita, ao professor, focar numa aula mais dinâmica e direta ao assunto.
Desse modo, por não precisar focar em conceitos básicos, o professor pode lecionar uma disciplina mais aprofundada e com economia de tempo. Além disso, por estar conectado à internet, o ensino híbrido possibilita maximizar o aproveitamento do tempo dos docentes com diversos recursos de sua plataforma de aprendizagem, facilitando a preparação de aulas e correção de atividades, por exemplo.
5. Reduz custos
Como os estudantes, no ensino híbrido, não ficarão todo o tempo nas aulas presenciais, o custo das aulas irá baratear. A redução do número de alunos no espaço físico da IES possibilita manter um campus mais organizado, reduzindo assim os gastos com energia elétrica, água, etc.
6. Aumenta o engajamento e reduz a evasão dos alunos
Com as aulas híbridas, é possível desenvolver diversas metodologias ativas no ensino superior. Essas dinâmicas de aprendizagem proporcionam o protagonismo do ensino ao aluno, deixando-o muito mais motivado a participar das aulas.
O estudante fica mais engajado em um modelo de ensino inovador, horizontal e tecnológico, no qual encontra facilidade de acesso aos conteúdos e de participação na construção de seu conhecimento. Dessa forma, a evasão estudantil diminui, pois a motivação é a chave para a IES manter seus alunos no ensino superior.
7. Permite a adequação de várias metodologias de aprendizagem
Como já visto, no ensino híbrido é comum a utilização das metodologias ativas. Neste modelo, a transmissão de conhecimento pode ser realizada de forma ainda mais completa, pois pode aproveitar dos pontos fortes das aulas presenciais e das a distância.
Além das metodologias ativas apresentadas nos modelos sustentados e disruptivos do ensino híbrido, podem ser aplicadas na aula a aprendizagem baseada em problemas, gamificação, cultura maker, etc.
8. Prepara a IES para o futuro
O ensino híbrido é um passo à frente tanto para o modelo a distância quanto para o presencial. Ele mescla com sucesso as melhores partes de se estudar online, como a flexibilidade e a comodidade, com as qualidades de uma aula mais tradicional, que traz um contato maior com professores e colegas.
Também é importante ressaltar que o futuro – e não só da educação – estará intimamente ligado à tecnologia. A pandemia de covid-19 é um grande exemplo de que a internet é necessária, e de que traz novas possibilidades para o ensino superior.
Quais os principais desafios do ensino híbrido?
Apesar de ser uma modalidade extremamente interessante para alunos e para as IES, que conseguem manter uma estrutura menor para atender mais estudantes, o ensino híbrido também pode apresentar alguns desafios. Afinal, diferente das aulas tradicionais, esse tipo de ensino exige recursos e habilidades que devem ser desenvolvidas.
Esses fatores não chegam a ser barreiras para a aplicação da modalidade híbrida em uma instituição de educação superior. Mas quando os gestores e educadores conhecem essas dificuldades, podem se preparar com antecedência para mitigar quaisquer eventuais obstáculos.
Conheça alguns deles a seguir, e aproveite para traçar um plano de resolução dessas questões na sua IES.
1. Uso de recursos específicos
A utilização de recursos como computador e internet pode ser um empecilho. Sim, algumas pessoas ainda têm dificuldades em lidar com esses recursos, e a IES precisa estar aberta a todos esses perfis. Ao iniciar o ensino híbrido, é necessário conhecer a demanda de alunos e professores de possuírem computador e internet de qualidade.
As aulas ministradas de forma online só são possíveis com a utilização de dispositivos conectados à internet, sendo assim, é importante estar atento à realidade dos estudantes que possuem pouco acesso à vida digital.
Uma dica é fazer tutoriais em pdf, imagem e/ou vídeo, de forma bem explicada, para os alunos. Além disso, é possível fornecer acesso aos tutores, que conheçam essas tecnologias, para que deem um suporte extra aos alunos.
2. Domínio das ferramentas digitais
Além dos alunos, é preciso que os profissionais envolvidos no ensino híbrido tenham meios de se conectar à internet e utilizar as ferramentas necessárias. Por isso, é preciso que a escolha do corpo docente contemple as habilidades básicas necessárias.
Além de um conhecimento prévio, é necessário que as IES promovam capacitações para uso de ferramentas exclusivas, ou aquelas muito específicas, além de promover cursos de reciclagem e atualização, caso sintam necessidade.
Fazer um bom uso dos recursos tecnológicos é uma tarefa básica para se alcançar um ensino de qualidade e emancipador.
3. Entendimento do ensino híbrido
Ao aplicar uma nova metodologia de ensino, é importante que todas as partes compreendam seu funcionamento. Quando falamos de uma metodologia aplicada ao ensino híbrido, definitivamente esta não será igual à mesma metodologia quando aplicada no ensino presencial, ou inteiramente a distância.
Em relação aos professores, eles precisam compreender quais são as principais características do ensino híbrido e como as metodologias interagem com essa modalidade, para então passar as atividades e o funcionamento das aulas adiante e esclarecer as possíveis dúvidas.
Treinamentos internos podem ser o caminho para que todos estejam na mesma página, e a IES consiga uma padronização da oferta dessa modalidade.
4. O uso de materiais de qualidade
Não dá para economizar tempo e dedicação quando o assunto são os materiais utilizados em sala de aula, tanto online, quanto offline. A passagem do ensino presencial para o híbrido requer diversas modificações, e com os materiais não é diferente. Utilizar materiais de qualidade e próprios para o formato híbrido é essencial para manter uma formação diversa e interessante.
Uma dica interessante é pensar esses materiais a partir de novos métodos, mais inovadores e adequados a esse cenário, como as metodologias ativas. Isso aumenta a chance de sucesso das aulas, com um engajamento desejado, e aumento da interação entre os estudantes.
Além de adaptar os materiais usados, os currículos também devem ser modificados no ensino híbrido. As alterações curriculares e a porcentagem de aulas realizadas de forma online devem ser observadas em acordo com a lei.
O ideal é observar o que as normas e leis preconizam, enquanto propõe um projeto pedagógico leve, interessante e emancipador.
E não se esqueça, também, de utilizar conteúdos digitais de qualidade!
5. Infraestrutura
O ensino híbrido requer uma dualidade de estrutura para seu funcionamento. Além de precisar de um espaço físico para as aulas presenciais, também é necessário a disposição de uma boa plataforma digital de aprendizagem.
Contudo, existem formas de solucionar e superar tais desafios. Os treinamentos e qualificações para os docentes e profissionais da educação devem fazer parte dos primeiros passos a serem tomados nesse contexto.
A elaboração de materiais personalizados e específicos para o ensino híbrido e as trilhas de aprendizagem também são de grande ajuda.
Além disso, a IES pode buscar por soluções tecnológicas capazes de oferecer maior segurança e confiabilidade para os alunos e docentes, bem como facilitar a aplicação de metodologias e atividades baseadas no ensino híbrido.
De modo geral, o ensino híbrido no ensino superior trouxe mais versatilidade e flexibilidade, uma vez que ele pode ser adaptado de acordo com as necessidades dos alunos, instituições e educadores.
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Quais são as novas habilidades adquiridas pelos alunos com o ensino híbrido?
Um novo modelo de aprendizagem traz diversas adaptações para os estudantes, ainda mais para uma grande maioria que passou a vida inteira estudando de forma tradicional, com o ensino presencial.
Com essas mudanças que o ensino híbrido, em suas aulas online, traz para o aluno, diversas novas expertises também surgem. Separamos agora 7 habilidades desenvolvidas pelo estudante no ensino híbrido:
- Disciplina: Ao se deparar com a flexibilidade que as aulas híbridas proporcionam, o estudante tem que manter a disciplina para não deixar suas obrigações de lado. O protagonismo estudantil faz com que o sucesso do ensino passe bastante pela determinação do aluno.
- Facilidade com a tecnologia: A aula aplicada em uma plataforma online requer que o estudante saiba utilizar a tecnologia. Além disso, metodologias inovadoras de ensino trazem diversas possibilidades à educação, como o uso de recursos multimídia e de vários sites na internet, que deixam o aluno mais conectado.
- Proatividade: Com a possibilidade de moldar os estudos à realidade de sua rotina, o aluno precisa ter a iniciativa de realizar suas atividades. A liberdade das aulas online exige que o estudante se proponha a participar do processo de construção de um ensino horizontal, possibilitando o completo sucesso do modelo híbrido.
- Concentração: Por estar em meio virtual, ao mesmo tempo que o aluno conta com diversos recursos que incorporam à qualidade do ensino, ele conta também com uma gama de distrações. O estudante precisa aprimorar o seu foco para acompanhar os estudos da forma mais proveitosa possível, sem cair em “armadilhas” na internet, como as redes sociais.
- Autodidatismo: Com diversos modelos de ensino híbrido que demandam do aluno estudar de forma autônoma, desenvolver o autodidatismo é natural. Apesar de contar com professor e tutor, o aluno precisa aprender também por conta própria, e essa prática fica cada vez mais aperfeiçoada com o passar do tempo.
- Organização: Muitos alunos precisam cursar aulas e disciplinas de forma online para que os estudos caibam dentro de sua rotina. É primordial que o estudante compreenda que a flexibilidade e a liberdade de escolher o momento para assistir às aulas precisam ser administradas com organização, para que o tempo seja um aliado e não um inimigo no processo de aprendizagem.
- Autoconhecimento: Com tantas mudanças trazidas pelo ensino híbrido, o aluno passa a compreender melhor sua realidade para os estudos. Ao transitar por dois tipos de ensino tão diferentes (presencial e a distância), fica mais claro quais são os métodos e horários que beneficiam o estudante, além de ele poder perceber suas habilidades, limites e dificuldades.
E a personalização no ensino híbrido?
Uma das vantagens centrais do ensino híbrido e da aplicação de metodologias ativas em uma IES, além do protagonismo do estudante, é a possibilidade de proporcionar um estudo personalizado. A ideia de que as pessoas aprendem de formas diferentes – seja em questão de formatos, tempo, metodologias, fontes, etc – faz com que o ensino personalizado seja cada vez mais um passo em direção à uma educação transformadora e de qualidade.
Superar os padrões na educação permite que o aluno possa aprender da melhor forma, de acordo com seu perfil. É importante que os professores e a IES compreendam que usar diferentes materiais didáticos e diferentes formas de avaliar para diferentes pessoas é uma atitude positiva no sentido de alcançar os objetivos das aulas e de realmente aferir o quanto o conhecimento está sendo retido pelos alunos.
Outro ponto importante ao personalizar o ensino é permitir que os estudantes encaixem as aulas de forma produtiva em seu cotidiano, fortaleçam suas qualidades e trabalhem em suas adversidades. Ao permitir a personalização nos estudos, a IES pode focar em trabalhar aquilo que o estudante tem de melhor e também aquilo que deve ser aprimorado.
Leia também: Conheça o perfil do aluno EaD
Qual a importância do ensino híbrido na pandemia?
É visível que a educação não será a mesma após o fim da pandemia. O momento provocou grandes transformações nos processos em todos seus atores: docentes, gestores e alunos.
Ela trouxe novos aprendizados e possibilidades de descoberta com o uso da tecnologia. Portanto, além da necessidade imediata de aulas online para o prosseguimento no ensino do aluno, a tendência é que esse modelo seja mais experimentado e utilizado, mesmo quando todos não tenham mais que cumprir o isolamento social.
Por isso, é importante que as IES procurem se planejar para essa nova forma de ensino, que já existia. Afinal, a importância que o ensino híbrido ganhou durante a pandemia mostra como esse método deve se fazer mais presente nas aulas.
Se engana quem pensa que há algum modo de retomar o fluxo “normal” da vida, depois da experiência de isolamento. Pelo contrário, as transformações culturais são tão profundas, que dificilmente voltaremos aos mesmos padrões de comportamento.
Mesmo que desejemos recuperar algumas experiências, elas ainda serão permeadas por uma ideia de antes e depois, é o que ocorre com o ensino presencial. A pandemia ensinou às IES, mesmo que de maneira forçada, o poder da educação a distância, e a necessidade de utilizar esse artifício em alguns momentos.
Neste contexto, o ensino híbrido conquista estudantes pela oportunidade de retomar o contato em sala de aula com os colegas e professores, além de todas as experiências do ambiente acadêmico, enquanto mantém certo conforto e flexibilidade na rotina de estudos.
Quais são os requisitos para aplicar o ensino híbrido em cursos presenciais?
Com a Portaria nº 2.117, de 6 de dezembro de 2019, ficou permitido que até 40% da carga horária dos cursos presenciais pudessem ser ofertados na modalidade a distância. Esse limite era, anteriormente, de 20%, delimitado pela Portaria nº 1.428, de 28 de dezembro de 2018. Entretanto, as IES com conceito 4 ou 5 já podiam aproveitar de 40%.
Hoje em dia, para que as IES possam implementar o modelo híbrido no ensino presencial, devem ser observados 5 requisitos:
1- O Projeto Pedagógico do Curso (PPC) deve, obrigatoriamente, em sua matriz curricular, apresentar de forma clara o percentual de carga horária ofertada a distância e também as metodologias que serão empregadas.
2- Para que as disciplinas online sejam inseridas, devem ser observadas as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) dos cursos de graduação, definidas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), sempre que houver.
3- As IES precisam registrar qual o percentual de carga horária, ofertado em EaD, no momento da informação de criação de seus cursos à Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior do Ministério da Educação (SERES-MEC).
4- As práticas e métodos de ensino-aprendizagem que insiram o uso integrado de Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), materiais didáticos específicos e docentes, tutores e profissionais da educação com formação e qualificação previstas no PPC e no plano de ensino da disciplina, devem ser incorporados na oferta da carga horária a distância.
5- No parecer final do processo de autorização do curso presencial que irá ofertar aulas de forma híbrida, os indicadores Metodologia, Atividade de tutoria, Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) precisam obter conceito 3 ou superior.
Como desenvolver o ensino híbrido no ensino superior?
Existem diversos passos para implementar o ensino híbrido na prática.
As ações realizadas passam por traçar um plano estratégico de infraestrutura educacional, definição sobre a orientação pedagógica, formação dos professores, criação de um cronograma de aulas e desenvolvimento dos modos de avaliação.
De forma geral, são necessários 5 passos:
1. Pensar nas especificidades do curso
Esse primeiro passo serve para decidir qual a melhor maneira de colocar o ensino híbrido em prática e pensar nos objetivos do curso. Também é importante definir o público-alvo, como será essa formação e as capacidades que serão desenvolvidas.
2. Estabelecer o percentual de aulas online x offline
As IES devem definir qual a quantidade de horas/aula no ensino híbrido serão necessárias. Isso pode variar de um curso para outro e também deve estar de acordo com as tecnologias que serão utilizadas.
3. Utilizar uma tecnologia adequada
A qualidade do ensino híbrido irá depender de uma série de fatores, dentre eles, a tecnologia utilizada para a realização das aulas, entrega das atividades etc.
Por isso, pesquise bem para encontrar ferramentas que se adequam às necessidades da IES e dos estudantes.
4. Capacitar os professores
Após escolher a tecnologia que será utilizada no ensino híbrido, o corpo docente precisa ser capacitado para manejar todas as suas ferramentas da melhor maneira.
5. Criar engajamento com os alunos
Mesmo que os alunos tenham maior autonomia no processo de ensino-aprendizagem, eles também precisam ser engajados e estimulados com o projeto pedagógico do curso.
Por isso, é importante definir muito bem o primeiro passo relacionado ao planejamento do curso no ensino híbrido para que o interesse dos alunos ocorra no curso.
Como elaborar um plano de aula para o ensino híbrido?
Para que o profissional de educação possa aproveitar ao máximo as vantagens do ensino híbrido em suas aulas e contribuir para o processo de aprendizagem dos alunos, é imprescindível contar com um plano de aula bem desenvolvido.
Em linhas gerais, o plano de aula para ensino híbrido é um documento que detalha todos os assuntos que serão abordados na disciplina em questão. A intenção é organizar e esquematizar a metodologia que será adotada pelo professor, assim como o cronograma das atividades.
1. Identifique o seu plano de aula
O primeiro passo para elaboração do plano de aula no ensino híbrido é montar um cabeçalho para identificar o documento.
No topo da folha, informe o nome da disciplina, o professor responsável, o ano, ou o período da turma e o total de alunos. Além disso, é importante sinalizar os tipos de ensino híbrido a serem utilizados.
2. Defina os objetivos da disciplina
Aqui, é necessário descrever quais são os principais objetivos da disciplina. Em alguns parágrafos, mostre que resultados se pretende alcançar no decorrer das aulas.
Por exemplo, o professor que leciona a disciplina “Metodologia da Pesquisa” pode ter como objetivo “fazer com que cada aluno produza um artigo científico”.
3. Aponte as temáticas a serem abordadas
Na terceira etapa do plano de aula, deve-se especificar os temas que serão discutidos durante as aulas.
Seguindo o exemplo do professor de “Metodologia da Pesquisa”, alguns temas que ele pode colocar no plano de aula são “investigação do objeto de pesquisa”, “coleta de dados”, “normas da ABNT” etc.
4. Explique a metodologia de ensino utilizada
O quarto passo consiste em explicar qual a metodologia de ensino adotada pelo professor. Ou seja, como o conteúdo será ensinado para os alunos.
Conforme mencionado nos tipos de ensino híbrido, aqui é importante explicar qual será utilizado e como isso será feito na prática.
5. Defina o cronograma das aulas
Também é imprescindível colocar o cronograma no plano de aula. Dessa forma, defina a data de início e de término, bem como a carga horária diária ou semanal que os alunos precisarão cumprir.
Se possível, determine também as datas das provas e entregas de trabalhos, para que os alunos também possam realizar o seu cronograma de estudos pessoal.
6. Estabeleça os métodos avaliativos
Nessa etapa, você deve definir como pretende avaliar o desempenho dos alunos.
Será por meio de provas presenciais ou online? Quantos pontos elas irão valer? Qual a pontuação mínima para a aprovação na disciplina?
7. Informe as referências bibliográficas
Por fim, coloque no plano de aula todas as referências bibliográficas para que os alunos possam consultar e ler a fonte correta dos conteúdos.
8 atividades com o ensino híbrido no ensino superior
Como vimos, o ensino híbrido está ganhando cada vez mais espaço na educação e algumas iniciativas podem ser bastante vantajosas para as IES que buscam adotar esse formato.
Confira 8 práticas que podem ser desenvolvidas com o ensino híbrido no ensino superior:
1. Laboratório
Não é mais fácil para o aluno aprender quando ele observa o fenômeno de algo acontecendo? Por isso, uma dica é realizar experiências em laboratório, filmando e disponibilizando para os alunos essas explicações de forma virtual.
2. Games
Nos ambientes virtuais, o professor pode fazer uso das plataformas digitais que oferecem ferramentas para elaborar e executar tarefas que podem ser incluídas em uma estratégia de gamificação. Além disso, é possível coletar dados que medem com maior exatidão o aprendizado dos alunos.
3. Palestra
Uma dica para tornar uma palestra mais interessante é convidar profissionais da área para falar sobre determinado conteúdo para a turma. Caso a participação não possa ocorrer no mesmo momento, é possível solicitar um vídeo gravado e repassar na aula.
4. Projeto interdisciplinar
Reunir disciplinas que se complementam para criar uma aprendizagem baseada em projetos é outro exemplo de atividade para o ensino híbrido. Como se trata de um processo maior, também é importante ouvir as ideias dos alunos sobre o tema que será trabalhado, já que é necessário considerar todo o contexto do corpo estudantil.
5. Notícias
Seja em formato de vídeos ou escrita, as notícias também podem e devem ser usadas para enriquecer ainda mais o conteúdo abordado no ensino híbrido. Elas trazem exemplos reais e interessantes, mas também precisam se relacionar à matéria para serem discutidas.
6. Pesquisas
Com base na sala de aula invertida, os professores podem propor uma pesquisa sobre algum assunto para que os alunos falem o que aprenderam e também apresentem suas considerações. Vale ressaltar que essa atividade pode ser mais significativa quando eles levam curiosidades e fatos relevantes que descobriram sobre o conteúdo.
7. Podcasts
Com a popularização das plataformas de streaming, o podcast ganhou novos usuários e se tornou um formato midiático de destaque no ensino.
Sua produção não exige muitos recursos, logo, os professores podem solicitar que os alunos façam gravações de áudio comentando sobre algum conteúdo da matéria pelo próprio smartphone.
8. Debates
Seja indicando um vídeo do YouTube, uma palestra do TEDx, um livro da biblioteca digital ou, ainda, um texto sobre o conteúdo, o professor pode promover um debate como grande aliado para o aprendizado dos alunos.
Uma boa estratégia é separar os estudantes em grupos, para discussão, apresentando argumentações contra ou a favor, de forma a engajar todos os integrantes.
Como fazer avaliação para o ensino híbrido?
Quando o assunto é ensino híbrido no ensino superior, deve-se ter em mente que a avaliação não tem como finalidade simplesmente a composição de notas para a aprovação dos estudantes. Trata-se de um diagnóstico do desenvolvimento da turma.
Justamente por isso, o mais recomendável é que os docentes estimulem os alunos a realizarem pequenas entregas semanais e a participarem de debates, atividades em grupo e projetos com entregas periódicas.
Deste modo, é possível que se tenha uma visão mais completa e realista do desenvolvimento da turma, o que não acontece quando se foca apenas em provas aplicadas pontualmente.
A seguir, apresentamos algumas dicas de avaliações que podem ser colocadas em prática por instituições que já trabalham com a modalidade de ensino híbrido no ensino superior. Acompanhe!
Foque no desenvolvimento de habilidades
É inevitável que o contexto de avaliação tradicional, com a aplicação de provas sem consulta, gere apreensão nos estudantes. Desta forma, o desempenho que eles apresentam neste tipo de exame não reflete, necessariamente, os conhecimentos ou habilidades que têm desenvolvido ao longo de um curso ou disciplina.
Sendo assim, busque promover também avaliações que os desafie positivamente. Alguns exemplos são o desenvolvimento de projetos (já indicado acima), a interação de discussões em que possam explorar a sua capacidade argumentativa, a produção de podcasts ou outros formatos de conteúdo inovadores, entre uma série de outras possibilidades.
Ao aplicar avaliações tradicionais, explore problemas reais
As provas tradicionais ainda são bastante usadas em processos seletivos, como é o caso da primeira fase do Exame OAB. Diante disso, apesar de ser importante diversificar os métodos avaliativos nas IES, elas não devem ser abolidas.
Contudo, é possível aplicá-las de modo que dialoguem com situações, problemas e casos reais.
Já mencionamos, mais acima, a aprendizagem baseada em problemas. Trata-se de uma proposta pedagógica focada na aprendizagem significativa pautada pela resolução de problemas.
Os alunos, então, podem combinar teoria e prática e aplicar o seu conhecimento para solucionar a questão proposta.
Uma possibilidade, por exemplo, é criar questões a partir de temas que estão em destaque no debate público e exigem a adoção de medidas resolutivas. Este tipo de abordagem fará com que o estudante considere diferentes possibilidades e una o que aprendeu em sala de aula à sua própria vivência e lugar social, enquanto cidadão.
Dependendo do curso, é possível propor até mesmo a construção de protótipos simples, que permitam que o aluno materialize conceitos aprendidos.
Faça avaliações diagnósticas
Em determinados momentos, como no início de um ciclo de aprendizagem, é importante compreender e identificar os conteúdos e os conhecimentos que os estudantes já possuem. E é aí que entra a avaliação diagnóstica.
Com este tipo de avaliação, é possível conhecer e entender melhor o histórico educacional dos estudantes, apreendendo o que eles já sabem; o que deveriam saber, mas não sabem; e as expectativas que eles têm em relação aos conteúdos que serão propostos no curso ou disciplina que estão iniciando.
O objetivo da avaliação diagnóstica é ajudar os professores a melhorarem os processos de ensino e aprendizagem, de acordo com as necessidades-chave apresentadas pela turma.
Sendo assim, para compor uma boa avaliação diagnóstica, o professor deve considerar o que deseja descobrir com a prova e que tipos de questões são mais indicados para tal propósito.
Neste caso, questões discursivas podem ser utilizadas em conjunto com questões objetivas. Outra possibilidade é a realização de provas orais.
Utilize atividades gamificadas
Já falamos mais acima sobre a possibilidade de utilização de games ao se adotar o ensino híbrido no ensino superior. Mas, vale destacar como a estratégia de gamificação na educação pode ser interessante também para processos avaliativos.
Este modelo transpõe atividades tradicionais para um ambiente lúdico. Os desafios propostos permitem que os estudantes queiram explorar os seus conhecimentos e habilidades para vencê-los, assumindo um papel de protagonismo em seu próprio desenvolvimento de aprendizagem.
E, voltando à avaliação diagnóstica, vale ressaltar também que as avaliações gamificadas podem ser um recurso interessante de diagnóstico de aprendizagem para os docentes.
Incentive a colaboração na aprendizagem
Aprender pode ser muito mais prazeroso quando é uma atividade compartilhada. Por isso, estimule os alunos a interagirem e trocarem conhecimentos, seja por meio de seminários, projetos em grupo, debates e discussões etc.
A aprendizagem colaborativa promove o desenvolvimento de habilidades socioemocionais (ou soft skills) fundamentais para a formação pessoal e profissional dos estudantes.
Aliás, este tipo de habilidade é cada vez mais valorizado no mercado de trabalho. Capacidade de trabalhar em equipe, participação na cultura da empresa, comunicação, adaptabilidade, pensamento estratégico e capacidade de escuta estão entre as soft skills mais buscadas pelas empresas atualmente.
Quais são as transformações que o ensino híbrido traz para a educação?
A inserção da educação superior em um contexto de ensino híbrido se deu de forma gradual.
Ou seja, ao longo dos anos, as modalidades semipresenciais, em suas diferentes formas, representavam grande parte desse cenário, em que é possível combinar os benefícios das aulas presenciais e as facilidades do ensino remoto.
Mas é após a pandemia de covid-19 que ficou ainda mais evidente que esse processo é irreversível! Nesses mais de dois anos de restrições, aprendemos que, às vezes, o ensino híbrido é necessário.
Nos momentos de retomada, vivemos o rodízio de alunos em sala de aula, com a separação das classes em grupos, e essa experiência pode ser replicada para revisões antes de provas, utilização de laboratórios, rodas de conversa, etc.
Um dos grandes benefícios que o ensino híbrido proporciona para a educação superior é a inclusão de alguns cursos em uma modalidade parcialmente à distância. O curso de enfermagem é um exemplo. Há anos atrás seria impensável cursar uma formação de saúde a distância, mesmo que parcialmente.
Para que o profissional se forme com qualidade, é preciso ter uma série de práticas, que só são possíveis no ensino presencial, com uso de laboratórios e estágios. Para quem possui uma rotina atribulada, com trabalho, cuidado com os filhos, entre outras funções, talvez o ensino híbrido seja a única oportunidade de cursar enfermagem.
A mistura de ferramentas síncronas e assíncronas permite que o professor faça uma programação que beneficie o aprendizado, com a conexão com a vida do estudante, além do uso de metodologias que sejam melhor desenvolvidas online e presencialmente.
O ensino híbrido, na educação superior, é um salto para a captação de alunos, já que facilita o acesso à graduação e pós-graduação, especialmente para aquelas pessoas que pensavam nessa formação como algo muito distante para si mesmas.
Conseguiu entender melhor sobre o ensino híbrido no ensino superior? Aproveite para aprofundar os seus conhecimentos sobre o assunto com o nosso artigo sobre como funciona a matéria online em curso presencial!